Peço a todos que divulguem esta atrocidade que a Prefeitura do Município do Rio de Janeiro acabou de realizar com a educação em nossa cidade.
Gostaria de manifestar meu repúdio e indignação às novas medidas tomadas pela Prefeitura quanto à avaliação dos alunos da Rede Municipal de Ensino do Rio de Janeiro.
Os professores do 2º segmento do Ensino Fundamental esperavam uma portaria que viria regulamentar a implantação da promoção a partir de ciclos, em substituição ao sistema de seriação (o que aliás, vale ressaltar, estaria sendo imposto sem consulta e aprovação dos docentes), quando fomos surpreendidos com algo ainda pior.
O documento que chegou às escolas no dia 25/04/2007, extingue os conceitos "O"(ótimo) e "I"(insuficiente) e institucionaliza a APROVAÇÃO AUTOMÁTICA. É preciso pontuar que, a partir disto, a própria idéia de ciclo cai por terra.
A priori, a proposta da Secretaria Municipal de Educação seria substituir a seriação pelo sistema de ciclos, da seguinte maneira: primeiro ciclo (classe de alfabetização, 1ª e 2ª séries), segundo ciclo (3ª, 4ª e 5ª séries) e terceiro ciclo (6ª, 7ª e 8ª séries). No final de cada um desses blocos, o aluno seria retido ou promovido para o estágio posterior. Ora, uma vez que NÃO HÁ MAIS RETENÇÃO EM PERÍODO ALGUM, todo o Ensino Fundamental transforma-se em uma seqüência única. Cabe lembrar, também, que os estudantes já ingressariam na Rede Municipal previamente aprovados.
Os efeitos nocivos de tal medida logo se farão sentir na atitude dos alunos diante do processo educativo. A motivação para aprender, o desejo de superação, de acompanhar seus próprios progressos e vitórias, acabam. Os que eram excelentes (conceito "O") não serão mais reconhecidos, tendendo a se esforçarem menos. Por outro lado, os que precisavam ser reprovados por não dominar nem 40% dos conteúdos básicos para sua formação (conceito "I"), ficarão na ilusão de que aprenderam o suficiente.
Para o espanto de todos os educadores, reza ainda a nefasta portaria que será atribuído um CONCEITO GLOBAL para o aluno, não importando seus rendimentos específicos em Português, Matemática, História, Artes, etc.. Ele será pelo menos "R", "somados" os conceitos dados nas diferentes disciplinas.Tudo isso acrescido de certos agravantes, como turmas superlotadas, falta de condições materiais e recursos pedagógicos, além de salários aviltantes.
Trata-se de uma medida cruel e excludente, visto que os filhos das classes sociais de maior poder aquisitivo não estudam na Rede Municipal de Educação, e sim em colégios que não compartilham desta visão pedagógica. Dessa forma, teremos uma enorme aceleração na já gigantesca discrepância entre a qualidade da formação educacional oferecida pelo Município e as demais redes de ensino. Um abismo social que o próprio poder público se ocupa de tornar cada vez mais profundo, com terríveis conseqüências na inserção no mercado de trabalho, na possibilidade de ascensão social e de acesso aos ensinos médio e superior - impossibilitando os projetos e os sonhos de nossas crianças e jovens.
Os interesses por trás desta farsa apontam para uma maquilagem de estatísticas sobre a qualidade de ensino e a evasão escolar, numa nítida manobra para obtenção de capital político.
É o momento de mobilização para todos os envolvidos neste processo – pais, alunos, professores e sociedade – se unirem para evitar a implantação derradeiro caos na educação de nossa cidade.
Maria Luiza Nunes Vieira
Prof. I – Artes Visuais
Recebi e repasso, esta atrocidade à EDUCAÇÃO BRASILEIRA, oriunda do Prefeito do Município do Rio de Janeiro, Cesar Maia, o qual passou a ser chamado de alcaide-factóide-debilóide pelo Jornalista Hélio Fernandes, do Jornal Tribuna da Imprensa, devido certos atos "incompreensíveis" praticados pelo mesmo.
Paulo Peres