Não é por um simples condicionamento masoquista ou apenas devido as retaliações das revoltas, que se mantém as estruturas sociais coercitivas. É também pelas diversas e violentas, mas sutis e naturalizadas, relações de poder, manifestadas através da cultura de opressão, que legitima o Estado burguês.
Essas relações estão pulverizadas na sociedade e presentes onde menos percebemos porque já consideramos normal. As botas estão nas relações familiares, nas escolas, entre colegas de trabalho, entre homens para com as mulheres e assim segue.
Dessa forma, passamos achar natural a exploração pela submissão e o desejo de pisar, afinal, dentro de uma sociedade onde essas relações são naturalizadas, é necessário estar por por cima, para não ser esmagado.
Entender esse processo de construção que forma regimes de verdade que legitimam os poderes macros, como do Estado, nos faz perceber que precisamos acabar com toda forma de sujeição humana.
O que se percebe, sem precisar analisar muito, é que as botas que nos esmagam a cabeça são muitas e imensas, por isso é necessário que a revolta seja iminente, organizada e fortalecida. Porque dentro das muitas sociedades de castas mantidas pelo Estado burguês, as botas que nos pisam não exitarão em se unir para nos manter eternamente submissos.
É preciso identificar de quem são as botas, para destruí-las sem medo ou piedade aos opressores.