OPERAÇÃO USP - BARBÁRIE PADRÃO OPUS DEI

A instituição - vá lá - Polícia Militar não garante segurança em lugar algum e isso é uma constatação de uma característica quase que absoluta. Serve às elites políticas e econômicas e sua estrutura varia apenas com a natureza do "comandante", no caso o "coronel" político a soldo das elites econômicas em qualquer estado brasileiro.

Governadores que tentam dar às PMs uma estrutura policial de fato, voltada para a prevenção e o combate ao crime, o respeito aos direitos humanos como base desse tipo de ação, via de regra se estrepam. Olívio Dutra teve sérios conflitos com a Brigada Militar - PM do Rio Grande do Sul - em seu mandato de governador e anteriormente Leonel Brizola no Rio de Janeiro. E ambos enfrentaram e resistiram às pressões insanas pela boçalidade.

À época da ditadura militar, num determinado momento, os generais que comandavam o golpe perceberam que conseguiriam melhores "resultados" se incorporassem ao esquema repressivo as PMs e as polícias civis. Na opinião do comando da repressão (tortura, seqüestro, estupro e assassinato) os policiais - militares e civis - eram profissionais no "negócio".

Chegaram a decretar - e decreto tinha força de lei - que os comandantes das PMs seriam oficiais do Exército. A exceção da de Minas Gerais, todos o foram.

Surgem aí figuras medonhas e repulsivas como o delegado Sérgio Paranhos Fleury, mais tarde executado por ter se achado maior que o modelo.

A operação para desocupar o prédio da reitoria da USP em São Paulo tem a marca da ideologia assassina da OPUS DEI. Governa o estado através de um dos seus integrantes. Geraldo Alckimin.

Pura barbárie. A imagem de um batalhão de choque da Força Pública - a PM paulista - no campus da USP lembra os piores momentos da ditadura militar. Para Alckimin e seu sicários isso não faz a menor diferença. Serviram ao regime militar como servem ao fascismo católico da OPUS DEI.

Uma breve comparação entre os noticiários das REDE GLOBO e REDE BANDEIRANTES em seus canais de notícias no sistema de tevê fechada mostra, por exemplo, o rosário de crimes do dia em São Paulo, o que evidencia a incapacidade do policiamento preventivo, muitas vezes a corrupção consumindo a organização policial. Muitas vezes quer dizer não poucas vezes, só para frisar.

Não há sentido em Polícia Militar dentro de campi universitários. O convênio que colocou a PM paulista na USP é um vício semelhante ao daquele que tenta prender a mão direita, dissimulando a esquerda como preferida, até que escape a destra e a esquerda vire sinistra no mais puro entendimento fascista de um governo como o de Geraldo Alckimin.

O governador entende de emendas parlamentares para silenciar deputados e evitar investigações incômodas, obras superfaturadas, assinaturas de revistas da editora ABRIL sem concorrência para fechar a compra da mídia privada (no estado, VEJA, FOLHA DE SÃO PAULO, ESTADO DE SÃO PAULO, as grandes redes de tevê e rádio).

Era comum em determinado momento de nossa história alguns iluminados, quase sempre barões paulistas, ou desocupados, sugerir a independência do Nordeste para que o Brasil viesse a ficar livre de um "peso".

Não sei se esse seria o caminho para o Brasil ficar livre de elites paulistas (políticas, financeiras e econômicas) permitindo aos trabalhadores o direito de migrar para outros estados. O peso - sem aspas - de São Paulo para o Brasil é imenso. Os exemplos das elites são péssimos. O Nordeste é uma bênção.

A "locomotiva" consome muitos dos recursos públicos e nos últimos anos a opção foi por caminhos tortos sob figuras como Orestes Quércia, Paulo Maluf, Mário Covas, Geraldo Alckimin, José Serra e agora Alckimin de novo. Não há quem possa passar incólume por essas desgovernanças, ainda mais se levarmos em conta os "governadores" da ditadura. Abreu Sodré, Laudo Natel, Paulo Egídio Martins e o próprio Maluf.

A barbárie com que a PM paulista desalojou estudantes de uma das dependências da Reitoria da USP, no melhor estilo ditadura militar travestida de democracia, as prisões efetuadas e as declarações de delegados sobre os "crimes" cometidos pelos estudantes -e alguns professores - todo esse show dispensa comentários. Bastam as imagens.

Já o crime organizado continua impune, forte, tranqüilo, passeando e "criminando" pelas ruas da capital e das principais cidades.

Repressão é para estudantes numa ocupação legítima, porque um protesto legítimo, ou para trabalhadores. E nisso, além do governador OPUS DEI entra em cena também o prefeito Gilberto Kassab.

No governo de José Serra - o anterior - a PM foi usada para reprimir professores em greve contra os baixos salários, as precárias condições de trabalho e todo o processo de educação pública em São Paulo, a serviço e direcionado para esquemas político/ideológicos de ultra-direita e corrupção.

Não há nada que justifique a intervenção da PM, ou a presença da PM num campus de uma universidade, qualquer que seja. Soldados da PM, em qualquer estado, só conhecem um tipo de ordem, prender e arrebentar, como se isso garantisse a lei, a ordem e venha a significar tranqüilidade para o cidadão comum, o trabalhador, no dia a dia.

No período em que se discutiu a Constituição de 1988, se discutiu também uma proposta que unificava as polícias estaduais e tirava esse caráter de militar da força policial. Polícia é polícia e militares são integrantes das três forças armadas. O lobby das PMs no País foi um dos mais fortes junto ao Congresso Nacional Constituinte. Fortes e caros.

O aparelho de segurança, de prevenção e luta contra o crime, a instituição Polícia é civil por natureza. PMs são aberrações tal e como existem.

E até bem pouco tempo tinham foro privilegiado em quase todos os crimes que cometiam - o mais recente o da juíza Acioly, no Rio - e suas auditorias eram formadas por juízes oriundos da própria corporação, depois de reformados. Ou até não.

Uma forma desenvolvida para a impunidade. Foi a reação popular que fez com que policiais militares passassem a ser julgados pela justiça comum em crimes comuns.

A imagem do aconteceu em São Paulo no campus da USP exibe a democracia canhestra que temos. Que não conversa com estudantes e trabalhadores (trabalhadores, vale lembrar, são operários, professores, bancários, servidores públicos das mais variadas áreas de serviços públicos, etc), conhece apenas a linguagem da borduna. Do porrete.

Não é só aqui. No paraíso da livre iniciativa, do deus mercado, a polícia prende e arrebenta manifestantes que ocupam ruas, empresas que lesam direitos, tentam chegar aos templos dessa gente, as bolsas de valores e costumam falar em direitos humanos e "ajuda humanitária" para outros povos. Falo de Oakland, nos EUA. De New York nos EUA. De várias cidades nos EUA. De vinte milhões de indigentes no "rebanho" de Obama.

As elites paulistas costumam falar que São Paulo é nossa New York. Pode até ser em alguns pontos, falta o principal, no entanto, o charme vendido por Hollywood. Ninguém consegue vender um produto chamado Alckimin, ou Serra, ou Kassab, como fosse made in New York. No máximo fabricado em Bestolândia.

Quem tiver dúvidas sobre o caráter animalesco da PM de São Paulo na invasão de um prédio da reitoria da USP é só comparar imagens - disponíveis na rede mundial de computadores - dos tempos da ditadura e da repressão a manifestações públicas e a ação dos zelosos defensores da "ordem pública" na barbárie acontecida na USP.

O delegado falou em enquadrar os estudantes, entre outras coisas, por "formação de quadrilha". Uai! É o governo paulista? O da capital? A mídia padrão VEJA? E cá para nós e Sérgio Cabral no Rio? Anastasia em Minas? Cid Gomes no Ceará? E etc, etc?

Foi barbárie padrão OPUS DEI.
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