DO BOM FUTEBOL PERDE GARFANTE BRANDÃO. VOU Á RUA DA BOA VISTA PARA RECORDAR FATOS E VIVÊNCIAS...





AS FOTOS QUE ILUSTRAM ESTE TEXTO HISTÓRICO SÃO DAS AGUAS QUE MARGEIAM O RIO. DO CASARÃO MAIS ANTIGO DA RUA, HOJE DENOMINADA GOVERNADOR ROBERTO SILVEIRA, FOI ONDE RESIDIU ZULMIRA LACERDA QUINTEIRO, FILHA DA IRMÃ DE MEU AVÕ MATHIAS LACERDA,ONDE NASCEU MINHA MÃE ECILA LACERDA.
É uma pena que, além do aterramento do Rio Macaé que está totalmente poluido e afastado de suas margens por invasão e obras, o "Casarão de Zulmira Lacerda- Dona Pastora", onde depois morou Jayme Franco, pai de Luiz Geraldo Franco, o Aza Branca, esteja totalmente desfigurado. Uma irresponsabilidade sem preço.

MEMÓRIA DA BOA VISTA

Rua Velho da Silva, Rua da Boa Vista e Rua Roberto Silveira deságuam no mesmo Rio e fazem a História de um local de grandes tradições na vida de uma cidade da Região de Petróleo do Rio de Janeiro.

Na verdade é uma Rua muito pequena, situada no paralelo do Rio Macaé. Começa e acaba neste banhado de belas histórias que fazem parte do lendário de Macaé, cidadezinha situada ao Norte do Rio de Janeiro onde nasci no ano de 1939.
São fatos reais que correm nas esquinas deste local e que são passadas de pai para filhos nos tradicionais bate papo nas Cadeiras que estendiam e se estendem pelo longo das Calçadas.
Se Antes era uma Rua tranqüila, com seu percurso todo feito sem calçadas, com suas casas, a maioria simples, com muros de carreira de Bambus, artesanalmente feitos por mãos humanas e carinhosas, com jardins cheios de Roseiras, Dálias e algumas fruteiras, rendeu-se a transformação que toda cidade teve que se render com a chegada do progresso.
Seus velhos moradores como Pastora, Dona Zulmira Lacerda Quinteiro, Jayme Franco, Dona Brandina, Dona Albertina Almeida, Seu José da Cunha Barreto, Seu Felix do Mercado, o Alegre e carinhoso Dunga, Seu Cid Antão, pai de Betto), Itinho Cabeludo, pai de Fanta, Dona Elisa Diniz e sua fiel negritude na busca dignidade genética, Seu Jorginho Célem, humanista, caridoso e de uma alma belíssima, o simpático e sempre gentil Seu Beze Mussi, pai de meu amigo Roberto Bueno de Paula Mussi, Seu Amaro Damasceno, inesquecível homem de retidão e caráter que nos legou o filho e meu companheiro de longas conversas, Jorge Arataka Rocha que herdou de sua mãe Dona Lolinha a simpatia e a memória de belas histórias e fatos havidos...
Este trecho histórico de Nossa Velha Macaé de Antanho se chamava Rua Velho da Silva em homenagem ao homem que traçou a Geografia desta cidade nos anos de 1800. Jorge Arataka, em depoimento ao autor, fez menção a este acontecimento e relata uma constatação histórica de que “não foi Luiz Belegard e sim o Velho da Silva que traçou nossas ruas e becos. Era um homem simples, como simples são os grande feitores de nossa historicidade.
A grandiosidade, fruto da criação POPULAR fez com que o nome deste local se transformasse eu Rua da Boa Vista. Era uma homenagem ao Rio Macaé que, com suas marolas vinham bater nos quintais, sempre bem tratados e com frutas e árvores que se acostumavam às cheias e vazantes davam locais para a pesca em canoas e barcos. Dos quintais vinham Robalos, Sardinhas, Camarões de várias espécies, Caranguejos, Siris e Goiamuns. Todos eram os presentes que o Rio oferecia aos seus moradores pela ação de sua conservação sempre límpido e imponente. O Rio, dizia algumas de suas senhoras moradoras, sabia agradecer com frutos os benefícios que vinham da sua não poluição...
Dos mitos populares Rubens Corredor, um homem de estatura forte e musculosa que inventou uma maneira alegre se fazer presente aos encantamentos e brincadeiras das crianças. Sua atenção era não deixar ninguém ficar em sua frente. Corria e passava. Uma espécie de “pegadinha dos anos 50”. Daí nascia também o maldoso apelido de uma figura de nosso folclore, um alegre senhor que vendia papa de milho. A criançada, como eu todo local é criativa e de gnomos aflorados, logo criou: Olhe quem vem lá. É o Papa Lambida... Não sei se por que naquele tempo não havia ainda a tradicional Canela em Pó ou se o suor do próprio milho dava esta feição molhada. Fato é que esta “mentira criada pela criançada da Rua” veio ser um dos primeiros motivos para a origem da propaganda negativa que até hoje é usada nas Faculdades de Comunicação de todo o Brasil.
Uma Rua que Virou Governador Roberto Silveira nos anos 60. Numa homenagem ao meu amigo Roberto que inaugurou um feito inédito. Fiz seu comício de candidato ao Governo na Esquina com o Famoso Porto do Limão. Eu tinha 18 anos e foi o primeiro candidato a vereador a vencer a barreira do TSE que impedia menor de 21 anos se candidatar. Impugnado pelo TER, aconselhado por Roberto, Ruy Almeida, Juventino Pacheco e Luiz Gonzaga da Paiva Muniz, recorri e venci. Roberto se elegeu Governador e, desde então, todos os candidatos POPULARES fazem comício nesta esquina onde temos o Bar do tradicional Fernando que no passado pertenceu a Juventino Aguiar onde a presença sempre cordial de Antonio Brôa, Jurandi Mecânico, Roque irmão de Paulo Cabeção, Ormindo, ferroviário que ensinava pessoas a dirigir carros nos anos 50, e Zé Maria Lopes, irmão de Tião Lopes se revitalizavam em trocas de inergias positivas que só a amizade profunda e, saída das ruas, podem surtir efeitos positivos na alma humana...

Becy – Sarapua – Guruca, Milton Vaz, Seu Chico Boi (que trabalhava com boi e era assim chamado pelas longas boiadas que passavam pela Rua, ao entardecer, rumando para o Bairro de Aroeira, eram pessoas que soavam afetivamente nos toques lábias de centenas de macaenses que vivenciarem estes momentos de sublimação humana...
O Porto do limão é o prolongamento desta região. Hoje denominado Rua José Ribeiro mais que não se afastava da Rua. Seus seguimentos humanos eram como que uma só família...
Armando Magaldi,antigo barbeiro que fazia a “cabeça de todos” e ainda as cobriam com sua talentosa arte de consertar guarda-chuvas. Armando, Carlito Cruz, Seu Políbio –pai de Naná - , Pepenha de com seus quitutes maravilhosos, Dona Lidrogênia – Fifi - seu alegre esposo Jonas se uniam as artes do “BOM FUTEBOL” de Jurandi – Didi – e Garfante Brandão para perpetuarem a sina de que este "Porto do Limão" tinha os melhores de nosso futebol em alguns anos passados e era o prolongamento familiar da Boa Vista.

Sempre ligado a Cultura, onde passou por vários jornais locais como O REBATE e a GAZETA DE MACAÉ, o mestre dos mestres nas Artes Gráfica Maximiliano Lima e sua companheira Jovelina da Silva era o retrato da harmonia da convivência das cores da etnia nestes anos de encanto. Seu filho Almir da Silva Lima, ainda menino, era ouvinte constante do inesquecível Tôte Brandão, comunista convicto que a todos apresentava o "Manifesto" com sua elegência de marxista tradicional...
A figura querida do advogado/ferroviário Tião Lopes, o linguajar ameno de Sergipe, a fidelidade política de Luiz Pinheiro, as histórias da FEB contadas por José Clímaco da Silva, pai de Borito, as grandes senhoras: Dona Aurora, Dona Noca, Dona Sila, Marlene Valença, se juntaram a outras mais jovens moradoras como Nila Lacerda para formarem o saudosismo e a história que, creio, será continuada por outros que se aventurarem ao trabalho de pesquisar estes acontecimentos históricos desta região de Macaé, Estado do Rio de Janeiro.
Quem não tem alguma coisa para falar sobre Seu Podete, Elias e Fernando Valença,Baeca, Jair Lacerda, Seu Dodoclino Ribeiro Gomes, de Quito e seus irmãos e da covardia que foi feita com o meigo e querido Chicão?. Minha querida filha Lais chorou a morte deste jovem que a impunidade e a violência nos levou...
A primeira FABRICA DE FÓSFOROS, tinha o nome de VEADO e era nesta Rua de nome Boa Vista. E foi nesta rua que morou o famoso Farrula que foi o criador da Fábrica Lynce juntamente com Lacerda Agostinho...
Nascido e criado João Boca Preta (filho de seu Pedro barbeiro), correu mundo. Foi para O Rio de janeiro, onde no SESI fez história. Ele, Paulo Cabeção, Dudi, Célio e Paulinho irmãos de Didi, Antenor Valença, conhecido Barbeiro e pai de Baeca, Dona Tiuca e Antonio são vultos que deixam marcas indeléveis na história da Boa Vista e que são citados em todos os depoimentos que este “locutor que vus fala e escreve”, teve o cuidado de pesquisar, na companhia do companheiro de lutas Advogado/ferroviário Waldyr Tavares,contemporâneo de Wilson Valença e amigo fiel do Sebastião Lopes.
Foram horas de pesquisas, olhares, recordações que, se alguns fogem a nossa lembrança e não estão registrados, que seja feito por outros que se debruçarem na busca destas belezas humanas...
Lendas que correm de “Boca em Boca”, de “Ouvido a Ouvido”e espalhadas por “Cantos e Ventos” registram que ali existiu um tal de "Barão da Pôvoa" de nome Lazir que comandava a chegada de Escravos que ficavam nas Ilhas do Francês e Ilha do Papagaio para serem desovados pelo Rio Macaé. Esse "Barão" escravagista, amigo e seguidor do Barão de Cotegipe, tinha a missão de “Domesticar os Escravos Rebeldes”. Depois eram trocados na média de 4 por um "não domesticados". Relato feito pelo Jorge Arataka que se especializou nestas buscas em livros antigos.
Nos anos 50, esta Rua ficou famosa no mundo todo pela chegada da FÀBRICA BARILOCHE que tinha como diretores David, Mario Corral e outros argentinos. Trabalhei nesta Fábrica no final desta década com meus primos Waldyr Azevedo que era sócio de Mario e David e com meu outro primo Ruy Moutinho de Almeida. Esta Fábrica terminou mais nos deixou, com a presença, de uma das mais belas figuras de nossa história. A Dona Alba Corral, que se dedicou com amor a dezenas de causas de nossa comunidade e é uma das honras da Rua da Boa Vista nos dias de hoje...
De suas ruas empoeiradas e alegres se projetaram no conjunto da cidade de Macaé pessoas como Wilde Brandão e, Waldecy Brandão. Wilde no trato da arte e Waldecy como Vereador, secretário de Assistência Social e Advogado. Ambos meus amigos pessoais, cujo pai, Jonas Willemen foi colega de meu pai Djecyr como Sapateiro na Rua do Meio onde nasci...
Assim como a minha querida Amiga Marialva Rodrigues que habitou nesta Rua, ali também viveu meu saudoso companheiro de lides políticas nos anos 60, Antonio Carlos de Assis e Marilena Pereira Garcia que viria a ser Vereadora e líder política na região de Petróleo...
Ao final de minha visita a esta Rua no último feriado de 7 de setembro, Waldyr pediu que fizesse este final com 2 homenagens. Uma a Dona Altina - Parteira - que centenas de moradores da Região devem o nascimento, Inclusive do seu filho Ralf Oliveira Tavares que hoje esta com 61 anos. A outra, a familia Brandão pela perda prematura de umm dos mais perfeitos jogadores de nosso BOM FUTEBOL.
A morte de Garfante Waldir Brandão - deixa uma lacuna na vida de toda a comunidade da Bôa Vista e se estende a toda a região...
José Milbs de Lacerda Gama, editor de O REBATE e de www.jornalorebate.com


INEY BASTOS, GRANDE AMIGO E PESQUISADOR DE BELOS TEXTOS NA INTERNET, ESCREVE AO EDITOR DE O REBATE E FALA DO SENTIMENTO DE SAUDADE DE UMA CIDADE NOS ANOS DE LUZ
Iney Borges Bastos
para mim
Meu amigo Zé Milbs,

Meus parabéns por esta mensagem, Somente uma cabeça pensante igual a sua tem condição de guardar tantas reminiscências, todas muito gratas e interessantes. Meu abraço.
Iney.
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