Criar a sensação que o povo iraniano, em sua maioria, está insatisfeito com o governo do presidente Ahmadinejad e, já que controlam a mídia, mostrar ao mundo que aquele país vive sob um regime ditatorial.
Na verdade o que Hilary quer é tampar o sol com a peneira. Ao falar em revolução no Egito omite que as principais forças de oposição ao ditador Mubarak permanecem moblizadas, afinal os chefes militares não deram garantias efetivas de mudanças e muito menos acenaram com ampla participação dos egípcios no processo político. Ou seja, a rigor, a única mudança efetiva foi a saída do ditador e seu vice-presidente, ambos generais.
O temor de eleições amplas e gerais no Egito e vitória de forças islâmicas - contrárias aos EUA - é que leva Hilary a vender a idéia que no Irã existe um movimento semelhante.
O presidente da república no Irã é eleito por sufrágio universal para um mandato de quatro anos como estabelecido na constituição e só pode ser reeleito para um único mandato, ou seja, não mais que um total de oito anos de governo.
Todos os candidatos devem ter suas candidaturas aprovadas pelo Conselho de Guardiães da Revolução, formado por doze membros, metade religiosos e metade juristas. Nas últimas eleições nenhum candidato de oposição deixou de obter o registro de sua candidatura.
E desde a revolução que depôs o xá -aliado dos EUA - o Irã cumpre rigorosamente a constituição. Mahamoud Ahmadinejad é o sexto presidente do país. Antes dele Abolhassan Banisdr, Mohamad Ali Rajai, Ali Khamenei, Ali Akbar Hashemi Rafsanjani, Mohammad Khatami e agora Ahmadinejad. Em cerca de vinte e um anos de revolução islâmica o país teve seis presidentes.
A constituição do Irã assegura o direito de voto às mulheres e a todos os cidadãos maiores de dezoito anos. O governo acolhe a presença de observadores internacionais e no último pleito, o que reelegeu Ahmadinejad, nenhuma dessas organizações referendou as denúncias de fraude da oposição.
Quase cinco por cento da população iraniana é de judeus. E não há de perseguição a eles.
O governo dos EUA financia uma seita com sede em território norte-americano, para, a pretexto de liberdade religiosa, desenvolver atividades políticas e de espionagem. Como estão tentando fazer em outros países muçulmanos usando a igreja do "bispo" brasileiro Edir Macedo, que reside em um palácio em Miami.
Como se vê a revolução iraniana já aconteceu, a egípcia acontece agora.
O temor do conglomerado EUA/ISRAEL TERRORISMO S/A é que o que ocorre no Egito resulte no curso do processo em poder constituído segundo a vontade do povo egípcio e não sob a tutela de militares controlados por Washington.
Quando a secretária do conglomerado diz que deseja uma revolução semelhante no Irã, não menciona a Argélia, o Iêmen, a Arábia Saudita, a Jordânia, países que vivem sob ditaduras semelhantes à de Mubarak, mas aliados do conglomerado.
Ignora mais que essa realidade, ignora o Estado Palestino, a questão palestina, há sessenta e três anos sob o tacão nazi/sionista de Israel com apoio norte-americano. Pior que isso, as resoluções do Conselho de Segurança da ONU nunca cumpridas por Israel.
Se a revolução islâmica no Irã é passível de críticas sob um olhar ocidental, cristão, por outro lado, é a vontade de um povo, seus costumes, suas tradições, sua cultura.
O império terrorista quer apenas manter o controle dos "negócios" e subjugar povos inteiros para isso.
Não está preocupado com democracia. Sustentam historicamente ditaduras há mais de um século. No Oriente Médio, na América Latina, na Ásia e não têm escrúpulos em fazê-lo.
Os protestos em Teerã são organizados por elites econômicas financiadas por Washington, utilizam-se da seita Bahá'i uma confusa mistura de conceitos que fala em "revelação progressiva da verdade através dos profetas", dividida em vários grupos, sabidamente financiados por empresas ligadas ao conglomerado EUA/ISREAEL TERRORISMO S/A.
Para se ter uma idéia do disparate Bahá'i, pretexto para ações de espionagem, utilização da boa fé de incautos, os seus mentores consideram que tanto o Corão, como a Bíblia, antagônicos em vários pontos, são revelações verdadeiras cada qual a seu tempo.
A sede é nos EUA. Os recursos são largos, proporcionalmente ao número de seguidores, maior que qualquer outra seita ou talvez religião, exatamente para que cumpram esse papel.
Washington busca criar um abismo no Oriente Médio, lançar a região a conflitos - não tem a menor importância que milhões morram, como no Iraque - já que o que conta é a "democracia cristã, ocidental, o petróleo, os negócios".
A hipótese, por exemplo, de um bombardeio equivocado, como aconteceu no Afeganistão, que o piloto achou que uma festa de casamento era manifestação "terrorista", despejou bombas e matou mais de cem civis inocentes, isso não tem o menor significado. Pedem desculpas com a cara limpa e pronto. Tudo em nome da causa e a causa são os "negócios".
O recente episódio de tentativa de desembarcar na Argentina armas e drogas à revelia do governo argentino deixa clara essa postura cínica de interesses que não têm nada a ver com a vontade de nenhum povo do mundo, isso de sã consciência.
O conglomerado vive de guerras, nem é necessário ganhá-las, mas mantê-las por todo o tempo, é a forma que sugam as riquezas e as almas de outros povos.
No dia 23 de fevereiro a secretária recebe o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Antônio Patriota. Segundo documentos do WILILEAKS, a embaixada dos EUA no Brasil considera que o país não "amadureceu" para alcançar uma vaga permanente no Conselho de Segurança.
Amadurecer significa comprar aviões da BOEING para a FAB - FORÇA AÉREA BRASILEIRA -, aliar-se incondicionalmente às políticas do conglomerado e contribuir com dinheiro e homens para as guerras do império, como o fazem países colonizados como a Grã Bretanha, a Itália, a Suécia, a Colômbia, a Bélgica, antigas e extintas nações européias, latino-americana e outras tantas.
E garantir ditaduras como as da Argélia, do Kwait, do Iêmen, da Jordânia, etc, etc.
O problema em relação ao Irã é simples. O povo iraniano governa o país. O medo é que isso aconteça no Egito.
É um abismo que pode gerar um banho de sangue sem tamanho, mas garante os "negócios". É a aposta do conglomerado EUA/ISRAEL S/A.
Foi isso que Hilary falou à imprensa, é isso que a mídia reproduz, já que parte desse conglomerado de terror.