Abro a janela e abrigo-me na luz do sol
Me perco em lembranças, que me trazem saudades
De momentos e lugares onde vivi.
Vejo bem longe no infinito, imagens que consigo carregar.
Como se fosse um filme, e eu a encenar.
Tantas coisas boas vividas, como eram bons os dias por lá.
Meus pés eram tão pequeninos, para percorrer tanto chão
Para brincar de queimado e de policia ladrão.
Por lá tínhamos uma cabana, o tal clubinho de infância.
Éramos um grupo entre meninos e meninas e todos brincavam na rua.
Falávamos de tudo que vinha em mente, e nossas noites eram silenciosas.
No mato ouvíamos os sapos, no ar os vagalumes brincavam.
Parecia guiar nossos passos para colocar abobora bruxas no caminho.
E assustar ali quem passava.
Nossos pais sabiam de tudo, mas fingiam e conosco brincavam.
De noite jogar vôlei na praia, não existia tanta maldade, até entravamos na água.
E ficamos todos parados ao ver o reflexo da lua no escuro do mar.
Um trem de longe apitava, alertando de sua chegada, para calçados todos corriam
Com olhos esbugalhados para ver ele passar.
Ouvíamos muitas histórias dos moradores daquele lugar, tínhamos até um farol,
Onde sempre iríamos brincar.
Travessar os trilhos do trem era como brincar de pula-pula.
E chegar até o outro lado da rua.
Acordei de minha viagem, por minutos voltei no mesmo lugar.
Que pena hoje a realidade, nada mais existe lá.
Tudo se foi e muitos foram embora, resta-nos somente lembranças,
E historias para contar.
Do alto da Imbetiba, este era o meu lugar .
Luiza Joy 22.01.2012