Para preencher essa lacuna foi criado o Plano Nacional de Qualificação Profissional (PNQP), em 2006. O plano faz parte do Programa de Mobilização da Indústria Nacional de Petróleo e Gás Natural (Prominp), criado pelo Governo Federal em 2003 com o objetivo de tornar a indústria nacional de bens e serviços mais competitiva na implantação de projetos de petróleo e gás no Brasil e no exterior.
O PNQP realiza cursos gratuitos em 80 entidades de ensino, distribuídas em 17 estados do país, e já beneficiou cerca de 45 mil pessoas. Estão contempladas 175 categorias profissionais, do nível básico ao nível superior.
Uma empreitada dessa magnitude não poderia sair do papel sem o comprometimento das grandes representantes do setor. O PNQP conta com a participação de nove entidades: ABEMI - Associação Brasileira de Engenharia Industrial; Organização Nacional da Indústria do Petróleo (ONIP); Associação Brasileira de Consultoras de Engenharia (ABCE); Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (ABDIB); Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (ABIMAQ); Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (ABINEE); Associação Brasileira da Indústria de Tubos e Acessórios de Metal (ABITAM); Sindicato Nacional da Indústria da Construção e Reparação Naval e Offshore (SINAVAL) e Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP).
A ABEMI foi escolhida para representar essas entidades na gestão do PNQP. Entre nossas atribuições, estão a verificação de turmas, acompanhamento de freqüência, notas, pagamento de bolsa-auxílio, produção e envio de material didático, vestuário e material escolar e a emissão de certificados, entre outros.
Mas talvez a mais importante atribuição da ABEMI seja mediar a relação entre empresa e escola, adequando o conteúdo programático dos cursos às necessidades do mercado, para permitir que os profissionais formados saiam dos bancos escolares prontos para começar a trabalhar. Tal esforço mostra-se eficaz: em pesquisa recente realizada junto ao Cadastro Geral de Empregados e Desempregados do Ministério do Trabalho e Emprego (Caged), constatou-se que 81% dos profissionais treinados estão empregados.
A meta da primeira fase do plano é capacitar 112 mil profissionais até março de 2010 para os segmentos de construção e montagem, operação e manutenção, engenharia e construção civil. Com isso, acreditamos que os profissionais e, consequentemente, as empresas que os empregam, poderão acompanhar as exigências e prioridades nos parâmetros das transformações das forças do mercado, que atualmente está vendo simultaneamente a saída gradual do Estado dos vários setores e a abertura do país às tendências globalizantes.
*Joaquim Passos Maia é diretor executivo do Plano Nacional de Qualificação Profissional (PNQP) pela ABEMI - Associação Brasileira de Engenharia Industrial