De acordo com a Anvisa, foram encontradas "inúmeras irregularidades" na importação, produção e comércio de agrotóxicos. Substâncias para reduzir o odor ou "perfumar" os produtos adulterados foram usadas. A Nufarm também foi autuada por oferecer, pela internet, produtos com classificações toxicológicas fora das especificações determinadas pela agência.
Foram interditadas as linhas de produção do agrotóxico Stron porque foi verificada alteração da fórmula sem autorização da Anvisa. O produto é proibido em vários países por sua alta toxicidade.
Quatro toneladas do agrotóxico Endossulfan também foram apreendidas porque as embalagens não tinham identificação do fabricante e as datas de fabricação e de validade. O ingrediente ativo desse produto está sob nova avaliação devido a efeitos nocivos à saúde.
A linha de produção e o estoque do Expurgran também foram interditados. Não havia análise do controle de impurezas do Malation, e os lotes do produto, preparado há quatro anos, estavam com validade vencida. Apesar disso, foi constatado reenvasamento e posterior comercialização.
Alterações não autorizadas pela Anvisa ainda provocaram a interdição das linhas dos seguintes produtos: Rival 200 EC, Konazol, Adesil e os estoques do Glifosato 480 Agripec. Entre os componentes não autorizados estão substâncias para reduzir o odor ou "perfumar" esses agrotóxicos. A interdição é válida por 90 dias e, nesse prazo, fica proibida a comercialização. A Nufarm terá cinco dias para apresentar contraprova.
Procuramos ouvir um representante da Nufarm na sede, em Maracanaú, e no escritório comercial, em São Paulo. Não foi possível um contato. A página da Nufarm na internet informa que a empresa atua em mais de cem países. São 14 fábricas, 20 escritórios e três mil empregos. A entrada no mercado brasileiro ocorreu com a compra da Agripec Química e Farmacêutica. Seus produtos destinam-se às culturas de citros, cana, café, milho, tomate, feijão, soja, algodão, batata e pastagens.
Fonte: MST/ Jornal Valor Econômico.