Greves: conquistas, avanços e limitações - Trabalhadores sustentam suas bandeiras de luta

"Vivemos um momento de retomada das mobilizações da luta dos trabalhadores por direitos. Bandeiras e conquistas históricas dos trabalhadores têm sido alvo de ataque da classe patronal e dos gerenciamentos de turno do velho Estado. Particularmente o gerenciamento oportunista do PT, primeiramente encabeçado pelo pelego-mor Luiz Inácio, e posteriormente por Dilma Roussef, representou duros golpes contra o movimento sindical classista e a luta dos trabalhadores em geral. Apoiado pelas centrais governistas, eles têm levado a cabo uma série de medidas antipovo.

Mas o velho Estado e sua gerência oportunista não poderiam paralisar e atacar os trabalhadores durante tanto tempo sem que houvesse uma reação.
Temos acompanhado com atenção e apoiado as lutas nas obras da copa do mundo, nas universidades, nas escolas e diversos outros setores. Também temos visto que os governos, a patronal e a justiça vendida mantém-se intransigentes, fazem manobras, tentam vencer esses movimentos pelo cansaço, os reprimem duramente, determinam cortes de ponto, executam demissões criminosas, bem como têm tachado qualquer movimento grevista como "ilegal". Essas lutas têm arrancado vitórias parciais e conquistas locais, mas logo os patrões lançam novos ataques e retiradas de direitos em outras áreas.

Vemos que as direções sindicais oportunistas renegaram o caminho da luta e fazem de tudo para darem fim às greves e protestos combativos. Por isso, apesar da disposição de luta dos trabalhadores, várias greves têm terminado com conquistas muito limitadas ou sem conquistas.

A necessidade de radicalização da luta está na ordem do dia. As mobilizações não podem se restringir aos canteiros e assembleias nas portas de fábrica. É preciso tomar as ruas, bloquear estradas, ocupar prédios públicos, etc. Só assim os trabalhadores em luta darão conhecimento real de suas condições de trabalho ao conjunto das massas exploradas, que dia a dia sofrem, mas que aguardam uma faísca para se colocarem também em movimento.

As greves operárias nas obras da copa são o retrato de uma mesma luta que se dá isoladamente em diversas regiões, porém fazem parte de uma mesma grande contenda. A recente greve dos operários do Maracanã (Rio) levantou as bandeiras da greve ocorrida antes no Mineirão (Belo Horizonte). Os operários do estádio da Fonte Nova (Salvador), por sua vez, ergueram as mesmas reivindicações que os companheiros do Maracanã.

Por isso sustentamos que a palavra de ordem da greve geral está na ordem do dia. É desse modo que o movimento sindical mais combativo poderá superar suas limitações, derrotar e romper a crosta apodrecida das centrais sindicais governistas, derrotar os ataques sucessivos da patronal e dos governos da burguesia e arrancar, através da luta classista e combativa, aquilo que nos é de direito".

Vicente de Castro, membro do núcleo da Liga Operária – RJ, em entrevista ao AND

Greves Operárias

Suape – PE

11 mil em greve no Estaleiro Atlântico Sul

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Mais de 800 operários bloquearam a avenida Portuária

Em 1º de setembro, os operários do Estaleiro Atlântico Sul, em Suape, entre os municípios de Ipojuca e Cabo de Santo Agostinho, Grande Recife, realizaram uma paralisação exigindo o cumprimento de uma série de demandas levantadas ao longo de meses.

O não atendimento dessas demandas e as precárias condições de trabalho levaram à deflagração de uma greve no dia 15 de setembro que envolveu mais de 11 mil operários. Eles reivindicavam reajuste salarial; plano de saúde de abrangência nacional para todos os trabalhadores; ajuda de custo para todos, independente do salário; cesta básica de R$ 300; adicional de insalubridade e o pagamento integral de horas extras.

Por volta das 7 da manhã do dia 15, mais de 800 operários bloquearam a Avenida Portuária, que dá acesso ao Porto de Suape, impedindo tanto a entrada quanto a saída do local, provocando 5 km de engarrafamento. Uma barricada com pedaços de madeira em chamas foi mantida até depois do meio dia.

A Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros foram acionados pelo consórcio responsável pelas obras no estaleiro para reprimir o protesto. A PM atirou bombas de efeito moral e fez disparos de armas de fogo (o que os reacionários tentam abrandar argumentando estarem carregadas com munições de borracha) contra os manifestantes. Os operários responderam às agressões policiais atirando pedras. Doze operários foram presos durante o truculento ataque policial.

Oportunistas e patrões atacam movimento

Segundo matéria publicada no diariodepernambuco.com.br em 15 de setembro, os operários "acusam o sindicato de realizar uma negociação paralela com os representantes do estaleiro e não comparecerem a algumas assembleias". A atitude do presidente do Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos – Sindmetal-PE, filiado à CUT, Alberto Alves dos Santos, confirmou esse quadro quando atacou a luta dos operários com suas declarações publicadas na edição de 21 de setembro do jconline.ne10.uol.com.br: "Existe um pessoal que desmancha tudo que a gente faz. O conflito da semana passada foi para desmoralizar a categoria".

No mesmo tom, a classe patronal, pronunciando-se em nome do Estaleiro Atlântico Sul, declarou:

"O Estaleiro Atlântico Sul (EAS) rejeita o posicionamento de um grupo minoritário de trabalhadores, que deflagrou hoje uma paralisação das atividades na empresa. O movimento ocorre à revelia das negociações que já estão sendo realizadas, na mais absoluta normalidade e dentro das condições previstas em lei, entre o Sindicato das Indústrias Metalúrgicas Mecânicas e de Material Elétrico do Estado de Pernambuco (SIMMEPE) e o Sindicato dos Metalúrgicos de Pernambuco (SINDMETAL-PE) no âmbito da campanha salarial 2011 da categoria."

250 demissões e perseguição política

Na tarde de 16 de setembro, a audiência na Procuradoria do Trabalho da 6ª Região não terminou em acordo e ficou determinado que os trabalhadores retornariam ao trabalho no dia 19, quando o Sindmetal realizaria assembleia geral em Suape para discutir a situação da categoria. O EAS realizou uma reunião nesse mesmo dia com representantes do Ministério Público do Trabalho e do Sindmetal e recusou-se a negociar com os operários em greve, cobrou o retorno imediato ao trabalho e declarou que os "12 operários presos pela Polícia Militar já foram desligados da companhia" [fonte: pernambuco.com em 16 de setembro de 2011].

O EAS ainda apresentou ao MPT-PE uma ação de interdito da Justiça do Trabalho de Ipojuca, protocolada pelo juiz José Augusto Neto, que proibia qualquer manifestação no entorno do Polo Industrial de Suape. Uma nova audiência no MPT foi marcada para o dia 22 de setembro.

Entre o dia 16 e o dia 19, data acordada para o retorno dos operários, ardilosamente, a EAS demitiu sumariamente cerca de 250 trabalhadores que foram proibidos de entrar no Estaleiro Atlântico Sul. Os operários foram demitidos por "justa causa", através de um telegrama emitido no dia 16 de setembro, e muitos só perceberam isso quando na entrada do serviço perceberam que seus cartões de ponto estavam bloqueados.

Após o ataque patronal, o Sindmetal, conforme matéria publicada em folhape.com.br de 24 de setembro, orientou os operários a, simplesmente, retomarem as atividades: "a operação conjunta das polícias Civil e Militar monitorou o fluxo dos empregados depois de o Sindicato de Metalúrgicos de Pernambuco (Sindmetal-PE) reunir alguns deles em assembleia, onde foram orientados a retomar as atividades no Estaleiro".

Ainda segundo a Folha de Pernambuco de 24 de setembro, o vice-presidente da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – Cipa, Cleyton Alves, foi um dos "afastados" do Estaleiro, onde trabalhava como caldeireiro. Os doze membros da comissão de negociação composta pelos operários na primeira paralisação de 1º de setembro, que segundo acordo firmado com o EAS teriam estabilidade de seis meses garantida, também foram demitidos "por justa causa". Dois deles também pertencem à Cipa, o que, segundo a lei, lhes confere outros dois anos de estabilidade.

Ceará

Operários de termelétrica do Pecém exigem direitos

Cerca de sete mil operários da termelétrica Energia Pecém, localizada no município de São Gonçalo do Amarante, a 60 km de Fortaleza – CE, realizaram uma assembleia geral no dia 20 de setembro e decidiram realizar uma paralisação de advertência durante 24 horas.

Diante da iminência de uma greve de maior proporção, as empreiteiras MPX e EDP do Brasil tiveram que conceder um adicional de 30% aos vencimentos dos operários relativos à periculosidade.

A termelétrica Energia Pecém está em fase final de construção e utilizará carvão pulverizado como base para a geração de energia. Esse carvão terá como origem minas da MPX na Colômbia e entrará no Brasil pelo porto de Pecém, também no Ceará. Apesar dos baixos salários pagos aos operários e do não cumprimento de uma série de direitos trabalhistas, as grandes empreiteiras se preparam para iniciar as operações da termelétrica em janeiro do ano que vem e têm firmado um contrato que lhes renderá cerca de R$ 467,4 milhões fixos durante 15 anos a partir do início da geração. Apenas para a construção da termelétrica, as empreiteiras receberam financiamento de R$ 1,41 bilhão proveniente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social - BNDES e outros R$ 566 milhões via Banco Interamericano de Desenvolvimento – BID.

São Paulo

Metalúrgicos em luta no Vale do Paraíba – SP

No início da segunda quinzena de setembro ocorreu uma série de assembleias e paralisações em mais de 24 fábricas na região do Vale do Paraíba - SP.

A assembleia geral realizada no dia 18 de setembro no Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos decidiu pela deflagração de uma greve em Jacareí e São José dos Campos. Cumprindo a decisão da assembleia, mais de mil operários das empresas Schrader Bridgeport, Parker Hannifin, Sade Vigesa e Panasonic participaram das paralisações durante 24 horas.

A greve dos metalúrgicos foi uma resposta contra as ínfimas propostas de reajuste feitas pela patronal. Os operários reivindicam 17,45% de reajuste, o que corresponde a cerca de 10% de ganho real.

No dia 22 de setembro os trabalhadores da Empresa Brasileira de Aeronáutica S/A - Embraer também deflagraram uma greve de 48 horas em São José dos Campos. Há 14 anos não ocorria uma greve nessa empresa. Os trabalhadores do 1º turno realizaram uma manifestação que partiu da empresa e se deslocou até o Jardim Paulista. Durante as duas horas de percurso, os trabalhadores receberam manifestações de apoio da população com buzinaços. Cerca de três mil trabalhadores participaram da manifestação. Uma nova assembleia ocorreu na entrada do segundo turno e manteve o movimento. Os operários da Embraer reivindicam: reajuste salarial de 17,45%, sendo 9,75% de aumento real, direito a eleição de delegados sindicais e melhores condições de saúde e segurança para os trabalhadores, além da redução da jornada para 40 horas semanais (atualmente a jornada é de 43 horas semanais).

Em 23 de setembro, após cinco dias de mobilizações, os metalúrgicos da Sadefem, em Jacareí, arrancaram 10,3% de reajuste salarial e um abono de R$ 1 mil, além de 15% de reajuste no piso. Os operários da Blue Tech, Graúna e Hubner, em Caçapava, também conquistaram aumento real e direito à eleição de delegados sindicais. Os operários da Wirex Cable e da Schrader conquistaram 10,3% de reajuste. Na Blue Tech, foram conquistados 10,5% de reajuste, sendo 3,32% de aumento real, além de garantido o direito a eleição do delegado sindical. Na Graúna, os trabalhadores conquistaram 11%, sendo 3,5% de aumento real.

As mobilizações operárias prosseguem em São José dos Campos e região, com novas paralisações e negociações salariais e das demandas dos trabalhadores ainda em curso.

Trabalhadores dos Correios

Em 13 de setembro os funcionários dos Correios deflagraram greve nacional. No dia 15 de setembro ocorreu um protesto dos entregadores em Belo Horizonte - MG. A categoria reivindica reajuste salarial de 74%. Estima-se que aproximadamente mil pessoas participam do protesto que paralisou vias em duas regiões da cidade. No dia 16 uma manifestação de trabalhadores dos Correios paralisou parte do trânsito no centro do Rio de Janeiro. No dia 22 ocorreram protestos no Rio de janeiro e no dia 23 em Natal – RN, no Vale do Anhangabaú – SP e também no centro de São Paulo. Em 26 de setembro ocorreram protestos na Bahia. Desde a deflagração do movimento ocorreram diversos outros protestos descentralizados em várias regiões do país.

No dia 22 de setembro, o comando de negociação da Federação Nacional dos Trabalhadores dos Correios cometeu um ato que foi criticado por diversos sindicatos e trabalhadores: a federação enviou uma orientação para o rebaixamento da pauta de reivindicações da campanha salarial 2011/2012 abrindo mão de uma série de demandas da categoria em função "do avanço nas negociações".

Ainda assim, os trabalhadores sustentam mobilizações e lutas em vários pontos do país e mantêm a greve até a data do fechamento desta edição de AND.

Greve nacional dos bancários

No dia 27 de setembro foi deflagrada a greve nacional dos bancários. Uma série de assembleias regionais antecedeu a deflagração do movimento nacional que reivindica 12,8% de reajuste, o que corresponde a 5% de ganho real mais a inflação do período. Os trabalhadores rejeitaram a ínfima proposta de 8% apresentada pela Federação Nacional dos Bancos – Fenaban, que correspondia a 0,56% de aumento real.

Os bancários ainda lutam por mais contratações, fim das metas abusivas, combate ao assédio moral, mais segurança, igualdade de oportunidades, entre outras reivindicações.

Professores nas universidades federais

Movimento termina sem conquistas

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Professores da Universidade Federal de Alagoas se mobilizarm por demandas locais

Apesar do acordo firmado já no final de agosto entre a direção do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior - Andes-SN e o Fórum de Professores das Instituições de Ensino Superior – Proifes a respeito de uma pauta nacional de reivindicações da categoria, o mês de setembro teve início com várias universidades federais em greve devido às demandas locais levantadas pelos docentes.

A greve dos professores na Universidade Federal de Mato Grosso – UFMT, iniciada em 24 de agosto, ainda era mantida no início de setembro contando com a adesão de 90% da categoria. O mesmo se dava na Universidade Federal do Paraná – UFPR, onde os professores mantinham a mobilização por reivindicações locais.

No dia 6 de setembro foi encerrada a greve dos docentes na Universidade Federal de Alagoas – UFAL.

O Sindicato dos Docentes da Universidade Federal do Amapá - Sindufap, seção sindical do ANDES-SN, apesar de expressar confiança no ANDES-SN e suas instâncias democráticas de deliberação, lamentou "a assinatura do acordo por entender que a proposta do Governo Federal era insuficiente para atender às demandas da categoria" e destacou o fato de que tal acordo servia para isolar a greve dos servidores técnico-administrativos das universidades federais em curso desde o mês de junho. O Sindufap ainda destacou que os professores, com isso, perdiam "o momento mais importante dos últimos anos para a construção de uma greve forte e vitoriosa com conquistas para os docentes e a educação brasileira. Apesar do discurso em contrário, o Governo Federal encontra-se combalido e vinha agarrando-se aos movimentos anticorrupção como forma de angariar algum apoio popular e de definir um perfil para a gestão da presidente Dilma Rousseff".

Com o fim da greve, os docentes das universidades federais obtiveram apenas pequenos índices, sem ganho real.

Rondônia

Uma bandeira segue erguida

No dia 15 de setembro, a assembleia geral estudantil da Universidade Federal de Rondônia – UNIR, do Campus de Rolim de Moura, decidiu pela deflagração de uma greve geral por tempo indeterminado. Na manhã do mesmo dia os professores aderiram ao movimento.

Uma extensa pauta de reivindicações, construída em uma primeira paralisação realizada nos dias 23 e 24 de agosto pelos estudantes da UNIR dos campi Rolim de Moura e Porto Velho, levanta os graves problemas na infraestrutura de diversas faculdades que sofrem com a falta de professores efetivos, laboratórios, equipamentos, acervo bibliográfico, entre outros. Os estudantes também denunciam a falta de democracia na universidade, a ausência de prestação de contas e de dados sobre o orçamento da instituição, a falta de respeito por parte da reitoria para com as instâncias de decisão da universidade e levantam possíveis irregularidades administrativas na aplicação de recursos do programa de expansão de vagas (Reuni).

O movimento exige o afastamento imediato do reitor José Januário de Oliveira Amaral. O reitor "foi denunciado no Ministério Público Federal por inúmeras irregularidades em sua gestão, citando o caso do fechamento da Fundação RIOMAR por improbidade administrativa" [fonte: tudorondonia.com].

No dia 16 os estudantes do campus da UNIR de Guajará Mirim também aderiram à greve e bloquearam a BR-425.

Matéria divulgada no diariodaamazonia.com.br de 21 de setembro, ressalta a união dos setores em luta na universidade: "antes divididos, os comandos de greve dos docentes e dos acadêmicos sinalizaram que o movimento está unificado devido às últimas ações da reitoria. O movimento alega que a reitoria está tentando colocar um comando contra o outro para enfraquecer a luta por melhorias na Universidade Federal de Rondônia".

No dia 29 de setembro foi noticiado que os estudantes do campus de Ji-Paraná da Unir aderiram ao movimento.

A greve na UNIR prossegue com intensa mobilização em Porto Velho, Rolim de Moura e Guajará Mirim, unindo na luta os professores, funcionários e estudantes na defesa da uma universidade pública e democrática.

Servidores das universidades federais

Cem dias de batalhas

O movimento grevista dos servidores técnico-administrativos das universidades federais ultrapassou os cem dias e atingiu 55 das 59 instituições federais de ensino superior em todo o país.

Iniciada em 6 de junho, a greve nacional levantou como principais reivindicações o aumento do piso salarial inicial, de R$ 1.034 para R$ 1.635, e o cancelamento do projeto que cria uma estatal para gerir os hospitais universitários, além do cumprimento de outros pontos acordados desde 2007.

Apesar de o Superior Tribunal de Justiça – STJ haver julgado a greve ilegal, obrigando a manutenção de 50% dos serviços funcionando, o movimento foi mantido contando com maciça adesão.

Apesar da amplitude do movimento e da disposição de luta dos servidores, o comando nacional de greve da Federação dos Sindicatos dos Trabalhadores das Universidades Brasileiras - Fasubra decidiu, no dia 17 de setembro, pelo encerramento da greve que deveria ocorrer no dia 26.

Os comandos de greve de cinco universidades votaram pela permanência da greve: a Universidade Federal do Espírito Santo, a Universidade Federal de Alagoas, a Universidade Federal de Lavras, a Universidade Federal de Viçosa e a Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro – UniRio. Novas assembleias deverão ser realizadas.

Com a suspensão do movimento na maioria das universidades, após mais de 110 dias de lutas, a greve nacional técnico-administrativos também se encerra sem conquistas.

Institutos Técnicos Federais

220 instituições paralisadas em todo o país

No dia 13 de setembro, em assembleia nacional realizada em Brasília – DF, os servidores dos Institutos Federais aprovaram a continuidade da greve nacional, iniciada em 1º de agosto, por tempo indeterminado.

Os servidores reivindicam, entre outros pontos, 14,67% de reajuste como recomposição de perdas salariais, considerando o último aumento em julho de 2010.

No dia 20, professores e alunos do Instituto Federal do Espírito Santo - IFES realizaram um protesto exigindo reajuste salarial e melhorias no ensino e fecharam parcialmente a BR-101, no trecho conhecido como Reta do Aeroporto, em Vitória. Na sequência, os manifestantes ocuparam o saguão do Aeroporto Eurico Salles.

No Rio de Janeiro, a greve no Colégio Pedro II, um dos mais tradicionais do país, ultrapassa um mês e meio. Os professores reivindicam 14,75% de reajuste, enquanto o Ministério da Educação oferece ínfimos 4%.

Segundo informações divulgadas pelo Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica – Sinasefe, aproximadamente 30 mil servidores estão em greve, especialmente nos campi da região Nordeste – onde a falta de infraestrutura é maior. Dos 300 campi em todo o país, 220 estão em greve.

Trabalhadores em educação das redes estaduais

Pará

Professores anunciam greve

Em assembleia geral realizada em 21 de setembro no Pará, os professores do ensino médio e fundamental da rede estadual de ensino decidiram deflagrar greve a partir do dia 26.  Os professores exigem o cumprimento do piso nacional de R$ 1.187.

Ceará

Greve e revolta contra descaso do gerenciamento Cid Gomes

No início de setembro, o gerente de turno do Ceará, Cid Gomes (PSB), afirmou que "professor deveria trabalhar por amor e não por dinheiro". Isso só serviu de combustível para a revolta dos professores em greve.

No dia 21 de setembro, cerca de 500 pessoas se manifestaram em frente à Assembleia Legislativa do Ceará em apoio à greve dos professores. No dia 23, quando a greve completava 50 dias, em nova assembleia da categoria, a maioria dos professores presentes rechaçou a posição da direção do Sindicato dos Professores do Ceará – Apeoc que pretendia encerrar a greve e aprovou a continuidade da paralisação convocando a categoria para se manter firme no movimento até o atendimento de suas demandas.

No dia 28 de setembro professores e estudantes ocuparam o prédio da Assembléia Legislativa e um grupo de professores iniciou uma greve de fome como forma de protesto.

"Ocupamos a Assembléia Legislativa, e vamos permanecer até que consigamos nossas reivindicações. A greve reacendeu. É uma aula de conscientização da categoria. Essa greve, mesmo que não dê em nada, remobilizou, e acho que isso não vai se perder mais. À luta e nenhum direito a menos!" – declarou um dos professores que ocupam a AL-CE.

No dia 29, quando mais professores tentaram entrar na Assembléia Legislativa, o Batalhão de Choque da PM os reprimiu com brutalidade deixando vários trabalhadores feridos e 5 detidos.

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