O ex-repressor argentino Claudio Vallejos, que atuou na Escola de Mecânica da Armada (ESMA), foi preso em Santa Catarina, dia 4 de janeiro, acusado de estelionato. Não é a primeira vez que ele é detido sob essa acusação no Brasil. Em depoimentos a diplomatas suecos e à imprensa brasileira, em 1986, Vallejos confessou vários crimes e acusou colegas de repressão. Segundo ele, o ex-capitão da Marinha argentina, Alfredo Astiz, assassinou o pianista brasileiro Francisco Tenório Cerqueira Junior.
O ex-repressor argentino Claudio Vallejos, que atuou na repressão a presos políticos na Escola de Mecânica da Armada (ESMA), foi preso em Santa Catarina, dia 4 de janeiro, acusado de estelionato, segundo informou à agência italiana ANSA um funcionário da prisão para onde foi levado.
“Claudio Vallejos está aqui desde o dia 4 de janeiro, em uma cela com outros presos. Nós o detivemos por estelionato, não sabemos quase nada do que ele fez quando era repressor, estamos nos inteirando disso afora”, disse Luis Brandielli, diretor da prisão de Xanxerê, interior de Santa Catarina. “Vallejos ainda não foi condenado e nós não recebemos nenhum pedido da Argentina”, acrescentou Brandielli.
Em 2010, o repressor argentino já havia sido preso pela Polícia Civil de Campo Erê, que tomou conhecimento que um provável estelionatário estava agindo na região. Conforme apurou a polícia, Vallejos aplicava golpes em outras cidades da região, apresentando-se como jornalista.
O argentino reside no Brasil há anos e declarou a jornalistas brasileiros e em depoimento a diplomatas suecos, em 1986, que atuava na ESMA em março de 1976 quando, segundo seu relato, o ex-capitão da Marinha, Alfredo Astiz, assassinou o pianista brasileiro Francisco Tenório Cerqueira Junior. O músico continua desaparecido até hoje e foi sequestrado quando se encontrava em uma turnê em Buenos Aires no grupo do poeta, compositor e ex-diplomata Vinicius de Moraes.
Vallejos afirmou ter participado de “grupos de tarefa”, bandos que sequestraram, torturaram e assassinaram milhares de pessoas entre 1976 e 1979. Segundo seu próprio depoimento, sua base de operações era a famigerada ESMA.