O Brasil anunciou cortes nas despesas públicas e altas de impostos nesta segunda-feira, 14 de setembro, para equilibrar o orçamento de 2016 já com déficit primário (déficit excluindo encargos da dívida)
O ministro do planejamento, Nelson Barbosa, informou à imprensa em Brasília que o plano de austeridade chegará a 64,9 bilhões de reais (15 bilhões de euros) e implicará num congelamento dos aumentos salariais e nas contratações no setor público, na redução de 10 dos 39 ministérios – ou seja, pelo menos 1000 postos de trabalho – e nos cortes
em programas
despesas sociais como habitação e saúde.
O objetivo é passar do atual déficit primário de 0,5% do PIB para 2016, que fez o Brasil perder sua nota de “bom pagador”, a um excedente de 0,7% do PIB. Na última semana, a agência de classificação Standard & Poor’s classificou o Brasil – a sétima economia mundial, que entrou em recessão no segundo trimestre – entre os tomadores de empréstimos “especulativos”.
“Cortar na própria carne”
“São reduções importantes, que alcançam os funcionários de forma importante, o funcionamento do aparelho” do Estado, destacou o ministro da fazenda, Joaquim Levy, a propósito dos cortes. O gigante sul-americano busca assim alternativas para equilibrar as contas “cortando na própria carne” as despesas públicas, previu ele recentemente.
Mergulhada em uma crise política e econômica e em um enorme escândalo de corrupção na empresa petrolífera Petrobras que respinga na
coalizão
de centro-esquerda no poder, a presidente Dilma Rousseff deverá cortar programas sociais, vitrine do Partido dos Trabalhadores, no poder há 12 anos.
Tradução: Argemiro Pertence
Le Brésil plonge dans l’austérité
Le Monde.fr avec AFP
Le Brésil a annoncé des coupes dans les dépenses publiques et des hausses d’impôts lundi 14 septembre, afin d’éviter de boucler le budget 2016 en déficit primaire (déficit hors charge de la dette).
Le ministre de la planification, Nelson Barbosa, a expliqué devant la presse à Brasilia que le plan d’austérité se monterait à 64,9 milliards de reais (15 milliards d’euros) et impliquera un gel des hausses de salaires et des embauches dans le secteur public, la suppression de 10 des 39 ministères – soit 1 000 postes en moins –, et des coupes dans les dépenses sociales comme le logement et la santé.
L’objectif est de passer de l’actuel déficit primaire de 0,5 % du PIB pour 2016 qui a fait perdre au Brésil son sceau de « bon payeur » à un excédent de 0,7 % du PIB. La semaine dernière, l’agence de notation Standard & Poor’s (SP) avait relégué le Brésil – septième économie mondiale, entrée en récession au deuxième trimestre – parmi les emprunteurs « spéculatifs ».
« Couper dans la chair »
« Ce sont des réductions importantes qui touchent les fonctionnaires de façon importante, le fonctionnement de l’appareil » de l’Etat, a souligné le ministre des finances, Joaquim Levy, à propos des coupes. Le géant sud-américain cherche désormais des alternatives pour équilibrer les comptes en « coupant dans la chair » des dépenses publiques, avait-il prévenu récemment.
Empêtrée dans une crise politique et économique et dans le vaste scandale de corruption au sein de la compagnie pétrolière Petrobras qui éclabousse la coalition de centre-gauche au pouvoir, la présidente Dilma Rousseff devra aussi couper dans les programmes sociaux, vitrine du Parti des travailleurs, au pouvoir depuis douze ans.