Sindipetro-RJ leva denúncias contra diretor da Petrobrás ao Ministério
Público e à Polícia Federal.
Dois fatores levaram o Sindicato dos Petroleiros do Estado do Rio de
Janeiro (Sindipetro-RJ) a pedir que o Ministério Público do Trabalho e
o Ministério Público Federal (com desdobramentos para a Polícia
Federal) aceitem denúncias e investiguem possível responsabilidade do
Diretor de Serviços da Petrobrás, Renato de Souza Duque:
1) Indício de assédio moral coletivo (Ministério Público do Trabalho)
2) Incalculáveis prejuízos causados empresa estatal e a seus
acionistas, através de ações que favoreceriam a grupos econômicos,
partidos políticos, além de suposta responsabilidade pela morte de 11
trabalhadores e perdas econômicas de mais de R$ 1 bilhão, causadas pelo
afundamento da P-36, em 2001.
O Sindipetro-RJ realizou uma entrevista coletiva nessa terça-feira, às 11 horas, em sua sede, na Avenida Passos, 34, no centro do Rio de Janeiro. A entrevista será na sala 314, quando apresentou à imprensa um dossiê, contendo as denúncias.
Na Petrobrás, Renato de Souza Duque teve ascensão na carreira desde o governo Fernando Henrique Cardoso, através de relação com seu filho, Paulo Henrique, reconhecido lobista, Mas foi no governo Lula que, apadrinhado por José Dirceu, chegou a um dos cargos de maior poder na estatal, a Diretoria de Serviços.
ACIDENTE DA P-36 – Em razão do cargo que ocupava na época, Renato de Souza Duque é apontado pelo CREA-RJ - Conselho Regional de Arquitetura e Engenharia, como o respon¬sável pelo afundamento da P-36 em 2001, que resultou na morte de 11 petroleiros e num prejuízo estimado em .mais de hum bilhão de dólares. Além disso a Petrobrás contratou a Marítima para a construção de outras 8 plataformas. A escolha contrariou os processos de compra que faziam criticas à conduta da empresa que, apesar de não cumprir prazos e de falhar tecnicamente desobedecendo os projetos, estranhamente, até acontecer o acidente com a P-36, ganhava todas as concorrências.
O relatório do CREA-RJ indica, com base em dados técnicos da Comissão que investigou as causas do acidente, “que se apurem as respon¬sa¬¬bilidades havidas por parte da atual di¬re-ção da Petrobrás e a anterior, principal¬men¬te nas áreas de Exploração & Produ¬ção e Engenharia, por falhas de gerencia¬mento, incluindo aí a escolha da empresa Ma¬rí¬tima Engenharia Ltda, para cons¬tru¬ção da P- 36” . - Duque era, no afundamento da P-36, o gerente de Contratos que con¬cretizou o contrato com a Marítima.
Na época, a Agência Nacional de Petróleo (ANP) também emitiu opinião, considerando que o acidente foi causado por “não-conformidades quanto a procedimentos operacionais, de manu¬ten¬ção e de projeto”: áreas submetidas à res¬pon¬sabilidade do então gerente Renato de Souza Duque.
A direção do Sindipetro-RJ suspeita que Renato Duque, o diretor da Petrobrás que hoje estaria por trás da perseguição aos trabalhadores – as punições, sob alegação de “erro de procedimento”, incluem demissão, suspensões, advertências – também estaria ligado a vários outros escândalos que serão relatados, incluindo o “mensalão”.
CONTATOS: Emanuel Cancella, secretário-geral do Sindipetro-RJ (21) 38520148, 99516616
Fátima Lacerda, jornalista (21) 99491843 Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.