Em busca de informações sobre um sistema de coleta de esgoto em área urbana, localizei um artigo de autoria de Júlia Gaspar publicado no Jornal do Engenheiro, edição de janeiro de 2009, onde se encontra referência ao sistema conhecido como “Coleta de Esgoto em Tempo Seco” implantado pelas concessionárias Prolagos e Águas de Juturnaíba em vários municípios da Região dos Lagos.

Quer parecer que a afirmação do Sr. Luis Firmino Martins Pereira, presidente do INEA, à época presidente da extinta SERLA, “Foi questão de um ano, um ano e meio e a Lagoa de Araruama começou a dar respostas”, não corresponde ao que mostram as fotos anexas. Foram tiradas a partir de fevereiro do corrente ano.

O sistema foi proposto no século 19 e abandonado em diversos países. Um exemplo de sua ineficiência e ineficácia é o fato de terem sido desativas, só nos Estados Unidos, 772 sistemas na primeira metade do século passado.
Causa surpresa o argumento de que foi implantado apenas por razões econômicas. Rastreando a origem de sua proposta, foi sugerido em reuniões do Consórcio Intermunicipal Lagos São João em 2000 para ser implantado pelas concessionárias acima citadas, havendo o tácito reconhecimento de que lança, sem tratamento, esgoto in natura na Lagoa de Araruama.

Nas atas de reuniões do Consórcio a partir de 2000 não se encontram justificativas técnicas para a escolha do sistema. SMJ nenhum estudo foi feito quanto às consequências de seu uso e tão pouco se encontram referências às experiências em outros países e que justificaram sua desativação.

Tendo em vista as danosas consequências que vêm sendo verificadas e que frontalmente contradizem a afirmação do Sr. Luis Firmino Martins Pereira, solicito sua atenção para o caso em pauta. Apenas uma mudança do sistema de coleta de esgoto irá interromper o ritmo de degradação da lagoa.

Atenciosamente,

Ernesto Lindgren
Cabo Frio, RJ
Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.