Mais de mil trabalhadores e trabalhadoras participaram na manhã desta segunda-feira, na Praça Ramos de Azevedo, em frente ao Teatro Municipal de São Paulo (SP), do ato de lançamento da Campanha Unificada pela Redução da Jornada de Trabalho sem Redução de Salários.
Organizado pela CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil) e por outras cinco centrais sindicais: GGTB, CUT, NCST, UGT e Força Sindical, o ato teve como objetivo conclamar a população a se juntar à Campanha, além de dar início a um abaixo-assinado que pretende recolher de um a cinco milhões de assinaturas pela aprovação da PEC 393/01.
A Proposta de Emenda à Constituição propõe a redução de 44 para 40 horas a jornada de trabalho semanal, no primeiro ano, e para 35 horas, dois anos depois da primeira redução, além de prever um aumento das horas extras.
Para o presidente da CTB, Wagner Gomes, "o trabalho unificado das centrais visa melhorar a qualidade de vida dos trabalhadores e das trabalhadoras brasileiros, além de gerar mais empregos."
O principal fundamento da Campanha, que ganhou as ruas também em outros estados brasileiros, é que a redução da jornada de trabalho vai criar novos postos de trabalho. Os organizadores da Campanha utilizam cálculos do Dieese (Departamento Intersindical de Estudos Socioeconômicos) na defesa da redução da jornada de trabalho de 44 para 40 horas semanais. De acordo com os cálculos, a redução teria o impacto potencial de gerar em torno de 2, 2 milhões novos postos de trabalho no país.
"Desde a constituição de 1988 não há a redução da jornada de trabalho no Brasil, com exceção das obtidas em acordos ou convenções coletivas. Enquanto países como a França, Espanha, EUA e, inclusive a nossa vizinha, Argentina já conquistaram jornadas de trabalho reduzidas, aqui o patronato ainda emperra nossa luta", explicou Wagner Gomes.
Aproveitando o ensejo do encontro, os integrantes das centrais também levantaram outras bandeiras que afetam diretamente a luta dos trabalhadores e das trabalhadoras. Entre elas, o 1º de Maio Unificado, a necessidade de redução da taxa de juros, o fortalecimento das centrais e o seu reconhecimento e a flexibilização das relações trabalho por meio das terceirizações.
Sindicatos vão ajudar a recolher assinaturas
Após o lançamento da Campanha, as assinaturas para o abaixo-assinado serão recolhidas pelos sindicatos filiados às centrais, em diversos estados brasileiros.
Espera-se que até maio cerca de cinco milhões de trabalhadores e trabalhadoras assinem o abaixo-assinado. Em seguida, as centrais levarão esses documentos à Brasília como uma moeda valiosa da opinião pública a favor da aprovação da PEC 393/01.
Crédito das Imagens: Karin Hetschko