Zilda era uma grande amiga do "O REBATE". Desde os anos de 1932 mantinha uma assinatura que fazia questão de renovar por telefone e sempre conversava comigo sobre as pessoas que lhe eram afetivas. Recordava de Délio, Antonio, Azuil e Carolino seus irmaõs e sorria feliz quando recordava de meu pai Djecyr Nunes da Gama que tiuha sido colega de farda, no Forte Marechal Hermes, de Délio Benjamin a quem meu pai chamava carinhosamente de "Délio Garrafão". Azuil e Antonio fizeram histórias nesta cidade.Antônio foi Prefeito e Azuil modernizou e socializou a relação dos servidores com o Executivo. Zilda era uma personagem destas presenças macaenses em nosso cotidiano. Sua bisneta Carla,amiga de Lucia é o seguimento de uma relaçao afetiva que rompe gerações e forja a certeza que viver é sempre bom e salutar.Por coincidência foi Lucia quem me fez ciencia da morte de Zilda. Ela sabia do meu afeto por esta linda senhora.
Aprendi a gostar de Zilda. Na minha infância estudei com "Sidiroca" e o revi algum tempo. Caminhos diferentes em nossas vidas. Ele no ramo de Construção e eu teimando em "Bater teclas e fazer histórias". Se não consegui riquezas materiais, devo ter aprendido com Zilda Aguiar a manter o que recebemos. Ela o sítio de seu velho companheiro e eu de minha velha mãe. Estamos distanciados dentro da geografia macaense. Ela, no que se denominou charmar-se de "Bairro da Glária" e eu no que também se chama "Novo Cavaleiro".
Minha Palmeira plantada a 30 anos deverá avistar-se, daqui uns 40 a Palmeira que ela plantou com Sidney nos anos de 1940...
Passamos e fica a história para ser contada. A de Zilda Aguiar Benjamin ousei e peço permissão para contar um pouco. Uma das mais ilustres senhoras de nossa essencia. Mulher guerreira que, do alto de seus quase 100 anos, soube manter altiva a busca dos ensinamentos sociais. Sabia que tudo que a gente faz serviria de exemplo para os que nos cercam. Quando, nas poucas que pude conversar com ela, senti o quanto ela reverenciava a ausência de Sidney e procurava viver o que ele acredita ser o melhor para o mundo.
Arrisco dizer, ao finalizar esta crônica sobre sua morte, que Zilda transmitia, no "silêncio que falava em seu olhar",a verdadeira essência do Socialismo puro e a certeza de uma NOVA DEMOCRACIA.
As seus filhos, netos e bisnetos, os sentimentos da imprensa livre da região de Petróleo na afirmação de que o "O REBATE" cumpre, mais uma vez, sua missaão histórica.
Morre a mais antiga leitora deste jornal de 77 anos de histórias. Minha amiga Zilda Benjamin Aguiar que me ajudou muito, com seu olhar de pura meiguiçe, voltar a escrever.Obrigado Zilda. Descanse. Sua missão foi cumprida.José Milbs de Lacerda Gama editor de www.jornalorebate.com