Segundo o dicionário Houaiss, terrorismo é o "emprego sistemático da violência para fins políticos, especialmente a prática de atentados e destruições por grupos cujo objetivo é a desorganização da sociedade existente e a tomada do poder". A utilização desse termo para designar, erronea e maliciosamente, os grupos de resistência à ditadura militar foi uma idéia dos serviços de guerra psicológica das Forças Armadas e, hoje, é característica dos partidários da extrema-direita.
Como companheiro de lutas de Carlos Lamarca, a quem nunca
poupei das críticas de que o julguei merecedor, protesto contra o uso
inadequado dessa terminologia (na matéria "Comissão de Anistia declara
Lamarca coronel do Exército", de 14/06/2007) no caso de um
revolucionário que jamais quis provocar o caos, mas sim engajar as
massas na luta contra o grupo militar que usurpou o poder em 1964 e,
ele sim, mantinha o País sob terrorismo de estado, praticando todo tipo
de atrocidades e violações dos direitos humanos dos brasileiros.
Lamarca
jamais poderá ser equiparado aos narodniks do século 19 que atentavam
contra o czar e seus ministros com bombas e tiros, nem aos Bin Ladens
atuais. Se a Folha pretende qualificá-lo como "terrorista", deveria
também referir-se aos militares da ditadura como "carrascos",
"déspotas", "genocidas" ou "tiranos".
Companheiros e amigos,
como já fiz em outros casos, escrevi à Folha de S. Paulo protestando
contra o tratamento ("terrorista") dado ao Lamarca numa notícia
publicada na edição de hoje: www1.folha.uol.com.br/fsp/brasil/fc1406200722.htm
Peço sua ajuda: por favor, passem-me os links de jornais e revistas que
incidirem no mesmo erro, referindo-se de forma tendenciosa aos grupos e
pessoas que pegaram em armas contra a ditadura militar.
Não vamos mais admitir que, em veículos importantes da grande imprensa,
fique sem resposta a utilização da terminologia mentirosa da
extrema-direita!
Um forte abraço a todos!
Celso