Como é do conhecimento de todos, o time formado por jogadores de futebol escolhidos e amestrados pela corrupta CBF venceu em junho o torneio Copa das Confederações, organizado pela não menos corrupta Fifa em dobradinha com o gerenciamento petista vende-pátria pela própria natureza.
Não obstante, não faltaram incitações a um vil ufanismo por parte das "autoridades" e do monopólio da imprensa em torno justamente da reunião de toda esta canalha em autêntica formação de quadrilha para desviar recursos públicos que, em vez de serem usados para melhorar as condições de vida da população, foram gastos na promoção do circo fascista, repassados a empreiteiras, torrados na imensa logística da festa dos endinheirados, manejados de maneira infame para atender as exigências da Fifa e das companhias transnacionais que patrocinaram o evento.
Só com as reformas e "adequações" às exigências da Fifa dos seis estádios utilizados para os jogos da Copa das Confederações, os gastos ultrapassaram a marca dos R$ 4,5 bilhões.
Isso sem contar a sangria de dinheiro público empregado em tudo mais que foi mobilizado, movido ou erguido para o "evento teste para a Copa do Mundo". Um levantamento feito pela seção de esportes do portal UOL mostrou que cada um dos 16 jogos da Copa das Confederações custou em média cerca de R$ 16 milhões aos cofres públicos do país, contabilizando o uso de recursos federais, estaduais e municipais. Só o sorteio dos dois grupos de quatro seleções que disputaram o campeonato custou R$ 6,4 milhões, pagos pela prefeitura de São Paulo, cidade que sequer recebeu jogos do torneio.
R$ 58 MILHÕES NA REPRESSÃO...
O valor inclui apenas gastos exclusivos para a realização da competição, caso das instalações provisórias de todo gênero em volta dos estádios, como tendas de patrocinadores da Fifa, e da implantação de infraestrutura de telefonia, internet e transmissão de TV, entre outras parafernálias, sem incluir gastos com construção ou reformas de estádios ou com obras que visam também, e sobretudo, a Copa do Mundo de 2014.
Não entraram na soma do UOL Esporte, entretanto, gastos como os R$ 8 milhões que a Secretaria Extraordinária de Grandes Eventos (Sesg), do Ministério da Justiça, torrou, durante o torneio e sem licitação, em balas de borracha, gás lacrimogêneo e bombas de "efeito moral". Antes do começo da Copa das Confederações, e visando-a, já haviam sido gastos R$ 50 milhões na mesma estirpe de "equipamentos para a contenção de distúrbios".
Ou seja: o torneio preparatório para a Copa do Mundo de 2014 sorveu R$ 58 milhões só em artefatos entregues às forças de repressão para serem usados contra o povo nas ruas então em franca e justa rebelião, entre outros motivos, contra os gastos públicos exorbitantes com os chamados "megaeventos" esportivos que o PT ajudou a trazer para cá.
Uma das nuances mais bizarras do sorvedouro de recursos públicos que foi a Copa das Confederações, de uso criminoso das riquezas geradas pelo proletariado brasileiro, tomadas das massas trabalhadoras na forma de impostos sobre o trabalho e sobre o consumo - porque os capitalistas gozam de toda sorte de isenções fiscais -, foi o que aconteceu em Brasília.
DILMA MENTE SOBRE GASTOS
O valor gasto no Distrito Federal só com a festa de abertura da Copa das Confederações foi de R$ 41 milhões, a maior parte para pagar estruturas provisórias para um estádio, o Mané Garrincha, cuja construção já havia custado mais de R$ 1 bilhão aos cofres públicos. Cerca de R$ 2,8 milhões em dinheiro público foram gastos só com a distribuição de ingressos e convites para camarotes.
Nem mesmo o argumento picareta, mas oficial, que as "autoridades" costumam usar como justificativa para o financiamento das festas dos ricos, ou seja, o de que a gastança "aquece" a economia local e gera dividendos com o aumento do turismo, do consumo, etc, nem mesmo essa lengalenga se sustentou. Segundo dados da própria Embratur, a abertura da Copa das Confederações em Brasília gerou cerca de R$ 22 milhões em rendimentos para o Distrito Federal, apenas metade do que foi gasto com o evento, sendo que a maioria do faturamento extra foi para o bolso de patrões, como os proprietários de grandes hotéis.
Enquanto isso, Dilma tenta iludir o povo dizendo que jamais destinaria um centavo sequer que poderia ser investido em saúde ou educação públicas à construção ou reforma de "arenas" para as festas da Fifa e de seus ricos associados.
Ora, além de o gerenciamento federal já ter financiado a construção e reforma dos estádios da Copa de forma indireta (empréstimos governamentais a juros subsidiados e isenções fiscais), R$ 63 milhões foram gastos diretamente pela União em reformas de 24 estádios que serão candidatos a receber treinos de seleções para a Mundial de 2014, por meio de convênios e empenho de recursos do Ministério do Esporte, chefiado pelo revisionista Aldo Rebelo (Pecedobê), conforme revelou o jornalista Rodrigo Mattos em levantamento publicado no início de julho também no UOL Esporte.
Essa é a contabilidade da promoção do circo para despolitizar as massas no âmbito desse fascismo sofisticado em vigor na semicolônia Brasil.