"O etanol deveria ter o mesmo tratamento da gasolina", afirmou o presidente da União da Indústria da Cana-de-Açúcar, Marcos Jank. Foto: Agriculturasp
As vendas de etanol, entre abril e 1º de dezembro de 2011, somaram 14,61 bilhões de litros, 17,95% abaixo do volume vendido na safra passada. Desse total, 13,08 bilhões de litros foram destinados ao mercado doméstico e 1,53 bilhão de litros à exportação.
A produtividade da cana no período agrícola 2011-2012 foi a menor em 24 safras.
No acumulado da safra, até o fim de novembro, foram produzidos 20,38 bilhões de litros de etanol, sendo 7,89 bilhões de litros de álcool anidro e 12,49 bilhões de litros de hidratado. A produção de açúcar somou quase 31 milhões de toneladas.
Até 2020, a expectativa dos usineiros é dobrar a produção, de 555 milhões de toneladas para 1,2 bilhão de toneladas. Para atingir esse resultado, o diretor da Única, Antônio de Padua Rodrigues calcula que serão necessárias 120 novas usinas. “Precisamos produzir muito mais cana para atender a todos os mercados que a gente tem e, para isso, precisamos de políticas públicas e privadas também.”
Do que foi processado na segunda quinzena de novembro, 44,58% foi para a fabricação de açúcar (498,6 mil toneladas). A produção de etanol, por sua vez, somou 383,8 milhões de litros, sendo 99,6 milhões de litros de álcool anidro e 284,2 milhões de litros de hidratado.
Segundo o gerente de Produtos do Centro de Tecnologia Canavieira (CTC) Luiz Antonio Dias Paes “Essa safra foi um desastre total em termos de produtividade”, consequência do clima, com ocorrência de geadas e estiagens prolongada no inverno, e a menor renovação do canavial, resultado da crise econômica.
Diante de uma safra considerada desastrosa por técnicos do setor, o presidente da União da Indústria da Cana-de-Açúcar (Unica), Marcos Jank, afirmou que é preciso dar competitividade ao etanol brasileiro. A medida mais importante, para o representante dos usineiros, é a desoneração tributária do etanol, em especial do Programa de Integração Social (PIS) e Contribuição para Financiamento da Seguridade Social (Cofins). Atualmente, as usinas pagam 9,25% de PIS/Confins.
“Estamos estimando que, em 2020, vamos produzir 1,2 bilhão de toneladas de cana e 40% dessa cana vai para a produção de etanol. E a grande questão é a competitividade. O mais importante é a redução dos tributos que são cobrados sobre o etanol”, explicou Jank.
Segundo ele, o etanol deveria ter o mesmo tratamento da gasolina, beneficiada pela redução da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide). “Entendemos que o etanol tem que passar pelo mesmo processo. Hoje, a tributação que incide sobre a gasolina está na faixa de 35% do preço de bomba e a do etanol, em 31%. Achamos que deveria também haver redução sobre o etanol (para torná-lo mais competitivo).”
* Publicado originalmente no site EcoD.