Quero registrar minha irrestrita solidariedade a Alberto Dines, lenda viva do jornalismo brasileiro, face aos ataques vis e destrambelhados do pitbull de reacionários Reinaldo Azevedo.
Admiro Dines desde a terrível década de 1970, quando seu Jornal dos Jornais (página dominical na Folha de S. Paulo) foi um dos poucos respiradouros da imprensa brasileira, amordaçada pela ditadura.
Com extrema coragem e muito jogo de cintura, ele aproveitava a crítica da mídia para contrabandear informações melindrosas de bastidores, impulsionar a distensão política e expor as tramóias da linha dura.
Eu comprava sempre a Folha na madrugada de domingo e devorava o Jornal dos Jornais antes da noite de sono. Muitos outros jornalistas e cidadãos idealistas, obrigados a viver debaixo das botas, faziam o mesmo. O Dines lavava a nossa alma.
E, seguramente, correu riscos que pigmeus morais como Reinaldo Azevedo nem sequer conseguem aquilatar -- e jamais assumiriam, pois estão sempre a serviço dos poderosos, buscando fazer-se adotar pelos que melhor remuneram os serviços sujos.
Faço minhas todas as palavras do Dines a respeito do Reinaldo Azevedo e acrescento as que disse aqui. Indignidade tem limite.
Alguém como Alberto Dines não deve rebaixar-se a travar polêmicas com a escória do jornalismo. Isso cabe a nós, que estamos seguindo seus passos e seu exemplo na luta contra a fascistização da imprensa.
Celso Lungaretti, jornalista, em comentário publicado no Observatório da Imprensa.
Obs.: depois de se referir a Che Guevara como “porco fedorento”, o blogueiro Reinaldo Azevedo, abrigado na Veja, novamente expõe sua pequenez moral e intelectual, não se dando conta do papel ridículo que faz ao tentar atingir alguém situado numa altura totalmente inacessível para os vermes rasteiros. Fiz questão de me posicionar ao lado de Dines, como me posicionei ao lado do MR-8 dos anos de chumbo, dos estudantes que ocuparam a reitoria da USP, de Lamarca e de Guevara, também satanizados pela Veja e seus capangas. Os textos referentes a essa polêmica são “Debate simplista, respostas grosseiras" (http://observatorio.ultimosegundo.ig.com.br) e “O grande circo da violência” (http://observatorio.ultimosegundo.ig.com.br), do Alberto Dines; e “Alberto Dines me chama de cão de guarda. E eu mordo calcanhar de velhacos”, “Não repudio a gravidade do velho, mas a tolice do moleque” e “Segundo Dines, coitado!, eu socorri a Folha!!! Acho que seu Haldol acabou”, do Reinaldo Azevedo (http://veja.abril.com.br/blogs/reinaldo). A simples menção dos títulos dá uma boa idéia da argumentação de Reinaldo Azevedo, que já foi flagrado defendendo posições racistas e agora trombeteia seu preconceito contra os idosos.