Tributo ao movimento migrante internacional: Não ao FMMD!

Para retornar à atividade com nossa coluna sobre a Solidariedade Internacional, nada melhor que falar da luta por justiça daqueles que, ao longo dos séculos, migram de territórios em busca de um projeto de vida digna e são oprimidos pela escravidão moderna nas relações de trabalho e pela crueldade repressiva dos Estados submetidos à ordem imperialista. São os migrantes, refugiados e povos deslocados, tachados simplesmente de "ilegais" ou "indocumentados". A proteção que o Direito Internacional lhes assegura perde todo o sentido quando o que sofrem na realidade é a violência e a discriminação das políticas migratórias.

Elizabeth León Medina vivia no Canadá com noivo e filha de 2 anos de idade. A polícia invadiu sua casa, atirou seu noivo na parede e o imobilizou, em seguida prendeu ela e sua filha, sob a alegação de serem "ilegais". Foi mantida presa por vários dias sem alimentar sua filha, que depois desenvolveu infecção. Depois lhe tomaram a filha, a qual só foi rever no último minuto ao embarcar no avião de volta ao México.

Maria Esther Montalvo Coahuilaz vivia nos Estados Unidos com vários familiares. Com o fruto do trabalho, construiu sua vida, adquiriu casa e carro. Ao ser deportada, foi privada dos seus bens e do contato com seus familiares.

Elvira Arellano vivia nos Estados Unidos, a duras penas para sustentar a si e seu filho. De repente, após o 11 de setembro de 2001, viu-se acusada e tratada pelo governo como criminosa de alta periculosidade. Perseguida pelas forças policiais, ingressou na Igreja Metodista exigindo seu "direito ao santuário". Dali lançou seu grito de justiça que se fez conhecido em todo aquele país, como um exemplo de inspiração para a luta dos migrantes.

Essas três mulheres estavam juntas no dia 5 de novembro último, na Cidade do México, relatando suas denúncias ao Tribunal Internacional de Consciência dos Povos em Movimento, que durante vários dias recebeu mais de 50 casos e o apoio de mais 150 organizações em todo o mundo para buscar justiça e avançar na organização e luta do movimento migrante internacional. A opressão que pesou sobre elas tem a mesma origem daquela que fez assassinar os 72 imigrantes no Estado mexicano de Tamaulipas, na fronteira norte: as violações sistemáticas, corrupção e terrorismo aplicados por Estados de destino (como os EUA), de trânsito (como o México) ou de origem dos migrantes. A denúncia do massacre é levada a cabo especialmente pelas Mães Hondurenhas que refazem a rota de seus 800 filhos desaparecidos em território mexicano.

Após o Tribunal, os solidários e ativistas do movimento migrante se juntaram à 3ª Assembléia Internacional de Migrantes e Refugiados (IAMR3), que culminou com uma caravana que percorreu 900 km até chegar ao local onde estavam encastelados os burocratas financiados pelo governo do México e pelo banco BBVA Bancomer, no Fórum Mundial de Migração e Desenvolvimento, que discutia formas de continuar utilizando os migrantes como força de trabalho barata e super-explorada. Centenas de ativistas, em marcha, foram impedidos de ter acesso ao local do evento, o que reforçou claramente a mensagem que intentavam passar ao mundo: que aquele fórum é ilegítimo e que o avanço da luta combativa dos migrantes e da solidariedade internacional é o único caminho para uma vida justa. Afinal, nenhum ser humano é ilegal.

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