A anunciada “greve geral” ou “dia nacional de lutas” das centrais sindicais chapa-branca, em 11 de julho/2013, ao contrário do que se viu nos multitudinários protestos de junho, é o retrato do fracasso e de rechaço aos instrumentos governistas que tentaram se aproveitar da explosão de revolta do povo e canalizar a poderosa “voz das ruas” para fins eleitoreiros e para dar sobrevida ao oportunismo no gerenciamento de turno e seu genocida Estado burguês-latifundiário.
Resultou num fiasco as manifestações convocadas pelo consórcio oportunista das centrais sindicais pelegas (CUT, Força Sindical, CTB, UGT, NCST, CGTB, CSP-Conlutas, CSB, etc) e partidos eleitoreiros (PT, Pcedobê, PDT, PSTU e Psol, etc), mais UNE, UBES, MST e demais satélites. A verdade é que, com base no objetivo do governo, a tática demonstrou-se um enorme fracasso. A participação foi muito pequena, em vista do estardalhaço feito anteriormente pelas centrais amarelas. Ao contrário da explosão de revolta espontânea que tomou as ruas de todo o país com milhões de pessoas; desfiles esvaziado com balões e estandartes das centrais carregados na base do pagamento de diárias que variavam de R$ 50 a R$ 90 reais e com a frieza de uma militância de aluguel.
Ao contrário dos cartazes de cartolina com palavras de ordem, do rechaço a todos os eleitoreiros, o mais descarado oportunismo eleitoreiro e governismo escancarado. Os discursos no carro de som dos pelegões não encontrou eco nenhum e se perderam pelas ruas vazias de São Paulo, de Belo Horizonte e outras capitais. Ao contrário dos rostos cobertos, da revolta contra a podridão do velho estado e da combatividade; elogios à polícia repressora e execução do hino nacional no carro de som quando o pau quebrou no Rio de Janeiro. Qualquer semelhança com o finado pelego Joaquinzão que também mandava tocar o hino nacional quando ocorria confusões ou algo saia fora do script nas assembleias dos metalúrgicos de São Paulo, não é mera coincidência!
Os bloqueios de rodovia em diversas regiões do país, paralisações de garagens e estações de ônibus e outros protestos mais combativos que fugiram do controle das centrais chapa-branca, a polícia reprimiu o povo com brutalidade, com bombas, tiros de balas de borracha e prisões, enquanto o cortejo governista dos pelegos era escoltado pelas forças de repressão.
Mas o objetivo do governo e das centrais de pegar carona na revolta das ruas foi por água a baixo. O contraste entre os protestos de junho e o “Dia Nacional” dos pelegos foi tão grande que serviu apenas para mostrar o verdadeiro abismo que separa as multidões que tomaram as ruas em revolta e o caminho proposto pelos eleitoreiros, seus partidos e centrais chapa-branca.
O que se viu foi, na maioria absoluta dos casos, reuniões dos grandes pelegos das cúpulas das centrais confraternizando com Renan Calheiros, Dilma Rousseff, com deputados, enfim, a mais escrachada conciliação de classes entre esses inimigos do povo.
Os bate-paus da Força Sindical prometeram e cumpriram: em suas passeatas no Rio de Janeiro e em São Paulo, montaram esquema policial para perseguir e prender todos que sustentassem posições classistas e combativas, e inclusive auxiliaram as forças de repressão dedurando prendendo e entregando manifestantes para a polícia fazendo o mesmo discurso da rede globo acusando-os de “vândalos e baderneiros”. Em seus carros de som, elogiavam a repressão policial.
No Rio de Janeiro, local onde ocorreram enormes protestos com até um milhão de pessoas no mês passado, foi onde o povo deu maior prova de que não admite cabresto e enganação das centrais governistas. Durante o protesto no centro da cidade, apesar da deduragem e tentativas dos pelegos de impedir ações mais combativas, milhares de manifestantes iniciaram denunciando de dentro da própria manifestação gritando para o carro de som da Força Sindical: “Oportunistas, oportunistas!”.
A prisão de um jovem acusado de apedrejar a vidraça de uma igreja foi o estopim para uma grande revolta que tomou as ruas do centro da cidade, seguiu a Avenida Rio Branco, uma das principais da cidade. A polícia atacou os manifestantes com bombas e tiros de balas de borracha e foram respondidos com firmeza pelos manifestantes. Os pelegos tentaram prender um manifestante e entrega-lo a polícia. Jovens foram presos e a polícia utilizou armas de choque em pessoas rendidas. Cerca de 50 pessoas foram presas durante o protesto e cinco manifestantes, entre deles dois menores, foram indiciados por “formação de quadrilha”.
A ação combativa da juventude estilhaçou a vidraça de mentiras e escancarou para todos verem que o “Dia Nacional” dos pelegos não passava de mais uma jogada eleitoreira. Com suas máscaras anti-gás, rostos cobertos e palavras de ordem, quando os oportunistas se dispersaram desordenados, os jovens se perfilaram e desafiaram as forças de repressão: “olha nós aqui de novo” – gritavam. E a polícia mais uma vez descarregou suas bombas contra manifestantes, populares, bares, hospitais, aumentando ainda mais a revolta popular.
Reuniram até com o reacionário e turista da FAB Renan Calheiros
No Espírito Santo, por exemplo, a "greve" do transporte coletivo ajudou a impedir que a periferia participasse dos eventos. Ao megapelego Edson Bastos, presidente do sindicato dos rodoviários, saído de uma eleição desgastado, interessava uma imagem de "combativo". Na verdade, ele sempre fez esse tipo de "greve de esvaziamento". No caso, também interessava aos patrões manter os ônibus nas garagens. Quem sabe essa "greve" também teve o dedo do Sr. Nunes, presidente da CUT: em todas as reuniões do Conselho Tarifário, ele votou a favor dos aumentos das passagens, solidário com o Sr. Edson e as empresas de transporte coletivo. A verdade é que a queima de centenas de pneus na entrada das cidade - meia dúzia faria o mesmo efeito -, intoxicando os moradores vizinhos, e a realização de atos com algumas centenas de militantes remunerados, não foi suficiente para intoxicar os corações e mentes, que já sabem o papel traidor dsses movimentos - inclusive ongs - mantidos pelos governos e patrões.
Já em Belo Horizonte, o transporte coletivo por ônibus foi paralisado no dia 11/7, mas não pela ação dos pelegos do Sindicato dos Rodoviários de BH. O presidente biônico do sindicato, Ronaldo Batista, no dia anterior tinha concedido várias entrevistas a emissoras de rádio e televisão, dizendo os rodoviários optaram pela não paralisação justamente para proporcionarem transporte aos trabalhadores que quiserem aderir ao movimento. “Não seria uma greve geral se os rodoviários parassem. Isso iria inviabilizar que outras categorias se manifestassem. Como o camarada que mora em Santa Luzia, por exemplo, chegaria ao Centro para se manifestar?”, argumentou. Na verdade, em conluio com as empresas de ônibus, Ronaldo intimou diretores e ativistas do sindicato para irem de madrugada as estações de ônibus e convocar os rodoviários a rodar normalmente. Mas deram com os burros n’água.
Os pelegos foram atropelados e os rodoviários e a população usuária do péssimo e caro serviço de transporte paralisaram as Estações e enfileiraram os ônibus nas imediações. Já os Metroviários e seu Sindicato teve uma atitude combativa e parou 100% o metrô, mesmo com o judiciário arbitrando multa de R$ 50 mil reais para desmobilizar a greve.
A dita "esquerda" governista e seus satélites estão em apuros. Para continuar enganando as massas, não bastam as promessas e os jogos de cena, como a tal reforma política. É necessário atender a pelo menos
parte das reivindicações, como final das copas e eventos, fim das repressões aos índios, camponeses, fim do fator previdenciário, redução efetiva da jornada de trabalho, dentre outras. Mas para isso deverá retirar dos seus amos, os banqueiros e demais grandes capitalistas. Isso fará diferença, e não os salamaleques dessas centrais sindicais e demais movimentos pelegos. Não há sinais de que isso irá acontecer, porque o sistema não comporta. Essa é a contradição que retira o sono desses oportunistas.
Evidentemente, como tudo, há elementos positivos a considerar, a começar que muitos não saíram à rua por conta da articulação governista, e levantaram as justas reinvindicações de destruição desse Estado corrupto e repressor, fim das copas e eventos etc. Além disso, mesmo os oportunistas de direita foram obrigados a desfraldar a bandeira das 40 horas (mesmo que imediatamente continuem fazendo acordos de banco de horas, etc), fim do fator previdenciário, reforma agrária (nada sobre a destruição do latifúndio), e outras justas reivindicações populares. Hipocritamente não reconhecem, nesses temas, que não avançaram um centímetro, retrocendendo quilômetros na verdade, e deixam de esclarecer como “mudarão de rumo”, continuando aliados a delfins, collors, renans, sarneys, katias abreus, etc.
O povo provou, simplesmente não comparecendo, ou melando com suas ações combativas, que não aceita a enganação dessas centrais governistas, cevadas nos cargos e nos fartos recursos jorrados dos cofres estatais, que apoiam e são co-responsáveis pela política do salário mínimo de fome, arrocho geral dos salários, ataques aos aposentados, a Previdência e Saúde Públicas, etc.; que são cumplices de toda essa política de exploração, abusos, de violência policial cotidiana na vida do povo.