Essa é a sugestão que faz um estudo publicado no periódico Psychosomatic Medicine e que partiu de uma série de pesquisas anteriores feitas no Reino Unido e que apontou que idosos que “curtiam” mais a vida se sentiam menos isolados e mais felizes. Estar em contato com os familiares, amigos e eventos sociais eventuais, como ter um hobby qualquer semanal aumentava a expectativa de vida dessas pessoas mais velhas.
“Nossa ideia era identificar que tipos de estratégias poderiam proteger a saúde dos idosos e fazê-los pensar de forma mais positiva em relação à idade avançada. A diminuição dos hormônios do estresse e consequentemente dos marcadores ligados às inflamações é um dos principais fatores de proteção para esses indivíduos”, explica Carsten Wrosh, da Universidade de Concórdia.
A equipe de Wrosh acompanhou mais de 120 idosos durante um período de seis anos. “Aqueles que mesmo com idade avançada ainda tinham uma visão positiva da vida ou que se sentiam menos culpados por não darem conta de seus afazeres eram os com melhor expectativa de vida”, aponta o autor.
Além dos questionários sobre estilo de vida, testes de saliva mediam também os índices de cortisol no corpo desses idosos. A relação entre os níveis de cortisol e doenças inflamatórias (que atingem o coração, sistema circulatório e mesmo a saúde mental e neurológica) já é amplamente conhecida. Os níveis de cortisol no sangue também guarda relações com o aumento dos riscos para o desenvolvimento ou avanço do diabetes.
Intervenções em idosos que aprendiam a modificar seus padrões de pensamento também demonstraram que a diminuição do estresse causado pelos pensamentos mais negativos e estresse podia melhorar a saúde de uma forma em geral.
“Adultos idosos que são aconselhados e fazem algum tipo de terapia psicológica têm mais pensamentos positivos – ou seja, encaram a vida de forma mais leve – e isso impacta positivamente a saúde. Isso significa melhor qualidade de vida e melhor saúde física e mental, algo que é muito importante em qualquer idade, mas especialmente quando se é idoso”, diz Wrosh.
* Publicado originalmente no site O que eu tenho.
(O que eu tenho)