Pais formam cooperativas como alternativa às escolas tradicionais

1993. De um lado, a escola pública com problemas de qualidade e gestão. De outro, a escola particular com preços abusivos e sistemas pedagógicos nem sempre avaliados como adequados. Diante dessa realidade, um grupo de pais de uma comunidade da cidade de São Carlos, no interior do estado de São Paulo, criou a Educativa – uma escola cooperativa, construída desde o início por aqueles que visavam opinar e determinar as características da educação de seus filhos.

 


Este modelo, embora pouco conhecido, não é exceção. Só no estado de São Paulo são 327 escolas, congregando mais de 100 mil alunos. Todas seguem o princípio de muito trabalho e dedicação dos pais que, determinados a influenciar a educação de seus filhos, dão apoio e atenção contínuo ao empreendimento. "Para realizar a tarefa foi preciso muito esforço. No início, para criarmos a escola, foram horas de dedicação voluntária de todos os envolvidos", explica o diretor do ramo educacional da Organização das Cooperativas do Estado de São Paulo (Ocesp) e pai de ex-alunos da Educativa, Marcos Henrique dos Santos.

Em funcionamento há 15 anos, a Educativa responde às necessidades da comunidade. Desde o início e até os dias de hoje, os pais têm participação ativa em todas as decisões da escola: desde o planejamento das atividades ao acompanhamento dos alunos. Lá, são 750 estudantes, da educação infantil ao ensino médio. "Os cooperados se reúnem em assembléias anuais e nossos professores recebem para ficarem na escola e participarem das reuniões nas quais discutimos as aulas e a qualidade de ensino", explica Santos, exemplificando como a comunicação entre todos e a transparência são fundamentais para o modelo.

Como exemplo da participação dos pais, o diretor da Ocesp cita o fato da escola não ter aderido aos apostilados da moda. "Dessa forma, o professor fica mais livre para dar suas aulas e é estimulado a pesquisar e rever conceitos que, muitas vezes, estão equivocados nos próprios livros", diz. Porém, como cada cooperativa responde aos valores da comunidade de que fazem parte, existem aquelas que preferem as apostilas ou outros métodos. "A idéia é justamente que a cooperativa educacional responda às necessidades do seu entorno", reitera Santos.

De acordo com os resultados das avaliações vestibulares e dos medidores de qualidade, as escolas superam a média nacional, inclusive a da rede particular. "No último Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), a Educativa ficou com nota superior a um colégio de excelência da cidade de São Paulo", conta. Porém, embora a qualidade seja equivalente ou superior a de escolas tradicionais do estado, o custo acaba não sendo muito baixo. Com taxas que giram em torno de R$ 350 na educação infantil e mais de R$500 para o ensino médio, a Educativa e outras escolas cooperativas acabam também selecionando seu público. "A diferença é que nas escolas cooperativas não se visa o lucro e no lugar da mensalidade, rateamos as despesas", explica Santos.

Na Educativa e em outros exemplos do modelo, o cooperado paga uma taxa inicial de R$1.400, utilizada na manutenção do prédio, ou se escola está no início, para a construção ou organização do espaço. Depois, os custos mensais são rateados entre todos os envolvidos, de acordo com o número de filhos que cada pai matricula e em qual série os alunos estão.

Para Santos, embora os custos tornem as escolas cooperativas uma opção para a classe média, elas servem de paradigma para o sistema público de ensino. "Acredito que a nossa experiência mostra como o Estado deve abrir as escolas para a participação dos pais dos alunos, pois quanto maior o diálogo e participação, maior a cobrança pela qualidade", conclui Santos.
(Envolverde/Aprendiz)

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