No dia 29 de agosto os estudantes de Teresina, Piauí, tomaram as ruas em protesto contra o aumento da tarifa dos ônibus de R$ 1,90 para R$ 2,10.
Os manifestantes decidiram ocupar a sede do Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos de Passageiros de Teresina (patronal) e deram início a um movimento de pula-catraca nos ônibus.
A tropa de choque da PM foi enviada pela prefeitura contra o protesto e desatou violenta repressão contra os manifestantes, atirando bombas de efeito moral, spray de pimenta e disparos de balas de borracha. Um estudante chegou a desmaiar sob o efeito do gás de pimenta e outro foi atingido por um disparo da PM. Seis estudantes foram presos e vários outros ficaram feridos por agressões policiais.
A juventude de Teresina resistiu com combatividade e vários ônibus tiveram as vidraças destruídas e pneus furados. Centenas de manifestantes se dirigiram à Central de Flagrantes para exigir a libertação dos companheiros presos.
No dia seguinte os estudantes voltaram a tomar as ruas do Centro da cidade em novo e vigoroso protesto. Vários ônibus foram pichados com palavras de ordem em defesa do passe livre, contra o aumento da passagem e de denúncia contra o prefeito Elmano Férrer (PTB).
No dia 1º de setembro, após receberem a resposta de que a prefeitura não recuaria no aumento das passagens, os estudantes piauienses desencadearam novo protesto, que interrompeu o trânsito em todo o Centro da cidade. Vários ônibus tiveram suas vidraças quebradas e um ônibus foi incendiado na Avenida João XXIII próximo ao cruzamento com a avenida Nossa Senhora de Fátima, obrigando a Superintendência de Transportes de Trânsito de Teresina a suspender a circulação das linhas de ônibus.
Em 2 de setembro, quinto dia de protestos, o gerenciamento municipal decidiu suspender por 30 dias o aumento das tarifas. Os manifestantes declararam que irão manter as mobilizações e retomar as manifestações em caso de aumento.