De acordo com dados do SAS (Sistema de Acompanhamento de Salários), mantido pelo DIEESE (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), as negociações salariais de 245 setores com data-base no primeiro semestre de 2009 registraram aumentos mais elevados do que no ano anterior. Assim, como sempre fazem no período de campanha salarial, as empresas tentaram nos convencer de que os reajustes reivindicados seriam inviáveis em decorrência da crise econômica. Entretanto, sabemos que um dos setores menos atingidos foi o elétrico. Desse modo, não havia motivos lógicos para evitar um reajuste digno e adequado.
A atualização salarial dos eletricitários inclui-se no rol dos 77% de aumentos de trabalhadores em geral que ficaram acima do índice INPC-IBGE, cuja variação acumulada nos últimos 12 meses foi de 5,48%. Esse dado nos mostra que, mesmo que ainda não seja na sua totalidade, muitos trabalhadores tiveram reajuste de acordo com a inflação.
Essa recuperação é imprescindível para a manutenção do poder de compra, que não pode ser prejudicado por puro egoísmo e capricho dos dirigentes das empresas. Os trabalhadores devem ter condições de manter o padrão de vida. Vale ressaltar que a manutenção de seu poder de compra assegura o equilíbrio da economia do País, fator essencial nesse momento de instabilidade e para o contínuo crescimento do Brasil.
*Carlos Reis é presidente do Sindicato dos Eletricitários de São Paulo.