No contexto das eleições brasileiras, a candidatura do "economista"* José Serra, ex-governador do estado de São Paulo e membro do Partido da Social-Democracia Brasileira, começou com três duros golpes.
O primeiro foi operado pelo igualmente tucano Aécio Neves (PSDB-MG), então governador do estado de Minas Gerais, que se empenhou na disputa partidária interna pela decisão da candidatura à presidência mediante referendo partidário, em que o mais votado seria o candidato do partido, abrindo a possibilidade de uma chapa puro-sangue, com Aécio à testa da máquina tucana nacionalmente.
O primeiro duro golpe foi dado, na verdade, às ordens de Fernando Henrique Cardoso, "Rei" do Partido e ideólogo defensor das perspectivas neoliberais das escolas norte-americanas, comprovadamente atuante como funcionário da Fundação Ford**, atuando politicamente e ideologicamente a partir de instituições acadêmicas, com larga influência política dentro do PSDB. Ao defender uma candidatura paulista, com Serra à presidência e Aécio como seu vice, FHC optou pela pior tática na tentativa de (re)conquistar o governo federal e implementar políticas já adotadas pelo estado de São Paulo sob os governos tucanos, bem como as criminosas contra-reformas neoliberais das quais José Serra fora um dos protagonistas mais centrais, à frente no governo FHC (1994-2002) e do Ministério do Planejamento (1994-1998), central para a viabilização das privatizações criminosas e absurdas que viriam a seguir, como foi com a Vale e as telecomunicações, vendidas a preços literalmente de bananas.
Para tirar Aécio Neves da disputa interna, José Serra soltou seus cachorros "semi-oficiais". Seu companheiro de turno, o jornalista Juca Kfouri, soltou em seu blog uma postagem que sugere que Aécio Neves, em uma festa no Rio de Janeiro, teria agredido sua namorada em público, dando a entender inclusive alterações psicológicas em função do uso de drogas. Posteriormente, um editorial do jornal simpático aos tucanos, O Estado de S. Paulo, através do editor Mauro Chaves, publica um discurso em que começa e termina com a menção "nonsense" de "Pó pará, Governador?" (ver "Pó pará, Serra!", de Marco Aurélio Weissheimer).
Diante destas agressões, Aécio Neves teria supostamente solicitado a jornalistas do jornal Estado de Minas para que levantassem informações acerca de José Serra e seus aliados, para que, caso necessário, pudesse responder ao fogo-amigo. Dentro deste contexto, acontece o primeiro vazamento da Receita Federal, que teria fornecido informações preciosas para o jornalista Amaury Ribeiro Júnior, que trabalha atualmente para o Grupo Record, e promete lançar em 2011 seu livro sobre a privataria corrupta que ocorrera nos governos FHC, chamado "Os Porões da Privataria".
Aécio Neves, então pressionado pela "massa cheirosa" do tucanato paulista, ao fim de 2009, a assumir o papel de candidato a vice-presidente, ofuscado por ninguém menos que José Serra, desiste desta promessa política suicida e decide se lançar para o Senado representando o estado de Minas Gerais, forjando seu candidato a governador, Anastasia, e sendo também o único cabo eleitoral efetivo de todo o quadro dos demotucanos (Democratas + PSDB) em todo o Brasil. Cabendo a ele, ainda, o papel de derrotar a penosa aliança dos petistas mineiros com o rolo compressor das rádios comunitárias, o obscuro funcionário da Rede Globo Hélio Costa, cirurgião do aborto do projeto de televisão digital aberta que estava sendo gestada por pesquisadores da UnB em parceria com outras universidades do país, entre diversas outras políticas entreguistas quando esteve à frente do Ministério das Comunicações.
Entretanto, o quadro dos golpes não se encerra aí. Antes mesmo de se cogitar Aécio Neves como vice na chapa de José Serra, um candidato a vice já havia sido desenhado por FHC e Serra. Eis o segundo golpe. Seria ninguém menos que José Roberto Arruda (DEM-DF). Em uma reunião entre representantes dos governos do Distrito Federal e de São Paulo, José Serra, com a mão carinhosamente apoiada nos ombros de Arruda, dizia que, para as próximas eleições, o eleitor poderia finalmente "votar em um careca e eleger dois", deixando ali claro suas pretensões e ambições. Serra pensa que nasceu para presidir este país e o que está na frente dele é obstáculo.
Entretanto, uma testemunha do esquema da quadrilha forjada por José Roberto Arruda não somente flagrou como filmou todo o processo, exibindo imagens a todo o Brasil de um governador do Distrito Federal, representante nacional do partido Democratas (composto por banqueiros e latifundiários), sendo preso com provas explosivas, com vídeos que mostravam a ocultação de maços de dinheiro em meias. Foi o primeiro governador na história do Brasil a ser preso, extraordinário em um país em que reina a impunidade judicial com relação aos políticos. A mídia oligarca dos Marinho, Mesquitas, Maiorana, Magalhães, Sirotsky, Collor, Sarney, Frias, Maias, Franco, entre outros, não noticiou a relação de Arruda e Serra, jogou panos mornos após o esfriar do escândalo e, desde o início de 2010, não se pronuncia mais sobre o "Escândalo do Mensalão do DEM". José Roberto Arruda continuou preso até o dia 12 de abril de 2010.
O terceiro golpe fora dado pela própria indefinição do prepotente José Serra que, se fosse possível, seria candidato a presidente com sua filha, Verônica Serra, como vice, dado que esta sim é de confiança do líder tucano. A coligação "O Brasil Pode Mais", representada pelo PSDB-DEM-PPS-PTB, deveria então definir através de um consenso entre o alto birô do tucanato paulista junto ao birô dos DEM quem seria o vice da chapa. Entretanto, Serra deixou o tempo esgotar, tendo os representantes do DEM ameaçado sair da coligação em função da indefinição e não nomeação de um quadro deste "partido". Eis que o playboy mal chamado Índio da Costa, representante dos Democratas do Rio de Janeiro, inicia sua campanha como um garoto eufórico, disparando contra o PT afirmando que o Partido dos Trabalhadores tem relações com as FARC e, por isto, teria relações com o narcotráfico. Nenhuma prova fora apresentada. Alguns representantes da FSP – Força Serra Presidente –, como a cada dia mais decadente revista semanal do Grupo Abril, a Veja, e o jornal da família Frias, a Folha de São Paulo, insistiram nas acusações, enquanto o PT a negava veementemente em cartas públicas, ameaçando recorrer na justiça contra a irresponsabilidade golpista e imunda dos tucanos. Poucas semanas depois de tais acusações sem provas, o presidente recém-eleito da Colômbia, o ex-ministro de Defesa de Álvaro Uribe, Juan Manuel Santos, disse em entrevista à Veja, nas páginas amarelas, que ele mesmo já teve relações com as FARC para negociações. A mentira, como bem disse Lula no dia 6 de setembro, merecendo destaques nos jornais, tem perna curta, muito curta por sinal.
Diante de três golpes frontais, Serra tem diante de si um cenário de colapso, enquanto seu partido e coligados nas eleições regionais para deputados federais, senadores e governadores apelam para a política do "Salve-se quem puder". Em Minas Gerais, Milton Nascimento e Lô Borges aceitaram fazer campanha para o candidato de Aécio Neves, Anastasia, mas com um porém: nem o nome e nem a imagem de Serra podem aparecer. O comitê de campanha de Antônio Anastasia se comprometeu a não exibir Serra.
Enquanto isso, Dilma Rousseff, pelo menos nas pesquisas, quebra alguns recordes; o primeiro, de superar o número de votos obtidos por Lula nas eleições de 2002 e 2006; o segundo que, se esses números se confirmarem no dia 3 de outubro, Dilma terá mais votos que o ator do maior filme de ficção realista de toda a história das eleições norte-americanas, o Yes We Can, interpretado espetacularmente pelo Nobel da Paz, Barack Hussein Obama.
Segundo pesquisa divulgada pela VoxPopuli/Band/IG, Dilma abre 56% contra 21% de Serra, com Marina tendo 8% dos votos. Diante desta realidade, o PiG*** é a única tábua de salvação para a candidatura de José Serra. A Folha de São Paulo, em sua neutralidade tucana, apóia cada uma das acusações sem provas realizadas por Serra e seu comitê de campanha, ou, melhor dizendo, de guerra, como o foi na tentativa de impugnação contra a candidatura de Dilma Rousseff, acusando-a de ter mandado um suposto grupo de inteligência de seu comitê de campanha para levantar dados obtidos no vazamento da Receita Federal, alegando que ela está envolvida inclusive no escândalo nacional. Este absurdo foi rechaçado e repudiado não somente entre o espectro político petista e da esquerda em geral, mas também por liberais e conservadores críticos à ausência de projetos e programa da candidatura de Serra.
Dilma e as eleições
Muitos analistas já dão a fatura como liquidada em função da desestrutura e do desfavorecimento das condições políticas atuais, com Lula como o maior cabo eleitoral de toda a história brasileira, e apóiam inclusive o futuro governo Dilma, que já deu sinais de que terá atenção especial com os investidores financeiros.
Dilma contou com ótimas propagandas eleitorais, mostrando sua vida pregressa, sua história pessoal e política, deixando aberta sua vocação democrata e republicana, de desenvolvimentismo social-liberal. Dilma Rousseff é mineira, atleticana e nascida em Belo Horizonte. Caso se confirme sua eleição no primeiro turno, será a primeira mulher a assumir o cargo de presidente da República na história brasileira, acompanhando as experiências do Chile (Michelle Bachelet) e da Argentina (Cristina Kirchner).
Para o governo de Dilma, a coalizão do PT e PMDB de Lula legou o Pré-Sal, relações exteriores que elevam o Brasil ao status de potência mundial, estabilidade econômica, crescimento da renda da classe trabalhadora (em função do fortalecimento do consumo interno), redução de 40% da pobreza extrema e ascensão de milhões de famílias aos bens de consumos industrializados, como carros e eletrodomésticos. Somente no final deste ano de 2010, milhares ou talvez milhões de brasileiros irão viajar de avião pela primeira vez.
Dilma terá a oportunidade de governar o país em excelentes condições políticas e econômicas, e isso tranqüiliza inclusive os mais importantes setores do capital financeiro. O Financial Times já tem como certa a vitória de Dilma, e não faz alardes como a máquina de José Serra, que utiliza inclusive da história de Dilma - esta que foi ativista de organizações da esquerda que aderiram à luta armada no Brasil contra a ditadura militar instaurada em 1964, quando José Serra era ainda um jovem ativista e presidente da União Nacional dos Estudantes.
Questões ambientais e sociais latentes
Entretanto, a questão ambiental e social continua latente. O capitalismo à brasileira, como o cunhou sabiamente Ivan Pinheiro, secretário-geral do Partido Comunista Brasileiro e candidato à presidência da República, trouxe uma elevação da renda das massas, mas, entretanto, os problemas mais latentes da via colonial do capitalismo brasileiro continuam gritantes, como é o caso da reforma agrária e da destruição e degradação natural pelas empresas multinacionais.
Marina Silva aparece neste cenário político como a candidata moderna, que defende um desenvolvimento capitalista aliado ao desenvolvimento sustentável das empresas no processo de exploração do meio ambiente. Esta ilusão é vendida e convence muitos desavisados e ambientalistas que, apesar de todo o contexto que Marina construiu politicamente, votam nela pela questão ambiental. Entretanto, capital sem degradação da natureza é como capital sem exploração do trabalhador, simplesmente impossível.
Marina Silva se desfiliou em agosto de 2009 do Partido dos Trabalhadores para entrar no Partido Verde, alegando que o PT abandonou seus princípios e sua ética. Curiosamente, Marina não realizava estas críticas quando estava no PT e poderia ter pedido demissão antes, como disparou Plínio de Arruda Sampaio no primeiro debate entre os presidenciáveis, na Rede Bandeirantes. Entretanto, Marina Silva entra em um partido chefiado por um dos filhos do clã de Sarney (Sarney Filho, ex-ministro do Meio Ambiente no governo FHC) e Fernando Gabeira e, ainda por cima, coloca como seu vice ninguém menos que o presidente executivo da Rede Natura, um bilionário. Além disso, Marina diz abertamente que atuará contra a candidatura de Dilma, posicionando-se como simpática a Serra, mas não poupando críticas quando necessário, para demonstrar sua suposta independência. Esta "independência" é falsa e Marina, ao optar pelo enfraquecimento da candidatura de Dilma, acaba por fortalecer o golpismo de Serra. Em última análise, Marina entrou em campo para fazer o jogo da direita, o que mancha sua história com o mesmo veneno que Serra se envenenou.
Em quarto lugar nas pesquisas eleitorais aparece um senhor que tem não menos que 50 anos de participação ativa nas lutas sociais e que tem como bandeira fundamental a defesa da reforma agrária e dos interesses dos trabalhadores. Plínio de Arruda Sampaio agrada os militantes socialistas e simpatizantes daquele Partido dos Trabalhadores que lutava pela reforma agrária junto ao Movimento dos Sem Terra e defendia as lutas dos trabalhadores. Além de Plínio, a esquerda socialista brasileira conta com Zé Maria, dirigente nacional do Partido Socialista dos Trabalhadores Unificados – PSTU –, Ivan Pinheiro, secretário-geral do PCB, e Rui Costa Pimenta, líder nacional do Partido da Causa Operária – PCO. O partido de Plínio, o PSOL – Partido Socialismo e Liberdade –, livrou-se da manobra venenosa encomendada por Heloísa Helena (PSOL de Alagoas), que era levar o partido para um apoio à candidatura de Marina Silva. Logo que os militantes perceberam a guinada de Heloísa, isto foi denunciado e acabou servindo como motivo de endosso a uma candidatura de Plínio. O PV, partido atual de Marina Silva, vota em cada estado de acordo com os interesses regionais; por exemplo, no Sudeste e no Sul, vota com o PSDB e DEM. Uma aliança deste nível para os ativistas e militantes do PSOL seria um suicídio político e uma degeneração na velocidade da luz.
O mecanismo fundamental que a direita tem hoje no Brasil para fazer valer os interesses dos 25 mil clãs-famílias da República é, sem dúvida, o controle da mídia privada e as leis audiovisuais em vigor para a televisão e rádio. O formato norte-americano torna a disputa favorável às grandes coligações. Com isto, a candidatura de Dilma dispõe da maior parte do tempo de televisão e rádio. Serra abocanha outra parte, Marina o mesmo. Para os nanicos, restam poucos minutos, em todo o processo de campanha, na televisão para promover debates sobre seus programas e políticas. Desta forma, aquela porção política que efetivamente possui programas e propostas para a sociedade brasileira, que é a esquerda socialista do PSOL-PSTU-PCB-PCO, fica refém de seu tempo limitado e necessita adaptar suas idéias aos formatos mais curtos possíveis, eliminando a possibilidade de uma reflexão e forçando estes partidos a apenas levantarem as suas bandeiras para demarcarem território.
Com isto, as propostas do PCB, PSTU e PCO aparecem como que dirigidas para o público da esquerda ou cedem o espaço para as pautas dos movimentos sociais, como o PCB tem feito. O PSOL, por sua vez, conseguiu colocar seu candidato no primeiro debate entre os presidenciáveis, que ocorreu nos estúdios da Band, tendo Plínio de Arruda Sampaio se saído melhor que todos os candidatos e obtendo destaque entre os 10 mais tuitados no Twitter internacional. A Rede Globo, para silenciar e ofuscar o debate realizado pela Band, transferiu a final da Copa Libertadores da América, em que jogaram a equipe gaúcha do Internacional contra o time mexicano do Chivas de Guadalajara, para o mesmo dia do debate, desviando os telespectadores brasileiros, tradicionalmente apaixonados pelo espetáculo do futebol, do debate político.
Diante de toda esta conjuntura, o Brasil finalmente logra uma independência dos (des)projetos da direita reacionária e conservadora, e continua firme na defesa da democracia liberal arduamente conquistada pelos movimentos sociais. Como bem alertou Marcio Pochmann, diretor do IPEA, nosso país tem pouco mais de 500 anos de idade e menos de 50 de democracia. Defender Dilma dos ataques da direita é obrigação de toda a esquerda que reivindique a democracia. Defender a democracia, mesmo que apodrecida, a liberal-burguesa, que expressa os interesses dos maiores grupos econômicos nacionais e internacionais, é uma obrigação de todos que se identificam com o campo progressista, dado que a Constituição de 1988 defende a liberdade de expressão, imprensa, associação, organização etc. Construir um país livre de controles estrangeiros, militares, das oligarquias, da mídia privada e do conservadorismo político deve unir todo o espectro democrático e popular brasileiro. É este o projeto que sairá fortalecido destas eleições.
Em torno desta independência, da reforma agrária, do fortalecimento dos movimentos sociais, da defesa da liberdade de expressão e da democratização/socialização dos meios de comunicação, entre tantas outras questões tão latentes, é que deve ser forjado um movimento das massas brasileiras. A ruptura histórica operada pelo Partido dos Trabalhadores é fundamental e abre perspectivas que podem excluir as elites do mando a que sempre estiveram acostumadas. É por isto que, diariamente, a ampla aliança neoliberal precisa atacar a Bolívia, as FARC, Hugo Chávez, Ahmadinejad etc. Porque falta projeto de país para uma direita desesperada, que precisa demonizar todos aqueles que o Pentágono-CIA-Washington designam como "terroristas".
A coalizão midiática do demotucanato não tem convencido mais a sociedade brasileira. "Ei Rede Globo, o povo não é bobo!". Quem está perdendo as eleições são a Veja, a Folha de São Paulo, a Rede Globo e todos aqueles que se unem para salvar o barco tucanic, com um capitão de bordo caduco por seu próprio veneno. Sairão desmoralizados de todo este processo. Entrarão para a história brasileira como entraves ao progresso social.
O povo brasileiro pode hoje respirar uma independência que começou a ser forjada pelos movimentos sociais durante a resistência à ditadura militar brasileira. É esta independência que devemos.
Notas:
* José Serra não apresentou o diploma e, no entanto, seu partido anteriormente criticou exaustivamente o fato da suposta "incapacidade intelectual" de um ex-torneiro mecânico ter a responsabilidade de ser o primeiro operário a se tornar o presidente da República Federativa do Brasil.
** Ver: http://argemiroferreira.wordpress.com/2010/01/19/fhc-e-a-guerra-fria-cultural-da-cia/ Ou adquira o livro em: http://www.livrariasaraiva.com.br/produto/2067729/quem-pagou-a-conta/?ID=BB6800B27DA09070F31090384
***Partido da imprensa Golpista, termo cunhado por Paulo Henrique Amorim e utilizado pelos ativistas em blogues e sítios na internet brasileira.
*Lucas Morais é jornalista, tradutor e colunista do Diário Liberdade.
Twitter: http://www.twitter.com/luckaz
(Envolverde/Correio da Cidadania)
- Por Lucas Morais*