O menino goiano nasceu Henrique Meireles, virou Henry Meireles, banqueiro e presidente mundial do Bank of Boston. Lula o trouxe de volta ao Brasil em estrita obediência à Carta de Intenções que assinou quando candidato em 2002, mantendo os compromissos assumidos por Fernando Henrique Cardoso, seu antecessor e que por três vezes quebrou o Brasil.
Nomeou-o presidente do Banco Central na prática independente e na realidade privatizado em função de interesses de grandes instituições financeiras.
Quando retornou ao Brasil, já Henry Meireles não era conhecido em Goiás a exceção das elites e de sua família. Comprou um mandato de deputado federal que renunciou para ocupar a presidência do Banco Central.
Mora em São Paulo, um país vizinho que faz fronteira com o Brasil nos quatro pontos cardeais e fala a mesma língua. Cogitou ser governador de Goiás, senador e no caos partidário que é o Brasil ingressou no partido de Gilberto Kassab, ex-prefeito de São Paulo, o PSD e não é improvável que tenha mudado seu domicílio eleitoral para aquela república, feudo da FIESP – Federação das Indústrias de São Paulo. É o ponto de aporte de políticos oportunistas como Roberto Freire e grandes financistas nascidos no Brasil, mas com opção pela nacionalidade norte-americana, caso de Henry Meireles.
No início dessa semana o presidente de seu partido conversou com Lula e reiterou o apoio à candidatura Dilma Roussef. E nesse mesmo início de semana o candidato Aébrio Pó das Neves, conhecido como Aécio Neves, aceitou a indicação de Washington via FHC e vai conversar com Henry convidando a ser seu companheiro de chapa.
O comando nacional afirma apoiar Dilma, o comando financeiro pode desembarcar na candidatura tucana.
Como isso fica não sei. Ou Henry recusa, ou Kassab esfaqueia Lula e Dilma pelas costas. Qualquer hipótese é provável, já que amorais os dois.
O nome de Henry Meireles não surgiu por acaso, ainda mais indicado pelo cidadão norte-americano Fernando Henrique Cardoso, porta-voz da Fundação Ford no Brasil.
Os compromissos de Aébrio são claros e nítidos. É uma volta ao passado de privatizações, juros altos, tarifas liberadas, arrocho salarial e desemprego em altos índices. Foi dito por outro brasileiro que optou pela nacionalidade norte-americana, Armínio Fraga, pupilo do especulador internacional George Soros, presidente do Banco Central no governo de FHC e apontado como ministro da Fazenda de Aébrio.
Por trás de tudo isso existe um processo acentuado de recolonização do Brasil.
Qualquer paralelepípedo, como diria Nelson Rodrigues, sabe que Aébrio não tem a menor condição de presidir a República. Vai repetir o fenômeno Collor de Mello e teremos um presidente norte-americano se Henry Meireles aceitar ser o vice. E esse aceitar ou não vai depender das ordens que vierem de Wall Street.
Kassab, principal acionista do PSD, não vacilará em mudar de lado se na bolsa as ações do seu partido subirem com Meireles e uma boa sinecura lhe seja assegurada.
Para se ter uma idéia do quanto isso animou a oposição, a torcedora Eliane Catanhede, casada com um assessor dos tucanos, teve orgasmos sucessivos em sua coluna do dia 20 na FOLHA DE SÃO PAULO. Por pouco não deve ter entrado em êxtase absoluto e levada a um hospital, na perspectiva de um presidente tucano. É um dos lixos que chamam jornalista e a GLOBO recicla num dos seus jornais do sistema de tevê fechado.
Como a Justiça Eleitoral, um adereço ineficiente e desnecessário no País vai tratar o assunto não sei. Tudo é possível. O comando de um lado e um dos seus mais valiosos bens, Henry Meireles, candidato a vice noutro lado..
O mais provável, se Meireles aceitar, é a traição.
Vamos ter, enfim, a perspectiva de um presidente norte-americano. E olha que nem Henry Kissinger com todo o seu prestígio conseguiu que a legislação nos EUA fosse mudada para candidatar-se ao cargo lá, na matriz. É alemão de nascimento e norte-americano por adoção.
Deve ser por isso que há uma invasão de cursos on line de inglês. Para que estejamos preparados para os novos senhores.
E sejamos dóceis a uma ordem de colônia.
Faremos tudo o que seu mestre mandar.
