O HOLOCAUSTO CARIOCA

Falar de crimes contra a humanidade no Brasil se pode dizer que... o povo brasileiro ainda não tem consciência dessa questão, até porque desconhece a verdadeira história de nossa nação, não estou falando da academia e sim do povo simples brasileiro, o trabalhador, donas de casa, ou seja, simplesmente o POVÃO. Mesmo aquelas pessoas que estudaram ou estudam, com certeza muitos não pensam nessa questão, conhecem sim um dos crimes contra a humanidade que fora cometidos na época da segunda guerra mundial ou da ditadura brasileira. Hoje são pouquíssimas pessoas que tem a consciência que a ESCRAVIDÃO foi e é um crime contra a humanidade. Gostaria que o povo principalmente os afros descendentes começasse a falar desse crime, falar de um crime hediondo que foi a ESCRAVIDÃO do povo africano no Brasil colônia. Classifico esse crime como um HOLOCAUSTO NEGRO.

A Importância do IPN
A sede está sobre o solo de um sitio arqueológico o antigo Cemitério dos Pretos Novos.  O Instituto de Pesquisa e Memória Pretos Novos - IPN é um Memorial, onde resguarda e preserva a memória do Mercado de Escravos do Rio de Janeiro nos séculos XVIII e XIX e que essa memória foi quase perdida se não fosse por obra do acaso. O achado que se deu em 1996 quando o casal Petrucio e Merced ao reformar a sua residência, foi achado os restos mortais de mais de 6 mil cativos que seriam comercializados no mercado de almas do Valongo, onde podemos dizer... "Os que escaparam da escravidão para sempre.”
Venho dar ênfase ao Rio de Janeiro que foi um dos maiores estados que comercializou escravos no Brasil, a exemplo do cais do Valongo que foi desembarcado mais de 1 Milhão de cativos africanos (Karash 2000) entre os séculos XVIII e XIX, para serem comercializados no Mercado do Valongo, pois o Rio de Janeiro fora um dos mais importantes entreposto do Brasil, principalmente para Minas Gerais e o Norte Fluminense.
Creio que poucos no século XXI, conhecem esse quantitativo e a verdadeira história desse hediondo ato criminoso e que possivelmente venha a ultrapassar esse número de almas desembarcadas e vendidas como animais nos barracões fétidos do Valongo e Valonguinho.
Reparação?... De que forma seria a reparação para esse crime?
Nunca ouvi ninguém pedir PERDÃO por esse crime, a não ser a igreja Católica, e até o momento os algozes inescrupulosos países que se serviam desses infortunados povos africanos, até o momento não pediram o perdão, creio que ainda há descendentes desses mercadores e traficantes de escravos que ainda vagam pelo mundo, mas, eles não se envergonham e o pior... Alguns desses descendentes possivelmente estão em cadeiras públicas com votos do povo que desconhece a sua procedência.
“Por força dos Princípios citados são crimes contra a humanidade: O assassinato, o extermínio, a escravidão, a deportação e qualquer outro ato desumano contra a população civil, ou a perseguição por motivos religiosos, étnicos ou políticos”.
O Comércio “ LEGAL” de humanos, mas, era lei da época... Não justifica. Vejamos como comparação o que ocorreu durante o nazismo na Alemanha. As leis da época do nazismo permitiam a prisão e o massacre dos judeus. Passado o nazismo, todos que governaram e se beneficiaram do regime foram julgados e condenados. Tinham estabelecido lei de estado criminosos que atentavam contra a humanidade. Portanto, crime é crime... com lei ou sem lei que os proteja. Assim deveria ter ocorrido com o escravismo.
O enfoque sobre o escravismo como crime contra a humanidade, leva a uma possibilidade de discutir melhor o 13 de maio, como ele foi e não como é pensado agora.”
O 13 de maio foi na época, o fim da criminalidade praticada pelo estado brasileiro e por todos aqueles que se beneficiavam vergonhosamente do trabalho roubado da população negra. Henrique Cunha Júnior  professor da Universidade Federal do Ceará
A Abolição na época para o escravo foi o dia mais feliz de sua vida, mas a felicidade durou pouco, pois a suposta liberdade que por muitos e muitos anos não conseguiu tirar os crilhões de seus pulsos, liberdade hipocrita.
Hoje, a memória da escravidão tentam vergonhosamente ser esquecida, como coisa do passado e sustentando que atualmente tudo está bem, será?
Falo aqui, que continuamos a ser escravos, diferente ao passado, mas continua a escravidão. Os trens lotados, o metrô e os onibus cheios, são como os navios negreiros que transportam  trabalhadores para os seus locais de trabalho e no final do dia os levando para as suas senzalas.
O escravo moderno tem seus capitães do mato, são os gerentes ou supervisores,  no qual ultilizam chibatas tais como cartão de ponto e entre outros aparatos legais.
Os valores recebidos por esses “trabalhadores” é hoje de” R$ 510,00 reais mensais. O que fazer com esse “salário” de escravo? Com esse valor pagam aluguel, água, luz, telefone, alimentação, vestuário... além disso comprar material escolar para os seus filhos, comprar gáz, remédios... “diversão” o trabalhador tem o direito de diversão, mas qual com esse salário? Estrudar se tiver tempo, (passam horas nos novos navios negreiros indo e voltando do trabalho) que tempo que eles tem para estudar? E quando ficam doentes... fila do SUS, isso e mais um castigo, um grande sofrimento dos novos escravos.
Os novos escravos são as crianças que para ajudar a família tem que trabalhar, lavar parabrisas nos semografos, vendendo balas e o pior ser soldado do tráfico de drogas.   Os meninos de ruas são escravos dos sistemas, socio educacional, cultural, economico e entre outros.
Creio que o mês da Consciencia Negra, além das festividades culturais, seria um momento de reflexão por esse crime, é o momento de todos os envolvidos pedirem o perdão aos afrobrasileiros pelo holocausto dos seus ancestrais.
Manter a Memória do Cemitério dos Pretos Novos é uma forma de lembrar e demonstrar que a escravidão é um ediondo crime contra a humanidade. Ainda há muito o que fazer pelos que aqui estão enterrados. Faltou Respeito pela Vida... Falta Respeito na Memória...

Ana Maria De La Merced G G G dos Anjos
Petrucio G dos Anjos
Diretores do IPN Museu Memorial.


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