Do Piauí, Benoni lutou contra a ditadura militar, trabalhou no Jornal do Brasil e em O Globo, fundou jornais de bairro e núcleos do PT e do PSOL. Com dificuldades motoras por causa de um derrame, ainda militava pelas causas populares e ecológicas. O corpo será velado na biblioteca comunitária que ele criou no distrito de Palmital, e enterrado às 16 horas no cemitério local.
RIO - O Estado de S.Paulo
Benoni Alencar
Morreu , aos 66 anos, o jornalista piauiense Benoni Alencar. Ele foi encontrado morto dentro de sua residência no município de Rio das Ostras, na Região dos Lagos fluminense. A polícia suspeita que ele possa ter sido assassinado por um assaltante, já que seu computador e uma quantia em dinheiro foram roubados e havia sinais de estrangulamento.
O jornalista trabalhava no Tribunal Estadual de Justiça, em Rio das Ostras, cidade na qual mantinha um jornal comunitário e onde fundou um núcleo do PSOL. O enterro será no Rio de Janeiro, onde moram os filhos e os netos.
Benoni Alencar nasceu no município de Inhuma, no Piauí. Durante a ditadura militar, ele foi líder estudantil ao lado de ex-deputado federal Antônio José Medeiros. Devido a sua atuação política, Benoni foi preso em Teresina, e por sofrer perseguições políticas, abandonou o emprego de bancário e mudou-se para o Rio de Janeiro, onde estava radicado há 40 anos. Durante a luta contra o regime militar, ele ficou conhecido pelo codinome Geovane de Valença. Recentemente, Benoni havia conseguido anistia da União, como vítima da ditadura.
O jornalista residiu por muitos anos na Região Oceânica de Niterói, onde lançou o Caderno Oceânico, durante a década de 1980. Entre a causas defendias por ele, na cidade, estavam a preservação do meio ambiente e a luta contra a especulação imobiliária na região.
Benoni também foi editor da revista Bolsa, subeditor de Economia de O Globo, e presidiu o Partido dos Trabalhadores (PT) de Niterói, tendo sido candidato a vereador. Sua esposa, a também jornalista, Sylvia Thomé, foi assassinada, entre 1994 e 1995, ao sair de treiler na Praia de Piratininga. O crime até hoje continua insolúvel, mas a policia acredita que ela também tenha sido vítima de um professor de capoeira, conhecido como o Maníaco de Piratininga, que acabou condenado há 22 anos de prisão, pelo assassinato de uma adolescente, em Niterói.
A última luta política de Benoni, da qual ele muito se orgulhava, foi a criação da Biblioteca Comunitária de Palmital, em Rio das Ostras.
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