O desalento do momento atordoa em demasia
Vozes nefandas enviando comandos
Partes de fragmentos d'alma em poesia
Com sinistras auras conectando
Que fazer c'a vazia impotência do ser
Estando a gigantes malevolentes à mercê?
Diriam loucura, alienação, aberração
Quem não experiencia no ato essa pressão
Lamúrias fluentes, eloquentes, alheias
Invadindo nervos e sistema autônomo
Daria com graça o louvor a quaisquer idéias
Que levassem à origem e lhe dessem sono
Como livrar dos que já sem vida
Atravessam a abstração impondo-se no real
Se contar nunca seria a saída
E sem chance obteria d'um vivo o aval?
Distante é o mundo dos mortais
Da abundância às misérias materiais
Infelizes seres alienados de sua condição
Agindo como animais no que nomeiam civilização!
--
Tania Montandon