O capitalismo está se esgotando em si mesmo por conta das sucessivas crises que o têm abalado e gerado uma crescente descrença coletiva em seus métodos e processos.
Exemplos não faltam em nossos dias, mas, além disto, a história do capitalismo mostra, de forma clara e contundente, sua incapacidade de produzir felicidade. A essência do capitalismo repousa na eterna divisão entre explorados e exploradores, proporcionando a esses ganhos cada vez maiores e mais concentrados em detrimento da maioria explorada.
A maior prova disto é o panorama do mundo atual, após quase 300 anos de hegemonia do capitalismo formal. Um retrato de nosso mundo atual, com mais de 6 bilhões de almas, nos mostra com números insofismáveis que, desse total, cerca de 5 bilhões de seres humanos (mais de 80%) sobrevivem com as migalhas que o sistema lhes proporciona, ao passo que uma minoria pouco superior a 1 bilhão de pessoas escapam dessa situação ou se enquadram na categoria dos exploradores capitalistas.
Com a contribuição da grande mídia, alguns exploradores de sucesso - segundo os padrões do capitalismo apelidados de "empresários" - são feitos heróis e vistos como expoentes de competência. Seu único mérito foi saber explorar. Nada mais.
Até mesmo banqueiros que se limitam a usar o dinheiro alheio para enriquecer com a agiotagem sem criar nada, são vistos como exemplos de sucesso, mesmo quando comparados aos chamados empresários que usam os explorados para produzirem bens e serviços. Repito: os banqueiros nem isto produzem, embora sejam tidos como homens de sucesso no capitalismo decadente de nossos tempos.
A outra instituição decadente de nossos dias é a política. É muito raro encontrar políticos individuais que se dediquem à política para servir. Em toda parte é assombroso o número de políticos que estão na política para dela se servirem.
A política que hoje predomina nas chamadas regiões civilizadas é decorrente da chamada "democracia representativa", onde são eleitos depois de campanhas publicitárias financiadas pelo capitalismo. Portanto, capitalismo e política caminham hoje de mãos dadas e nada mais previsível que a decadência de um leve necessariamente à decadência do outro.
Entretanto, como seria a gestão das sociedades democráticas sem a política? No momento em se admite a existência de uma "democracia representativa" fica óbvio que pode existir um outro tipo de democracia. Esta seria a democracia direta, sem intermediários.
O avanço das comunicações atual já permite que cidadãos portadores de um código ou senha possam voluntaria e diariamente manifestar sua opinião sobre uma série de temas propostos por outros cidadãos. Caso essas propostas fossem aprovadas pela maioria dos votantes passariam a valer como leis, decretos ou outro nome que se queira dar.
A manifestação dos cidadãos seria feita pela Internet, pelos telefones públicos ou privados, enfim, por qualquer meio de comunicação eletrônico hoje disponível ou que venha a ser desenvolvido. Teríamos então o fim da "democracia representativa" de memória tão triste e mais um empurrão em direção ao fim do capitalismo produtor de miséria, injustiça e fome.