No Brasil, em 2012, entre Janeiro e Junho, mais de 5 mil casos de estupro foram registrados. A cidade do Rio de Janeiro está em primeiro lugar nos registros, com 16 estupros por dia. Todos os dias assistimos violências e falta de respeito também com mulheres idosas e indígenas.
A Lei Maria da Penha foi aprovada em 2006 e apresentou-se como uma conquista importante dos movimentos de mulheres. Infelizmente, após 6 anos de aprovação, faltam centros de referência, casas abrigo, delegacias de mulheres, juizados especializados. E, principalmente, faltam recursos.
Meritocracia e privatização da educação são formas de violência contra a mulher.
A violência nas escolas é uma violência contra a mulher, uma vez que a categoria de profissionais de educação é majoritariamente feminina. O baixo salário é violência, agressão verbal é violência, assédio moral é violência. Trabalho precarizado e falta de estabilidade no emprego também é violência!
O silêncio é amigo dos preconceituosos
A ideologia de que um homem forte deve controlar totalmente a mulher para ter um atestado de masculinidade precisa ser combatida! Ela justifica várias agressões a mulheres no espaço escolar e na sociedade. Os alunos e outros homens que agridem professoras e funcionárias seguem esses exemplos presentes nas músicas, piadas, filmes, jornais, etc.
Queremos salários decentes! Trabalho igual para salário igual!
A desigualdade salarial também se relaciona com o racismo, o machismo e a homofobia. Na educação infantil e no segmento de 1º ao 5º ano a presença de mulheres é maior. Este é o setor que ganha menos, trabalha mais, tem menos tempo de planejamento e estudo. Para esse setor o 1/3 de planejamento é fundamental, além dos mesmos direitos dos outros segmentos.
Queremos creche 24 horas
As mulheres profissionais de educação trabalham manhã, tarde e noite. Os governos precisam garantir creches. Para as mulheres, é uma redução significativa no salário o pagamento de pessoas e/ou creche particular para trabalhar ou estudar. Para uma educação infantil de qualidade, a creche deve ter boas condições de trabalho, com salários dignos, adicional noturno, quantitativo e qualificação adequada dos profissionais.
Não ao ACE!
As alterações em qualquer tipo de lei que atenda as mulheres significam um retrocesso. É o caso da retirada de seus direitos da CLT prevista no Acordo Coletivo Especial (ACE). Se aprovado, ele possibilitará a redução de direitos como o parcelamento de férias, redução da licença maternidade e salários mais baixos.
Chega de violência contra as mulheres!
Queremos salários dignos! Creche 24 horas!
Contra a retirada de direitos das trabalhadoras!
Não ao ACE!
Fonte: Boletim do Sepe de fevereiro de 2013.