A pesquisa Ibope divulgada na noite de quinta-feira (7) pelo “Jornal Nacional” da TV Globo frustrou as esperanças da maioria dos “calunistas” da velha imprensa. Apesar de todo o bombardeio midiático, a presidenta Dilma Rousseff manteve-se estável, com 38% das intenções de voto, já os seus dois principais concorrentes – o neoliberal Aécio Neves (23%) e o dissidente Eduardo Campos (9%) – não conseguiram decolar. Por esta foto do momento – que não deve gerar falsas ilusões –, a candidata petista seria reeleita já no primeiro turno. Diante deste resultado, Merval Pereira, o “imortal” da Rede Globo, quase corta o pulso. Já Eliane Cantanhêde, da Folha, parece mais desanimada com a “massa cheirosa” tucana.
O percentual de 38% de Dilma Rousseff é o mesmo registrado pelo Ibope em julho. No caso do cambaleante presidenciável do PSDB, ele oscilou dentro da margem de erro, passando de 22% para 23% - o que é estranho, já que no período pintou o escândalo do “aecioporto”, o aeroporto na fazenda do titio de Aécio Neves construído com R$ 14 milhões dos cofres públicos de Minas Gerais. Já Eduardo Campos subiu um ponto e segue empacado, correndo o sério risco de terminar a corrida presidencial bem menor do que entrou na campanha. Pela pesquisa, a única salvação dos velhos e novos oposicionistas são os chamados candidatos “nanicos”, que – insuflados – podem até levar a disputa para o segundo turno.
A decepção dos especuladores
Este cenário “estável” explica o desânimo de Merval Pereira, em sua coluna no jornal O Globo deste sábado (9). O “imortal” utiliza os humores do “deus-mercado” para justificar seus temores. “Faltando dez dias para o início da propaganda eleitoral no rádio e na televisão, há uma expectativa no mercado político que se reflete no financeiro e justifica os resultados como a queda da Bolsa em consequência do resultado da mais recente pesquisa divulgada pelo Ibope. O fato de o candidato do PSDB Aécio Neves não ter tido um crescimento fora da margem de erro decepcionou os especuladores, que já temem a resiliência da candidatura da presidente Dilma à reeleição”. Os agiotas estão decepcionados, confessa o "calunista"!
Difusor da “escandalização da política”, que gerou tamanho ceticismo na sociedade, Merval Pereira agora se mostra bastante preocupado com o risco do abstencionismo. “Se a falta de empolgação do eleitorado com a campanha representar repúdio à maneira como a política é feita no Brasil, o número de votos em branco e nulo será maior do que o normal, e será difícil definir se os votos válidos poderão definir o final da disputa no primeiro turno com a vitória de Dilma, apesar da rejeição verificada à sua candidatura e à baixa aprovação ao seu governo. Seria uma vitória da máquina partidária sobre o sentimento geral do eleitorado que, mal informado ou desanimado, não votará e acabará elegendo quem rejeita”.
A mesma descrença parece ter contagiado Eliane Cantanhêde, a outrora animada colunista da “massa cheirosa” tucana. Ele escreveu na Folha de quinta-feira (7): “Dilma caiu drasticamente nas pesquisas desde as manifestações de junho de 2013 e jamais voltou aos patamares recordes que tinha. Nem por isso a oposição está bombando. Aécio Neves, Eduardo Campos e o Pastor Everaldo, somados, têm 31% das intenções de voto. Os três maiores opositores de 2010 chegavam a 48%, e os de 2006 tinham 39% na mesma fase da campanha. Mesmo assim, nas duas, o Planalto ganhou e a oposição perdeu. Logo, Dilma não está nada bem, mas a oposição não convence e não tem nenhum motivo para comemorar”