Em pleno carnaval, Garis paralisam Rio de Janeiro

Haiti? África do Sul? Não. É Rio de Janeiro.

É um Bloco de Carnaval? É gol do Flamengo? Não. É uma manifestação dos trabalhadores Garis, na principal avenida do Rio de Janeiro, em pleno sábado de Carnaval. E prometem mais para este domingo e nos dias a seguir.

A manifestação dos garis no Rio de Janeiro me fez lembrar a agonia que senti durante os protestos de Junho de 2013 e mesmo as que se seguiram e as que estão se dando ainda hoje… digo, o perfil do povo que a compõe.

O dia que a favela descer, que a periferia ocupar, que a negrada enraivecer… quero ver quem vai segurar!

Todo apoio aos Garis do Rio de Janeiro!

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De EBC, Agencia Brasil e Nova Democracia

Na tarde deste sábado (25/02) cerca de três mil garis fizeram uma passeata da Central do Brasil à prefeitura do Rio de Janeiro.

O movimento exige melhores salários e condições de trabalho para garis e agentes de preparo de alimentos, além do triênio ao qual a categoria tem direito e 100% dos domingos e feriados.

“Recebemos um copo de leite e um pão dormido de manhã para trabalhar o dia inteiro, correndo atrás do caminhão. Não nos pagam adicional por feriados e fins de semana. E as condições de trabalho são as piores possíveis”, disse um dos manifestantes.

 Para variar, violência policial contra manifestação

 A passeata foi interrompida pela Tropa de Choque da Política Militar na avenida Presidente Vargas, a pouco metros da sede da prefeitura. Os policiais usaram bombas de gás lacrimogêneo para dispersar os manifestantes.

Além de exigir melhores condições de trabalho por parte da prefeitura, o movimento ainda exige autonomia em relação ao Sindicato, que não reconhece a paralisação.

Um dos organizadores do protesto, Bruno Lima, que é gari, disse que a categoria está há três anos insatisfeita com as condições de trabalho e avalia que o carnaval é o momento ideal para mostrar a importância da categoria para a cidade. ” A gente não aguenta mais. São salários muito baixos, de cerca de R$ 900, o tíquete está defasado e as condições do trabalho são péssimas. Falta funcionário, a Comlurb virou cabideiro politico e, quem trabalha de forma operacional, não tem valor”, disse.

O movimento prometeu dar seguimento ao movimento neste domingo (2) de carnaval. 

Segundo informou à Agência Brasil Fábio Araújo Coutinho, gari da Comlurb há 16 anos, o Sindicato de Empregados de Empresas de Asseio e Conservação do Município do Rio de Janeiro havia convocado a greve e à meia-noite da última sexta-feira (28) enviou notificação à companhia, cancelando a paralisação. Fábio disse que o movimento foi criado entre os próprios garis e não tem uma liderança.

Os integrantes do grupo preferem não citar nomes, “para não serem perseguidos pela empresa”, relatou. Acrescentou que neste domingo muitos funcionários estão sofrendo intimidação e assédio moral por parte de seus gerentes, para continuarem trabalhando.

Os garis da Comlurb reivindicam aumento do piso salarial, hoje de R$ 803, para R$ 1,2 mil. De acordo com Fábio Coutinho, a prefeitura ofereceu piso de R$ 877. A categoria pleiteia ainda aumento do tíquete-refeição de R$ 12 para R$ 20 por dia, a volta do pagamento do triênio e do quinquênio, “que nos foram tirados”, além do pagamento de horas extras pelos domingos e feriados trabalhados. A Comlurb, disse Fábio, não paga horas extras pelo trabalho nesses dias e oferece apenas um tíquete de R$ 12. “Os funcionários são tratados quase como escravos e fazem os serviços sem segurança nenhuma”, acrescentou.

A Comlurb não soube explicar até o momento a razão da grande quantidade  de lixo  acumulada na cidade, até esta hora, em especial nos Arcos da Lapa e ruas situadas no entorno. A  empresa esclareceu, por meio de sua assessoria de imprensa, que como os foliões permanecem nas ruas à noite, após a passagens dos blocos, a limpeza só pode ser feita com as vias inteiramente livres, para permitir os serviços do caminhão varredeira e do lava-jato. A companhia está apurando se o excesso de detritos está relacionado com a manifestação do grupo de garis, “sem representatividade junto à categoria”, segundo o sindicato.

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