Muito se tem falado sobre assédio moral no trabalho, mas poucos conhecem de fato esse grave tipo de agressão aos trabalhadores. O assédio caracteriza-se por toda exposição constrangedora, repetitiva, humilhante e prolongada da empresa contra o funcionário. As conseqüências vão desde crises de choro até a tentativa de suicídio.
"Apesar de ser ilegal, poucos funcionários ainda o conhecem e em alguns casos não fazem a denúncia por medo de represálias. Os empregadores têm de entender que, além de vexatório, o assédio moral só diminui a produtividade do trabalhador", diz o presidente do Sindicato dos Eletricitários de São Paulo, Carlos Alberto dos Reis.
Um dos recentes casos que veio a público foi da empresa AmBev (Companhia Brasileira de Bebidas). A Companhia foi condenada por assédio moral coletivo e, como punição, teve de veicular campanha publicitária anti-assédio moral, que ficará no ar durante quatro meses no Rio Grande do Norte, região em que perdeu a ação.
"É bom percebermos que até grandes empresas estão sendo punidas quando cometem crueldade com seus funcionários. O passo mais importante agora é difundirmos o assédio moral e, assim, evitar que essas ações se perpetuem. O empregador aproveita o medo que o funcionário tem de ser demitido e comete o abuso".
Existem mais de 80 projetos de lei em diversas cidades do Brasil para punir empresas agressoras. "Nós do Sindicato sempre orientamos os eletricitários sobre a importância de denunciar abusos como esses de constrangimento; aos poucos vamos vencer mais essa barreira empregado / patrão", completa o sindicalista.
Dicas de como a vítima deve agir:
- Resistir: anotar com detalhes todas as humilhações sofridas (dia, mês, ano, hora, local ou setor, nome do agressor e colegas que testemunharam o conteúdo da conversa);
- Evitar conversar com o agressor sem testemunhas;
- Exigir, por escrito, explicações do ato agressor. Se possível mandar sua carta registrada, por correio, guardando o recibo;
- Procurar o sindicato da categoria e relatar o acontecido para diretores, médicos e advogados do sindicato, e órgãos públicos como Ministério Público, Justiça do Trabalho e Comissão de Direitos Humanos e Conselho Regional de Medicina;
- Recorrer ao Centro de Referência em Saúde do Trabalho e contar a humilhação sofrida ao médico, assistente social ou psicólogo.
Sindicato dos Eletricitários de São Paulo
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