Duas mortes de operários e Greve na obra do Centro de Instrução e Adaptação da Aeronáutica (CIAAR) em Lagoa Santa

Os abusos e pressões, somados às péssimas condições de trabalho e alojamento degradante causaram a morte de dois operários dessa obra do Governo Federal, das novas instalações do  CIAAR, em Lagoa Santa. As mortes ocorreram nos últimos dias 28 de agosto e 2 de setembro. Dois operários que vieram de São Paulo para Belo Horizonte em um ônibus fretado pela Senso RH Terceirização Serviços Ltda, junto com outros 30 trabalhadores, com a promessa de bom trabalho e salários, terceirizados pela construtora Schahim Engenharia Ltda, empreiteira da obra.

A situação imposta a esses trabalhadores foi de  enorme pressão psicológica para cumprimento das metas da obra, excesso de produção, falta de pagamento das horas extras, péssimas e inseguras condições de trabalho, operários sendo obrigados a puxar concreto em latas através de cordas, condições degradantes do alojamento, péssima alimentação e até mesmo falta de água potável (nem mesmo um bebedouro há no alojamento), ausência de área para vivência, etc.

ROBERTO GOMES DA SILVA
, pedreiro, natural de São Paulo, trabalhou na obra do Ciaar apenas 13 dias. Na noite do dia 28 de agosto, segundo relatos de seus companheiros de trabalho, ele chegou embriagado no alojamento, caiu ao descer a escada e sofreu traumatismo craniano. Levado ao Pronto Socorro veio a falecer. Roberto Gomes da Silva, como tantos operários, foi levado ao alcoolismo devido às péssimas condições de trabalho, exploração e opressão e pagou com a vida pela ganância e descaso do governo e patrões.

JOSIVAL JOSÉ DE CARVALHO
, pedreiro, 32 anos, da cidade de Flores, em Pernambuco, também trabalhava na obra do Ciaar tocada pela Shahin, e contratado pela Senso RH Terceirização Serviços Ltda. Ele havia pedido demissão e foi para São Paulo sem o acerto rescisório. Voltou para tentar fazer o seu acerto e a Schahin não permitiu que Josival ficasse mais no alojamento da empresa. Segundo informações de parentes, ele teria ficado transtornado com sua situação e se enforcou em um quarto de um hotel no centro de Lagoa Santa na noite de 2 de setembro. Os laudos médicos ainda não foram divulgados.

Revolta contra condições de trabalho e péssima alimentação: greve na obra do Ciaar

Os cerca de 700 operários das obras do governo federal para a construção do Centro de Instrução e Adaptação da Aeronáutica (Ciaar), executadas pela construtora Shahin Engenharia, em Lagoa Santa, estão em greve desde segunda-feira.
No feriado de sexta-feira, sábado e domingo (dias 7, 8 e 9 de setembro), os operários se recusaram a comer a alimentação oferecida no canteiro de obras. Segundo denúncia dos operários, a comida estava intragável, a carne estava crua, etc.
Revoltados com as péssimas condições de trabalho, os operários iniciaram a greve na manhã de ontem (10 de setembro) reivindicando melhores condições de trabalho, alimentação de qualidade, equiparação salarial, pagamento correto de horas extras, água potável nos alojamentos dentre outras demandas.
Grande parte desses trabalhadores são de outras regiões do Brasil e foram aliciados por gatos com promessas de empregos e bons salários. São provenientes do interior de Pernambuco, Maranhão, São Paulo, etc, e quando chegam esses operários são surpreendidos com péssimas condições de trabalho , alojamentos desumanos, falta de pagamentos, etc. 
O STIC-BH - Marreta esteve presente na obra para apoiar a luta dos operários do Ciaar contra as condições desumanas de trabalho e reuniu com os responsáveis pela Shahin para discutir a pauta de reivindicações dos trabalhadores.

Histórico de greves, crimes trabalhistas e superfaturamento
Os operários das obras do Centro de Instrução e Adaptação da Aeronáutica já vinham denunciando e lutando contra a precariedade e as más condições de trabalho impostas pela Schahin Engenharia ao longo dos últimos meses. Outras greves já ocorreram nesse canteiro de obras.
O Ciaar está orçado em R$ 216,4 milhões e o Tribunal de Contas da União apontou superfaturamento de R$ 17 milhões nessa obra. A Shahin, essa construtora que se recusa a cumprir a lei e os direitos dos trabalhadores, é uma empresa milionária e foi responsável por grandes obras como o Hospital Sírio Libanês em São Paulo, e o Shopping Diamond Mall, em Belo Horizonte.

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