A nomeação de Joaquim Levy vem sendo festejada unanimemente pela mídia.
Por quê?
Aos interessados recomendo a leitura do texto “sob a luz do sol” que consolida o teor da participação de diversos formadores de opinião na área econômica em seminário realizado pelo INSPER pouco antes das eleições presidenciais.
O tema foi “uma agenda para o Brasil.”
O texto está disponível no seguinte endereço:
www.insper.edu.br
O foco dos palestrantes foi a crítica aos quatro primeiros anos de gestão do governo Dilma e a formulação de alternativas.
Eis o título dos “papers” apresentados e nome dos respectivos autores:
"A política econômica do governo Dilma: a volta do experimentalismo";
Mário Mesquita
"Desaceleração recente da economia";
Fernando de Holanda Barbosa Filho e Samuel Pessoa
"Aprimorando a política econômica";
Daniel Luiz Gleizer
"Demografia, reformas e bonança externa";
Affonso Pastore e Maria Cristina Pinotti
"Robustez fiscal e qualidade do gasto como ferramentas para o crescimento";
Joaquim Levy
"Propostas para melhorar a qualidade do sistema tributário";
Bernard Appy
"Medidas para elevar a contribuição do trabalho ao crescimento econômico e melhorar a competitividade";
Aurélio Bicalho e Ilan Goldfajn
"Governança das Políticas Públicas";
Marcos de Barros Lisboa
"Transformando a vida dos mais pobres"
Naercio Menezes Filho
"Política urbana: contribuição para “Sob a Luz do Sol – Uma Agenda Para o Brasil”;
Philip Yang
Integrar para crescer: o Brasil na economia mundial
Edmar Bacha
Como Joaquim Levy passará a ser Ministro da Fazenda convém ler o ponto que destaca com ênfase na sua dissertação:
“A participação do setor privado no investimento de infra-estrutura continua sendo uma forma de aliviar a pressão fiscal e acelerar a conclusão de projetos. O sucesso dessa estratégia depende não só da sinalização das expectativas de lucro, mas de regras de repartição de risco com o setor privado. Sendo adequadas, elas podem evitar garantias excessivas do governo e alavancar o poder transformador do mercado de capitais, inclusive pela expansão do mercado de instrumentos de renda fixa emitidos pelo setor privado. Com isso, se poderá fruir mais dos benefícios de uma queda dos juros decorrente da melhora fiscal.”
Em suma: mudança para garantir lucros e mitigar responsabilidades do setor privado.
Observadas tais premissas seria possível atrair capitais:
“Uma estratégia para encapsular ações como as alinhavadas acima poderia incluir ainda uma reavaliação do interesse do Brasil em se tornar membro pleno da OCDE, em condições adequadas ao país. Tal orientação poderia abrir novos reservatórios de poupança de longo prazo e custos reduzidos, facilitando a gestão fiscal e o investimento privado”.
Edmar Bacha na sua intervenção é mais explícito:
"E o petróleo do pré-sal pode em breve unir-se à exploração dos minérios e à expansão da agricultura para tornar o país uma potência na área das commodities. Mas todas essas oportunidades poderão ser desperdiçadas se prevalecer uma mentalidade anticompetitiva, de preservação do mercado interno contra uma suposta invasão dos importados, de desenhos inadequados das concessões e parcerias público-privadas, e de encarecimento da exploração do pré-sal com requisitos excessivos de intervenção estatal e de conteúdo nacional. Para que as oportunidades de investimentos abertas pela expansão do mercado interno, da infraestrutura e o pré-sal se traduzam em aumentos sustentados da produtividade elas precisam estar informadas pelo princípio da “exportabilidade” e não pelo da substituição protegida de importações.”
E, afinal, quem é o INSPER?
“Em outubro de 2003, Claudio Haddad e seus sócios Jorge Paulo Lemann, Marcel Herrmann Telles e Carlos Alberto da Veiga Sicupira se tornaram os controladores exclusivos do Insper, ao adquirirem as participações dos demais sócios. Já em 2004, a filial de São Paulo foi doada ao Instituto Veris, uma entidade sem fins lucrativos, e passa a adotar o nome IBMEC São Paulo. Com isso, tornou-se uma instituição independente das outras filiais”.
E quem é a trinca de empresários que controla o INSPER?
“Com os sócios Telles e Sicupira, Lemann fundou a 3G Capital, em 2004, com sede em Nova York e Rio de Janeiro. Em parceria com a empresa multinacional Berkshire Hathaway, pertencente ao investidor Warren Buffett, o 3G adquiriu, em fevereiro de 2013, a fabricante norte-americana de ketchup H. J. Heinz Company por US$ 23,2 bilhões. Em agosto de 2014 Lemann possuía uma fortuna avaliada atualmente em R$ 49,85 bilhões, o que o torna o brasileiro mais rico e o segundo suíço mais rico. Sua fortuna é a 34ª maior do mundo”.
O pensar de Cláudio Haddad está claramente fixado na seguinte avaliação que faz do ENADE: “Para mim está claro que o Enade deixa à mostra o modo torto de ver o mundo da maioria dos nossos educadores. Eles são mergulhados nessa ideologia antiempresa, antilucro, antimercado já nas faculdades de pedagogia. Depois tratam de plantar essa visão na cabeça dos estudantes.”
EM SUMA É A ELITE EMPRESARIAL QUE PRETENDE ASSUMIR O CONTROLE, NÃO SÓ DA ECONOMIA, MAS TAMBÉM DA FORMAÇÃO DE VALORES E PRINCÍPIOS DOMINANTES.
O grande alarde e foco em torno da CORRUPÇÂO reinante no País não passa de cortina de fumaça a mascarar o interesse subjacente: apropriação da riqueza.
O clube dos megamilionários quer controlar tudo sem risco ou ônus, ficando com o lucro.
Dilma, aparentemente, rendeu-se para preservar o mandato, como antes dela o fez Lula.
É um jogo perigoso, para ela e seus aliados, porque o projeto em curso parece pretender colocar todos na cadeia por corrupção.
Pode ser que para eles haja uma saída, um acordo de conveniências: vocês ficam com o poder nominal e sob a ameaça de irem parar atrás das grades a qualquer momento caso puxem o nosso tapete ou venham a ferir interesses vitais.
A espada de Dâmocles é: controlamos o circuito financeiro internacional e a este título temos em mãos o fio da meada de como e onde é aplicado o fruto da “corrupção passiva ou ativa”, bem como dos mecanismos utilizados para lavar os recursos escusos. Portanto, comportem-se.
PERGUNTAR NÃO OFENDE:
ESTÁ CLARO QUE OS CORRUPTOS ESTÃO EXPOSTOS.
E QUANTO AOS ESCROQUES QUE VIABILIZAM A CORRUPÇÃO?