Vou buscar um exemplo fora do campo das esquerdas. Eleito governador de Minas Gerais em 1982, assim que tomou posse Tancredo Neves convocou o Congresso Mineiro de Participação Popular e todos os mineiros puderam participar tanto em suas categorias, como aleatoriamente, até que se chegasse a uma comissão final, sempre escolhida pelos participantes, inclusive com sugestões para o futuro Congresso Nacional Constituinte.
O documento final foi entregue ao governador que cumpriu mais de 70% das reivindicações, já que renunciou para ser candidato a presidente e foi leal ao dizer que determinadas solicitações populares poderiam ser cumpridas sim, mas observando que o mandato era de 4 anos e assumiu o compromisso de cumpri-las.
Tancredo inclusive negociou a dívida externa de Minas fora do contexto do Ministério da Fazenda, Delfim Neto e próprio ministro acabou indo pedir socorro a ele.
São fatos, estão registrados e a bem da verdade não podem deixar de serem registrados.
Há um detalhe importante nessa história toda. Aécio é o oposto de Tancredo. Corrupto, venal, sem qualquer escrúpulo.
A proposta de Dilma não muda nada, dá uns retoques aqui e ali, busca apenas o tempo necessário para recuperar a popularidade e ser reeleita.
E assim a proposta dos tucanos, do PMDB e uma outra isolada, ou a da bancada evangélica, que transforma o Brasil num imenso tempo de aleluia e amém, todos representados pelo deputado Marco Feliciano, o que anda sobre as águas
“Vândalos é o cacete”, afirmou o jornalista Ricardo Boechat numa entrevista sobre as manifestações populares. “È preciso dar voz ao povo”, complementou. Não é a primeira vez que fala publicamente contra a linha da emissora onde apresenta o telejornal.
Ao contrário de William Bonner tem caráter.
É fundamental que as manifestações prossigam, que levem bandeiras municipais, estaduais e nacionais, mas é preciso organização e comando, pois fracionadas como estão serão presas fáceis das propostas ardilosas como a de Dilma Roussef.
O próprio PSDB, braço dos EUA no Brasil, tem comando para organizar suas manifestações.
Setores de “esquerda” viabilizam situações no serviço público desmontado por FHC, para contratar filhas ilegítimas, sair fora do reconhecimento, logo da partilha maior da herança e ainda inventam concursos internos para promover, ou se acertam com o Tribunal de Justiça. E ex-governador, com bigode de Grouxo Marx e caráter de Paulo Maluf, mas esperteza para seguir o ditado “honesto por desonestidade” É ex-governador e coloca a “filha” na condição de informante da Policia, pois serve aos dois lados.
E saiu à frente de uma passeata com cara de Chê Guevara.
Essa história de plebiscito é conversa mole para boi dormir.
As ruas organizadas serão fundamentais para as mudanças básicas, como a reforma agrária, a lei de meios, a reforma política sem redes que protejam figuras como Sarney e Renan e saúde pública e educação de boa qualidade só serão possíveis com serviços públicos sem bandidos como o ex-governador e seu bigode zen.