Uma escultura da Hidra de Lerna (um animal da mitologia grega, que morava no pântano de Lerna com inúmeras cabeças de serpente), que representa o senador Paulo Duque (PMDB) ao centro, com o governador Sérgio Cabral como “Espírito Santo de orelha”, e, em menor tamanho, nos dois braços do presidente do Conselho de Ética, os senadores Francisco Dornelles (PP-RJ) e Marcelo Crivella (PRB-RJ), passará por diferentes pontos do Estado do Rio de Janeiro exigindo um posicionamento dos senadores fluminenses na crise do Senado.
O deputado Chico Alencar explica que é a participação do Rio de Janeiro em uma campanha nacional definida na quinta-feira, dia 13 de agosto, em reunião na sede nacional da OAB, em Brasília, com a presença de representantes da CNBB, da ABI, de diferentes universidades, movimentos sociais e parlamentares. Em cada estado serão organizadas manifestações cobrando dos seus respectivos senadores a tomada de atitude pelo saneamento do Senado.
O PSOL criou o “Esse Duque não é nosso – O Senado do Rio não nos representa”, para evidenciar o distanciamento entre os senadores do estado e o desejo da população pelo saneamento da Casa, já que Paulo Duque (PMDB-RJ), presidente do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar do caso Sarney, que arquivou as denúncias contra o presidente do Senado, é suplente do suplente de Cabral. A manifestação contou com a participação dos deputados federal Chico Alencar, do estadual Marcelo Freixo e do vereador Eliomar Coelho. A campanha foi lançada na sexta-feira, dia 14 de agosto, durante Ato Público do PSOL realizado no Buraco do Lume, no centro.
A maquete foi feita pelo grupo de Artistas de Rua em Defesa da Ética (Arde) Também foram distribuídos panfletos com reflexões sobre a situação do Senado brasileiro e com os e-mails dos três políticos, para incentivar a população a cobrar uma posição dos senadores fluminenses. Durante o discurso, Chico afirmou que a “Hidra de Lerna é forte e poderosa, nos leva para o buraco, mas não é invencível”, fazendo uma referência à história da mitologia grega, na qual o monstro foi derrotado por Hércules em um de seus doze trabalhos.
A “romaria” da Hidra de Lerna passará, no sábado, dia 15, em Caxias (na Praça do Relógio) às 10h e às 14 horas em Copacabana (Posto 6). Na manhã de domingo (10 às 13horas), o PSOL estará com a maquete na esquina da rua Santa Clara com Av. Atlântica, com coleta de assinaturas da campanha. Na segunda, será a vez do Largo da Carioca, às 12h. De acordo com o deputado federal, já existem pedidos para que o protesto vá a Campos dos Goytacazes, Armação de Búzios e Niterói. Mais informações em www.forasarney.com.
A Hidra de Lerna era um animal fantástico da mitologia grega, que morava no pântano de Lerna com inúmeras cabeças de serpente (diferentes versões dizem ser 7, 8, 9 ou até 10 cabeças) que se regeneravam (ou seja, matava-se uma e surgia pelo menos mais uma no lugar) e corpo de dragão, cujo hálito era venenoso. Uma das cabeças era imortal.
Foi derrotada por Hércules em um dos doze trabalhos, que atirou uma pedra na cabeça imortal ou, em outras versões, destruiu cada cabeça e, para não se regenerarem, pediu ao sobrinho Jolau para queimar cada cabeça após ser cortada. Segundo a tradição, o monstro foi criado por Hera para matar Hércules. Quando percebeu que Hércules iria matar a serpente, Hera enviou-lhe ajuda – um enorme caranguejo -, mas Hércules pisou-o e o animal converteu-se na constelação de caranguejo (ou Câncer). Hércules, após a matar, aproveitou para banhar as flechas no sangue, para as deixar venenosas também.