O caso que vou relatar causa desconforto e constrangimento a
qualquer cidadão e consumidor do país. Chama atenção o desrespeito e o
desleixo com que o consumidor é tratado no Brasil e aconteceu em uma
das maiores lojas especializadas em material de construção de nosso
país, a Leroy Merlin da Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro.
Antes de comprarmos, certificamo-nos de que todo material havia no estoque. Inclusive, aguardamos esta verificação, por cerca de 2 horas sentados. Acrescente-se que para assegurar que tudo seria entregue em conformidade, qualquer material, que não havia no estoque, foi imediatamente substituído por outro similar, pois precisávamos a certeza de que estes seriam entregues na data certa, no cronograma de nossa obra.
Comprarmos estes materiais com um mês e dez dias de antecedência para garantir que o o cronograma e o projeto da obra não sofreria alterações de percurso. Por causa da compra da banheira, nosso arquiteto teve que fazer o replanejamento e modificações nos dois banheiros, nos armários do quarto de casal, reduzindo-os e adaptando-os às novas dimensões, bem como alteração de medidas no quarto de empregada com demolição de parede, de modo que o projeto do apartamento foi todo alterado, implicando em custos, que aceitamos, pois assim esta banheira seria colocada no lugar certo, no momento certo da obra. Não se tratava de uma simples banheira, mas de um sonho, pois ali seria o espaço, onde nos reuniríamos para brincar e se refrescar do calor do Rio, que dependendo do dia vai além dos 40 graus. Nosso prédio não tem piscina, então, como temos um bebê calorento, que sua durante o verão todo e temos outro por chegar, ainda este mês, idealizamos um local na casa, que seria mais
que um espaço de lazer e relaxamento, mas um local que ficaria para sempre reservado na memória da infância deles, pelos agradáveis momentos em família.
Todavia, o nosso pedido, ou melhor, os nossos pedidos, pois depois desta compra realizamos mais uma compra de valor um pouco menor para finalização da reforma, não foi entregue no dia 30/04/2010, repito, 1 mês e 10 dias depois da compra. Ao final deste dia, após constatar a falha no recebimento, liguei para loja e falei com a funcionária Mariana, que registrou através do protocolo n. 205327 nossa reclamação e me assegurou que este problema seria solucionado, no mais tardar no dia 03/05/2010, com a entrega de todo o material, pela manhã de preferência. Entretanto, não foi o que ocorreu. Novamente, alertada pelo encarregado da obra de que o material não chegara, liguei para a Leroy Merlin e fui atendida pela funcionária Pamela e o assistente de logística André e registrei minha reclamação de protocolos n. 206895 e 206899. Eles novamente me asseguraram que todo material seria entregue pela manhã do dia 04/05/2010 e que o gerente estaria tomando conhecimento do assunto
e que ele se encarregariam de tomar todas as providências para que o atraso na entrega fosse sanado a fim de que não tivéssemos mais prejuízos com a demora.
Mas não foi isto que ocorreu. Pasmem, no dia 4/05/2010, após aguardar o dia todo a entrega do material, meu marido, recebeu a ligação em seu celular, por volta das 18 horas, com a solicitação da Leroy para entrega parcial do material às 20 horas, Ora, esta solicitação quebrava qualquer padrão de razoabilidade, pois a entrega seria realizada fora do horário comercial, quando todos sabemos que é proibido o tráfego de caminhões neste horário e que igualmente é proibido o fluxo de pessoas para entrega de materiais de construção em condomínios. Por estes motivos, não foi possível concordar com a entrega naquele horário e foi pedido que esta se realizasse no outro dia, no horário comercial, quando, então, ele foi alertado que parte do material não poderia ser entregue, pois não havia no estoque da empresa e que a sonhada banheira tinha, inclusive saído de linha e não era mais fabricada. Ou seja, aquele material que compráramos, havia sido revendido para outro consumidor ou
para outros, sabe-se lá quantas pessoas compraram o mesmo material e realizaram seus pagamentos na perspectiva de recebê-los na data e local combinado e foram envolvidos em um verdadeiro engodo.
Confesso que, como bacharel em direito, atuante no ramo jurídico há mais de 10 anos, nunca tinha visto um caso como este de tamanho desrespeito ao consumidor. Isto só ocorreu no caso das Companhias aéreas, que vendiam e revendiam o mesmo bilhete no afã de terem seus vôos preenchidos, causando um colapso no sistema aéreo, o que gerou, inclusive, intervenção do governo.
A mercadoria foi entregue pela metade no dia 05/05/2010, faltando os azulejos da cozinha e área de serviço, o porcelanato da cozinha, o piso dos quartos, as pastilhas para revestimento dos banheiros, a tão sonhada banheira sem nenhuma explicação, além da alegação completamente inválida de que os itens não havia no estoque.
Tentei entrar em contato com a Leroy inúmeras vezes, todos os dias durante horas, mas ninguém atendia o telefone. Mandei esta mensagem pelo site no “fale conosco” no dia 05/05/2010 e me asseguraram que retornariam a mensagem no mais tardar no dia seguinte pela manhã, mas nada aconteceu. Liguei durante horas no mesmo dia, mas novamente ninguém atendia. Hoje dia 07/05/2010, consegui entrar em contato com a loja, atendente Cláudia, protocolo n. 209612, mas ela disse que constava no sistema a falta de apenas um dos itens e não sabia porque não havia sido entregue os demais produtos e que aguardasse nova comunicação. Mais tarde, recebi seu telefonema, informando que o material seria entregue com ausência do piso, possivelmente no dia 12 de maio.
Por estes motivos, por estar arcando com prejuízos de manutenção de operários na obra sem o material necessário para o trabalho e sem qualquer perspectiva de resolução efetiva da situação, somente promessas de entrega no futuro, resolvi enviar esta mensagem de alerta aos órgãos do consumidor e toda a imprensa envolvida.
Silvana Godoi Câmara – cliente da Leroy Merlin – esposa de Marcos Teixeira Câmara