Os eletricitários atingidos, da CESP e da EMAE, estão justamente iniciando a Campanha Salarial anual, para renovação dos Acordos Coletivos de Trabalho. E estamos fazendo isso com base na realidade brasileira, já que vivemos, no Brasil e em São Paulo, um momento de crescimento da economia e de recuperação dos salários e benefícios da classe trabalhadora. Esse decreto ditatorial tenta tolher nosso direito de participar dessa recuperação.
Evidentemente os eletricitários e eletricitárias filiados ao nosso Sindicato não aceitam o famigerado decreto do ex-governador. Ele tenta nos transformar em trabalhadores de segunda classe o que não somos, definitivamente! A própria Lei nos considera “essenciais” e exigimos a contrapartida dessa essencialidade. Ou o ex-governador nos considera apenas um estorvo ou um gasto indesejável?
Esperamos – e até mesmo alertamos – às autoridades estaduais e ao novo governador, Alberto Goldman, que tenham o bom senso de revogar esse decreto de arrocho. Mostrem ao ex-governador que administrar bem não é desconsiderar os empregados e sim exatamente o contrário. É valorizar e reconhecer os méritos de quem trabalha, de quem produz, de quem constrói.
Por outro lado, é bom lembrar aos demais trabalhadores brasileiros que, por enquanto o decreto está restrito ao estado de São Paulo. Mas o senhor José Serra concorrerá, nas próximas eleições, à presidência da República. E o risco de tal decreto discriminatório se espalhar por todo o país é real.
Os eletricitários da CESP e da EMAE, que temos a honra de representar, vão lutar sem tréguas contra o arrocho e a discriminação. Exigimos não apenas a recomposição total da inflação, como também um aumento real justo e baseado em nossa produtividade. Não vamos aceitar nada menos que isso.
(*) Carlos Reis é presidente do Sindicato dos Eletricitários de São Paulo