A CACHOEIRA PODE INUNDAR O CONGRESSO - E MUITO MAIS

Os grupos que ao longo da história dominaram o jogo do bicho no Brasil sempre dispuseram de bancadas nas câmaras municipais, assembléias legislativas e no Congresso Nacional. O jogo de bicho em si como contravenção é uma hipocrisia. Banqueiros da modalidade, como se costuma dizer, num determinado momento, em cidades como o Rio de Janeiro, eram garantia de regiões sem assaltos para não atrapalhar os negócios.

A Caixa Econômica Federal patrocina várias modalidades de jogo, uma delas inspirada no jogo do bicho.

Em 1964, num assomo de moralizar o País os golpistas prenderam os principais banqueiros do País na Ilha Grande, Um dos carcereiros, o capitão Guimarães virou um dos principais banqueiros do jogo, largou o exército e hoje, ao lado de Anízio Abrahão David talvez seja o último sobrevivente de uma geração que incluiu Castor de Andrade, Miro (Salgueiro e o maior de todos), Natal da Portela e vai por aí afora.

Construíram um império no Rio e adjacências, associaram-se a banqueiros de outros estados, construíram uma das mais poderosas máfias da história do "crime" organizado no Brasil, além de se juntarem a banqueiros legalizados em países como a Argentina, o Uruguai e os EUA.

A entrada de Guimarães no esquema facilitou a volta do jogo a pleno vapor, num determinado momento combateu o tráfico de drogas. Mas havia o dinheiro a ser lavado, o lucro obtido com a "fezinha" de cada dia,

Numa época o jogo do bicho transformou-se numa das instituições mais confiáveis do Brasil. Um pedaço de papel premiado e o banqueiro não discutiam, pagava. E no dia seguinte.

Atribuir os desvios e deslizes apenas à necessidade de lavar o dinheiro é simplificar o problema. A morte de alguns dos chefões como Castor e Miro abriram caminho para a associação com o tráfico de drogas e as guerras internas por conta desse novo negócio lucrativo acabaram mudando o perfil do jogo criado pelo Barão de Drummond.

Os tentáculos da contravenção pura e simples se transformaram em grandes organizações criminosas como a de Carlos Cachoeira, senhor de governadores, senadores, deputados, etc.

E polpudos contratos com governos, caso da obra da reconstrução do Maracanã.

Carlos Cachoeira construiu um império que remonta a ditadura. O jogo do bicho hoje é como se fosse uma pequena lembrança do início, ainda que significativo nas receitas do banqueiro.

Expandiu os negócios, era recebido com tapete vermelho em agências bancárias, em instituições públicas,.transformou-se sem empresário de respeito ( passou de dez milhões de dólares deixa de ser ladrão de galinha e vira empresário de respeito), ajudou a eleger o governador tucano de Goiás, Marcondes Périllo, o senador Demóstenes Torres, ao que tudo indica seu gerente preferido, deu um apartamento de dois milhões ao ex governador do Espírito, Paulo Hartung, que o declarou no valor de 48 ml reais, emprestou dinheiro a deputados, senadores, enfim, usava calças com bolsos gigantes onde todos cabiam na sua organização criminosa.

Caiu, preso pela Polícia Federal. E junto com ele figuras de proa da democracia, dos valores morais e tradicionais do Brasil, paladinos da ordem e da lei.

O Congresso Nacional é um conglomerado de representantes de igrejas, latifúndio, bancos, grandes corporações, com as exceções de sempre, todas sobejamente conhecidas

O poder de Carlos Cachoeira se estende à mídia - detém, o controle da revista VEJA, publicação encarregada dos serviços sujos na mídia de mercado.

No Congresso Nacional existem, entre outras, aprovadas, ou com o número regimental de assinaturas, CPIs sobre os bancos, empreiteiras, latifúndio e nenhuma delas postas em prática, ou levadas a funcionamento.

É recente o requerimento do deputado Protógenes Queiroz sobre a CPI DA PRIVATARIA, que serviria para provar toda a corrupção do governo FHC, o envolvimento de José Serra, sua filha, suas ligações com o banqueiro Daniel Santas e de quebra, alcançaria toda a mídia de mercado beneficiária da filantropia de grandes grupos estrangeiros, hoje grandes acionistas do Estado brasileiro,

A CPI de Cachoeira é pouco provável que saia. O caso deve ficar restrito ao senador Demóstenes, um ou outro deputado e encerrar-se na Comissão de Ética da qual fazem parte Fernando Collor e Renan Calheiros.

A despeito do presidente do Senado José Sarney estar internado em um hospital em São Paulo, seus soldados têm instruções precisas sobre como agir.

Cachoeira recebe as mesmas garantias que José Roberto Arruda recebeu quando pego com a boca na botija no governo de Brasília, ou seja, a aposentadoria com direito a viagens pelo mundo, regabofes a seu critério, etc, etc, em troca do silêncio, até porque nisso tudo há um episódio que pode complicar uma das figuras mais sórdidas da política brasileira, Gilmar Mendes.

Ele e Demóstenes, até possível que por inspiração de Cachoeira, simularam uma gravação no gabinete do então presidente do STF para que VEJA transformasse em instrumento de defesa para os habeas corpus dados a Daniel Santas em menos de 48 horas - e o medo que o banqueiro abrisse a boca - que acabou sendo um dos instrumentos que sepultou a Operação Satiagraha e colocou o então delegado Protógenes na condição de réu, O delegado hoje é deputado.

O fato é que todos os esforços para a não instalação da CPI do Cachoeira estão sendo feitos por governo e oposição, com o um único objetivo. Salvar um modelo político e econômico falido, um clube de amigos e inimigos cordiais.

Já imaginaram Cachoeira falando sobre Gilmar Mendes e suas trapaças? Demóstenes Torres e suas jogadas de capataz de luxo? Agnaldo das quantas governador de Brasília envolvido em tramóias as mais variadas? ACM Neeto que ficou sentadinho quando ameaçado de ter os podres postos para fora? O poder de Cachoeira no esquema tucano? Parte do esquema petista?: Abrir o bico sobre a GLOBO? Contar a farsa do mensalão?

O Congresso Nacional iria inundar e as bóias para os deputados e senadores seriam poucas tamanha a desordem e tamanho o volume da queda d'água.

Mas que faria um bem danado saber a quem Cachoeira "ajudou" isso seria.

É um modelo falido, uma institucional idade podre.
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