“O compromisso dos poetas e artistas (inclusos atletas esportivos e sambistas) não é com o politicamente correto, mas sim produzir obras com excelência na qualidade, pra entrar na História, e ajudar ou não a transformá-la” ensinou no livro Literatura e Revolução o genial revolucionário marxista russo Trotsky (1879-1940). Daí porque, apesar de comandada por presidentes de “honra” e executivos que são burgueses empresário zootécnico e políticos ligados a tal tipo de atividade criminosa, a escola de samba Beija Flor (BF) terá em 2018 um enredo hipócrita.
Tido como tema de “críticas” às mazelas da sociedade e da política no Brasil, o enredo “Monstro é aquele que não sabe amar. Os filhos abandonados da pátria que os pariu!” foi idealizado pelo coreógrafo da comissão de frente da BF, Marcelo Misailidis, e é desenvolvido pela comissão de Carnaval da agremiação cujos presidentes exigiram que não houvesse citações pessoais nas “críticas” aos monstros da sociedade nem aos políticos. Tudo, porque eles próprios são os hipocritamente “criticados” monstros da sociedade e da política existentes na política do país.
Haja vista, o presidente de “honra” da BF, Aniz Abrahão David o ‘Anísio’, além de ser torcedor da Estação Primeira de Mangueira, somente se encontra em liberdade graças a recurso impetrado no Superior Tribunal de Justiça (STJ). Porque ele é réu condenado à prisão diversas vezes, além de burguês apelidado empresário zootécnico isto é contraventor penal do jogo de bicho & capo de máfias como a do bingo e das máquinas caça-níqueis. Já os presidentes executivos licenciado e em exercício são parentes, protetores & comparsas de ‘Anísio’ nas citadas atividades criminosas.
O sobrinho dele, Ricardo Abrahão David foi candidato em 2014 a deputado estadual e renunciou à candidatura porque foi denunciado como ficha suja. Atualmente Ricardo ocupa a presidência executiva da BF no lugar do pai & irmão de ‘Anísio’ o deputado estadual licenciado porque cumpre o terceiro mandato de prefeito de Nilópolis, Farid Abrahão David. No Carnaval deste ano a BF acabou na última vaga do desfile das campeãs, 6º lugar, causado pela confusa apresentação sem as tradicionais alas, no enredo e samba-enredo: “Iracema a virgem dos lábios de mel”.
A BF é afilhada da campeã 2017, Portela. Já a afilhada da BF é a Mocidade Independente que tem como presidente de “honra” o empresário zootécnico Rogério de Andrade. O qual se tornou suspeito de ter “comprado” o título de co campeã 2017 para a agremiação. Isso é investigado em segredo de justiça pela Polícia Federal. Através do enredo: “O Brasil de La Mancha – sou Miguel, Padre Miguel. Sou Cervantes, sou Quixote – cavaleiro, Pixote brasileiro” em 2016 a Mocidade Independente retratou presos no xadrez os ex-presidentes Lula e Dilma.
A Mocidade Independente acabou no antepenúltimo/10º lugar. Aguardemos a colocação da Beija Flor em 2018 através do já citado enredo supostamente de “críticas” às mazelas da sociedade e da política no Brasil, cujo samba-enredo conta com a tradicional & merecedora nota 10 pela excelência na qualidade no sub quesito melodia-ritmo-DNA ou a sempre heterogênea identidade musical de uma escola samba. Mas não, muito longe disso, no que refere especificamente ao sub quesito letra-poesia-rimas devido à já aludida hipocrisia do enredo 2018 da Beija Flor.