Os autores que mais contribuíram para o conhecimento deste meta-grupo, no século 19, foram Maximiliano de Wied-Neuwied, Auguste de Saint-Hilaire e Hermann Burmeister, cada um com seus favoritismos, mas todos eles naturalistas que visitaram o território hoje correspondente ao norte-noroeste fluminense.
As pesquisas arqueológicas efetuadas no arquipélago de Santana por Tânia Andrade Lima e Regina Coeli Pinheiro Silva revelam que os invertebrados integraram a dieta dos povos que a habitaram antes da chegada dos europeus. Dentre eles, os crustáceos estão pouco representados. Foram identificados os cirripédios (cracas) Tetraclita stalactifera e Coronula diadema, o primeiro preferencialmente grudando-se a substratos rochosos na linha das marés mais altas, ao passo que o segundo aderindo à epiderme de baleias. Dedos fixos de siris e caranguejos também foram recuperados. Da família dos siris, há restos que podem pertencer aos gêneros Callinectes, Arenaeus ou Portunus. Foi possível identificar a presença do guaimum (Cardisoma guanhumi), do caranguejo uçá (Ucides cordatus) e de guaiá-açu (Menippe nodifrons).
As investigações no sítio arqueológico revelaram grande quantidade de carapaças calcárias e espinhos de ouriço do mar, até hoje muito comum nas pedras da ilha de Santana. Quanto aos moluscos, sua importância para a alimentação da comunidade humana insular é digna de registro. Há restos de conchas e caramujos marinhos, terrestres e de água doce correspondentes a 33 espécies, a 30 gêneros e a 20 famílias, em sua esmagadora maioria pertencentes aos ambientes da ilha.
De todos os invertebrados, o que mais impressionou os viajantes foi a Tunga penetrans, popularmente conhecido como bicho-de-pé. Quase todos os naturalistas estrangeiros sentiram a sua presença na carne. O príncipe Maximiliano, com seu proverbial senso de observação, não se deixou abalar mesmo atacado pelo inoportuno animal. Resignadamente, Saint-Hilaire lamentou que "Desde o começo dessa viagem não havíamos cessado, eu e meus empregados de ser atormentados pelos bichos de pé..." Burmeister também não escapou do ataque do ectoparasita.
A tungíase, parasitose causada pela Tunga penetrans, era uma endemia de tal forma generalizada no campo e na cidade durante os períodos colonial e imperial que os habitantes do país já haviam se acostumado com ele no seu cotidiano. Eis porque os registros acerca dela geralmente competiam aos estrangeiros, que se assustavam com seu ataque. Só se soube que o padre Pedro Marques Durão, de São João da Barra, fora acometido pelo mal porque o denunciaram por celebrar missa de chinelo.