Nosso minúsculo sistema solar depende em muito da energia térmica e luminosa liberada por sua estrela central – o Sol – para a manutenção da vida e do meio ambiente em que vivemos. Fato relevante é que a energia solar é distribuída livremente a todos os recantos do sistema, respeitadas, evidentemente, as leis físicas. O intervalo de temperaturas prevalecente em nosso planeta, fruto da radiação solar incidente, é exatamente aquele que favorece as formas de vida que aqui existem. Afora isto, a energia solar tem hoje muito mais aplicações, como conseqüência do desenvolvimento tecnológico da humanidade.
Em sua definição mais simples, energia é o equivalente físico de trabalho. Desde a descoberta do fogo, como forma de geração de energia na pré-história, passando pelas ineficientes máquinas a vapor da Revolução Industrial, até os modernos reatores nucleares, a produção de trabalho tem sido o objetivo. A produção de energia para o acionamento de máquinas visou a execução de trabalho anteriormente executado pelo braço humano ou pela força animal. Esta mudança resultou no aumento da eficiência do trabalho e na liberação gradual do homem do trabalho braçal para que este se dedicasse, cada vez mais, ao trabalho intelectual criativo, trabalho este que propiciou a evolução da humanidade, estabelecendo-se, em razão disto, um círculo virtuoso de criatividade e progresso.
Com o passar do tempo e especialmente nos últimos dois séculos, entretanto, o uso de energia assumiu aspectos menos nobres. Com o advento do carvão mineral e, mais tarde, do petróleo e do gás natural, cresceu a concentração do controle das fontes de energia disponíveis e este domínio resultou no surgimento de conflitos, disputas e na exploração dos mais fracos.
Hoje, cerca de 40% da energia em escala global vem do petróleo e do gás natural, cujas fontes estão como nunca concentradas, tanto em termos geográficos como em termos de sua propriedade. O número de gigantescas corporações estatais e públicas que controlam mais de 90% da produção de petróleo e gás não ultrapassa uma dúzia. Não se deve, portanto, estranhar o absurdo nível de especulação que envolve os preços dessas “commodities”.
Apesar deste quadro, não há no horizonte qualquer vislumbre de alteração. As sociedades mais ricas sequer admitem rever seus padrões de consumo de petróleo objetivando reduzir sua demanda e, em consequência, seu preço, bem como diminuir o crescente impacto nocivo da queima de derivados de petróleo sobre a Natureza.
Por mais incrível que possa parecer, milhões de cidadãos norte-americanos têm por hábito ir à esquina de sua casa, comprar uma Aspirina ou uma Coca-Cola, ao volante de seus carrões, dotados de motores altamente ineficientes e não imagina viver sem esse tipo de “conforto”.
Ao lado disto e no mesmo mundo, bilhões de cidadãos asiáticos, africanos e latino-americanos não dispõem de energia nem de recursos para comprá-la para irrigar suas lavouras de subsistência. Em resumo, apesar de tudo, vale aqui lembrar que “o sol não nasce para todos”.