Mesmo nos "bons tempo" de uma região de petróleo sem violência, era, no aconchego de sua casa, que procurava sempre ficar.
Dona Diomar dividiu os seus últimos anos de vida se revesando com os seus filhos em longas hospedagens.
Conheci esta senhora quando dirigia o jornal "O REBATE" nos anos de 1970. Levado a sua residência a convite de Ricardo Salgado e Carlos de Freitas Quintela para uma reportagem. Preocupada com as travessuras de crianças, ainda teve tempo para as cortesias naturais a uma presença estranha. Revi, 40 anos mais tarde, precisamente no ano de 2007, quando de uma visita a Artista Plástica Sônia Rocha. Sentada num confortável sofá, com a mesma tranquilidade que pude ver nos anos de 1967, Dona Diomar não deixou que o tempo lhe turvasse o olhar e, quando da apresentação: - " Dona Diomar, este aqui foi amigo de Seu Ricardo Salgado. È Jose Milbs", me senti jogado no túnel do tempo e pude ter a certeza de que sua memória viajou feliz e sorridente ao encontro de um tempo que ela sabia ser dela; dos seus filhos; do seu saudoso esposo e dos amigos dele...
O que reside de belo na lucidez dos portadores de Alzheiner é o silêncio do entendimento que não temos como penetrar. È como se o mundo, interiorizado por seres privilegidos,fechasse as portas do real escuro e abrisse a claridade. Dona Diomar não perdeu jamais o olhar fixado no horizonte que harmoniza os seres com a criação. Por isso é que partiu com o mesmo carinho familiar que sempre soube ministrar a filhos, netos, sobrinhos e amigos...
O REBATE, nos seus 75 anos de Histórias na Região de Petróleo,perpetua no www.jornalorebate.com o passamento de tão bela senhora e estende a seus filhos os sentimentos. ( José Milbs de Lacerda Gama editor )