O presidente interino da Comissão de Defesa dos Direitos Humanos e
Cidadania da Assembléia Legislativa do Rio, deputado Marcelo Freixo
(PSol), vai se reunir, na Corregedoria Geral Unificada, em data a ser
definida, com o Secretário de Estado de Segurança Pública, José Mariano
Beltrame, e com o presidente da Associação de Praças da PM e do Corpo
de Bombeiros, sargento Vanderlei Ribeiro, para ouvir os depoimentos de
uma das vítimas e de testemunhas das torturas praticadas contra alunos
do curso de formação da Polícia Militar do Batalhão da Polícia
Rodoviária Militar (BPRV) de Niterói. A reunião foi combinada por
telefone nesta terça-feira (30/09), durante encontro, na Alerj, do
parlamentar com Ribeiro. Freixo recolheu as principais denúncias de
arbitrariedades cometidas em agosto deste ano por um tenente do
batalhão contra um grupo de recurtas. "Ter o apoio do Beltrame é muito
importante para evitar mais um caso de impunidade. Pretendo acompanhar
as declarações a fim de evitar a interrupção das investigações",
declarou o deputado.
De acordo com Ribeiro, que encaminhou as denúncias ao Ministério Público estadual e à comissão, cerca de 39 PMs integravam o curso. O sargento salientou que as denúncias continham, além de agressões verbais, maus tratos e humilhações. "Os recrutas eram obrigados a tomar banho gelado à noite e depois tinham de dormir com a farda ainda molhada. O tenente em questão também promovia aulas de educação física durante a noite, atrapalhando o único horário de sono dos policiais", revelou o sargento. Segundo ele, este tipo de humilhação não é recente. "Já fui vítima deste tipo de arbitrariedade há muitos anos e, por isso, acredito em sua veracidade. O cabo e o soldado sofrem com esta cultura agressiva, que causa revolta e se reflete na sociedade", acrescentou.
Everton Silvalima | Departamento de Comunicação Social da Alerj