Desafios
De acordo com os expositores, as dificuldades para o desenvolvimento da produção nessa área passam, entre muitas outras, pela definição do melhor modelo geológico, pela geometria de poço mais econômica e adequada ao reservatório e pela garantia de escoamento do petróleo pelos dutos. No caso de Tupi, uma acumulação que pode conter de 5 a 8 bilhões de barris de óleo equivalente, é preciso definir, ainda, soluções para outras questões técnicas importantes como, por exemplo, o tratamento ideal do dióxido de carbono (CO2) produzido. Além disso, como os primeiros testes realizados indicam presença significativa de gás associado, em toda a área, outro grande desafio será conceber e desenvolver plantas e métodos para processar e exportar o gás produzido a distâncias que che gam a mais de 300 km da costa.
Para antecipar essas soluções, os expositores lembraram que a Petrobras criou, no final de 2007, um programa multidisciplinar, que acompanhará as várias fases de desenvolvimento da área. Em parceria com universidades brasileiras e internacionais, além da cadeia de fornecedores, o Programa Tecnológico para o Desenvolvimento da Produção dos Reservatórios do Pré-sal (PROSAL) cuidará da concepção e desenvolvimento de tecnologias para viabilizar o aproveitamento das novas descobertas.
Estratégias de contratação
Além dos desafios tecnológicos, a Petrobras apresentou na conferência, também, as novas estratégias de contratação que pretende adotar para garantir o suprimento de bens e serviços essenciais ao desenvolvimento do pré-sal.
No evento, técnicos da companhia mostraram que, com o boom de projetos de produção programados pelo Planejamento Estratégico da Petrobras para o período de 2009 a 2013, uma das várias soluções em estudo é selecionar e contratar fornecedores com a máxima antecedência possível. Nessa linha, a Petrobras pretende fazer valer a economia de escala gerada pela sua robusta carteira programada de projetos. Com isso, poderá negociar preços e firmar contratos de longo prazo com fornecedores, por meio de programas competitivos de licitações e de parcerias estratégicas., quando aplicáveis.
Na apresentação, os expositores afirmaram que o grande volume de contratos de serviços, assim como os milhares de itens a serem adquiridos, constituem oportunidade única para o desenvolvimento da indústria offshore brasileira. Além disso, disseram que se espera continuar promovendo uma significativa participação do conteúdo local nos projetos de petróleo e gás e atrair empresas globais para o país que aumentem a gama de produtos passíveis de fabricação em território nacional. Segundo eles, um desafio imenso se projeta não apenas para a companhia e seus parceiros, mas também para os fornecedores nacionais e estrangeiros que pretendam expandir seus negócios no Brasil.
Para os técnicos, uma das principais mudanças na política de contratações poderá ser a aquisição de grandes famílias de equipamentos, no lugar de licitações divididas por projetos específicos. Eles apostam que esse modelo garantirá ganho de escala junto aos fornecedores e dará à companhia maior agilidade nos prazos de entrega, diante do cronograma complexo dos empreendimentos do pré-sal. Outra solução será a utilização de equipamentos padronizados - e minimamente customizados - para conferir maior rapidez à execução dos empreendimentos e reduzir riscos e custos.
Diante da demanda recorde por sondas de perfuração e completação para viabilizar a exploração das novas jazidas, a Petrobras vem também desenvolvendo estudos detalhados sobre a disponibilidade dessas unidades em escala mundial. O desafio, nesse caso, segundo os técnicos, é mapear e garantir a contratação desses recursos cada vez mais escassos e disputados no mercado global com a antecedência necessária.
Parcerias tecnológicas
Os projetos do pré-sal exigirão, também, segundo os expositores, o desenvolvimento de tecnologias sofisticadas e ferramentas eficientes - muitas delas inexistentes no mercado - para viabilizar o acesso a prospectos cada vez mais complexos. Os reservatórios dessa nova fronteira exploratória, por exemplo, exigem equipamentos específicos para perfuração, completação e interligação dos poços. Além disso, como estão localizados sob lâminas d´água ultraprofundas e submetidos a altas pressões e, em muitos casos, com altos teores de CO2 no gás associado, exigem a concepção de novos projetos de flowlines, risers e equipamentos submarinos.
Para desenvolver todo esse aparato tecnológico, uma das estratégias será a formação de parcerias entre fornecedores brasileiros e estrangeiros, com o objetivo de promover o intercâmbio e a incorporação de expertise internacional, quando disponível. Nessa linha, ainda, os expositores destacaram que a companhia está procurando incentivar essas parcerias como forma de dar às empresas nacionais maior economia de escala para atender ao grande volume de encomendas. A intenção é que fornecedores estrangeiros utilizem instalações fabris de empresas já instaladas no Brasil, ou que aqui instalem novas facilidades, sozinhos ou em associação com o empresariado local, e que mobilizem suas equipes para trabalhar em contato estreito com técnicos brasileiros, permitindo, assim, mais um salto na já internacionalmente reconhecida ca pacitação da comunidade acadêmica e do parque industrial nacionais.
- Assessoria de Imprensa da Petrobras