Nesta sexta-feira, 7 de setembro de 2012, as 11hs da manhã, um grupo de 40 mulheres rompeu as cordas que separavam o público da parada militar e entraram na avenida Afonso Pena logo após o último grupo do desfile oficial. Rapidamente duas ativistas abriram uma faixa com os dizeres: "Cadeia para os torturadores do regime militar", atrás desta faixa quatro mulheres seguravam duas bandeiras vermelhas do MFP. Em seguida formou-se três colunas de ativistas, cada uma portando um cartaz com a foto de um revolucionário executado e desaparecido durante o regime militar (1964/1985) e vestidas com uma camiseta com a estampa de um mapa do Brasil vermelho de sangue e sobre ele uma mãe com o punho erguido, tendo ao colo um filho morto baleado pela polícia.
As ativistas percorreram 1km da avenida Afonso Pena, da altura da prefeitura, onde estava instalado o palanque das autoridades, até o final da avenida na Praça da Rodoviária, gritando as seguintes palavras de ordem: "Cadeia já! Cadeia já! Para os criminosos do regime militar!", "Não passará! Não passará! O crime hediondo do regime militar!" e chamavam os nomes dos revolucionários assassinados respondendo todas juntas "Presente!". Grupo de populares, aplaudiram a marcha dessas mulheres.
Apoiadores da luta distribuíram durante todo o desfile, milhares de panfletos do Movimento Feminino Popular (MFP), afirmando a luta contra o esquecimento, o perdão e a reconciliação com os criminosos civis e militares do regime militar. Uma faixa do movimento ficou aberta em frente ao palanque oficial durante todo o desfile militar, reafirmando a consigna desta luta. Participaram da manifestação militantes do MEPR (Movimento Estudantil Popular e Revolucionário), estudantes secundaristas e universitários, operários do Sindicato Marreta da Construção Civil, entre outros.
O MFP integra a luta histórica de familiares e sobreviventes do regime militar fascista e tem desenvolvido uma série de atividades de denúncia e mobilização popular, conclamando as mulheres do povo a empunharem esta bandeira da luta pela punição dos criminosos, mandantes e executores de tortura, assassinatos e desaparecimentos forçados.