Opinião
O que fazer quando a instituição que você ajudou a criar para defender
seus direitos e ser uma barreira contra armadilhas e ataques a esses
direitos, conquistados a duras penas e com enorme sacrifício, o
abandona? O que fazer quando você percebe que os dirigentes desta
instituição estão mais preocupados em manter seus cargos e defender a
política do partido que sustenta as ações do governo do que defender
uma política sindical voltada para seus associados?
O que fazer quando esta mesma instituição usa as armas da calúnia, da ofensa e do poder econômico contra seus adversários - armas que já foram usadas por inimigos tachados de "fascistas e antidemocráticos de direita" e atuais "sócios" no governo - tentando desqualificar uma vitória de toda a categoria nas eleições da Petros, traindo os ideais com os quais foi criada? Como reagir aos atos de dirigentes sindicais que não ouvem suas bases, se distanciam dos petroleiros e fazem apenas o que seus "mentores" ordenam?
A direção do Sindipetro-NF confirma em um de seus informativos que estamos "pagando" umas "merrecas" a mais para a FUP porque os 05 sindipetros que sabiamente caíram fora daquela canoa furada a deixaram em não muito boas condições financeiras. Quer dizer: a FUP perdeu 05 sindicatos, emagreceu mas continua "comendo" o mesmo, quando o normal seria se adequar. E nós é que pagamos. A culpa é nossa!
Em um cenário tão triste como este, as ações destes sindicalistas, "neopelegos" (re)formados dentro da própria categoria, intencionalmente sufocam qualquer tentativa de renovação e surgimento de novas lideranças sindicais nos novos quadros da empresa. O interesse cada vez menor dos petroleiros nas políticas e ações sindicais apenas atestam o que se percebe: não existe interesse em se criar um ambiente favorável para renovação sindical e sim a perpetuação de uma "casta" que já está viciada e se agarra ou busca sôfrega e desesperadamente cargos dentro da empresa ou governo.
A resposta já foi traçada pela própria categoria quando se decidiu pela criação da FNP - Frente Nacional dos Petroleiros. Só quem ainda não entendeu o momento político atual e vive das lembranças de uma Federação combativa e que não se vendia acha que a FUP atual tem salvação. Não é possível mais sustentar uma entidade que se uniu ao poder federal e se vendeu em troca de posições e cargos na alta cúpula do governo e da empresa. É nossa firme opinião que o trabalhador deve construir quantas instituições forem necessárias para defender seus direitos frente aos exploradores do Capital e consolidar seu espaço político-social para transformar a sociedade, abandonando outras tantas vezes, se necessário, estas mesmas instituições caso venham a se desviar dos objetivos para os quais foram criadas. A categoria deve ser soberana de suas ações e desprezar pseudo líderes sindicais que vivem a repetir o mantra "precisamos preservar e defender as instituições criadas por nós", pois já é sabido que o único objetivo real deles é a defesa de interesses pessoais e a categoria que se "dane"!
Na assembléia de Imbetiba que decidiu sobre a proposta do PCAC, testemunhamos algo que só traz vergonha para o movimento sindical, embora em se falando de FUP e direção do sindipetro-NF, isto é fato normal. A Petrobrás, percebendo que as direções sindicais não teriam condições de aprovar o plano, pois as assembléias realizadas nas plataformas sinalizavam com o indicativo de rejeição, assumiu o controle da assembléia e deu a seguinte orientação:
1- Liberação do STIF para presença na assembléia
2- Votar na proposta da Petrobrás
3- Presença dos gerentes e supervisores votando e fiscalizando as ações de seus subordinados.
Situação inédita foi a presença na assembléia em Imbetiba de um total de 736 trabalhadores, o que nunca ocorreu nos últimos dez anos, onde a média máxima nas assembléias de aprovação de acordo sempre foi de cerca de 300 trabalhadores, fato este denunciado por diversos presentes, que não estavam se sentindo livres para votar, já que aquela situação estava deixando-os constrangidos.
Relatos como esses acima aconteceram em assembléias em diversas plataformas, quando o radio de algumas destas unidades foi usado para propagandear as proposta da empresa, além da presença do GEPLAT. É chegada a hora dos petroleiros da bacia de Campos, a exemplo de 05 outros sindipetros que já passaram por este momento, avaliar e decidir sobre seu atrelamento à FUP e à sua política de subserviência, venda de conquistas e peleguismo. Devemos decidir se continuamos a servir de massa de manobra para a FUP e o Governo, no teatro sindical que hoje vivemos.
CIPAS da Bacia de Campos finalizam treinamento para posse de seus membros
Neste mês foi realizado o treinamento dos novos membros eleitos e indicados para a CIPA, gestão 2007/2008. A OLEO parabeniza a todos que de alguma forma participaram do processo de escolha e se coloca a disposição para ajudar no fortalecimento e aprofundamento desta ferramenta tão importante para a segurança e saúde do trabalhador. Hoje, em virtude da política de maquiagem dos índices e estatísticas de acidentes na empresa, com gerências ainda viciadas na recusa da CAT ao trabalhador acidentado, a CIPA é o único instrumento ainda com o controle compartilhado dos trabalhadores. Portanto, mãos à obra e bom trabalho aos que chegam!
Ainda as eleições na Petros!
É penoso e constrangedor, face ao alto grau de educação da categoria, ficar no salão de espera do Heliporto do Farol de São Tomé aguardando o embarque ouvindo diretores do Sindipetro-NF se lamentando e culpando a irresponsabilidade, o "baixo comparecimento do pessoal da ativa" e o voto dos aposentados como fator decisivo nas eleições da Petros que eles perderam. A categoria mais uma vez é culpada por ter dado uma lição nesses pelegos! E ainda não entenderam o recado!
A categoria já disse nas urnas quem são os irresponsáveis.
FNP realiza seu 1º congresso nacional
Com a participação de 113 delegados, 33 observadores e convidados, a FNP (Frente Nacional dos Petroleiros) realizou seu 1º congresso nacional. A solenidade de abertura teve a apresentação da peça "Carne para Canhão", de Afonso Schmidt, e na seqüência foi composta a primeira mesa do Congresso, com a presença de um representante de cada sindicato da FNP.
Os assuntos debatidos foram: conjuntura nacional e internacional, reorganização do movimento sindical, governo Lula, a necessidade da construção de uma alternativa para a direção do movimento, geopolítica do petróleo e Lei do Gás, Código de Ética da Petrobrás, além de aposentadoria especial e Nexo Epidemiológico Previdenciário.
Entre as resoluções aprovadas no âmbito nacional estão a luta em defesa do direito de greve ameaçado pelo governo, fim dos leilões do petróleo e gás, Petrobrás 100% brasileira, reestatização da Vale do Rio Doce, contra as privatizações; contra a criminalização dos movimentos sociais e todo apoio à Reforma Agrária. No cenário internacional, os petroleiros aprovaram principalmente a participação na Campanha Internacional pela Nacionalização do petróleo e do gás, sem indenização, em toda a América Latina, e o envio de uma delegação de petroleiros da FNP à Bolívia e ao Equador para conhecer as condições de todos os trabalhadores na Petrobrás e fazer intercâmbio com os petroleiros da Venezuela.
Está em nossas mãos, petroleiros, fortalecer e direcionar as ações que queremos da FNP, seja com críticas, seja com sugestões. O crescimento desta entidade só nos trará benefícios ao representar verdadeiramente os interesses da Categoria Petroleira. Chega de sermos usados como correia de transmissão do Governo Lula!